River de Gallardo. O pior adversário para Grêmio ou Flamengo
O River Plate chega a sua terceira decisão da Libertadores desde 2015. Graças ao trabalho eficiente de Gallardo, que mistura fantasia com praticidade
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Ele é a maior estrela do River Plate.
Em cinco anos acaba de levar o clube à terceira decisão da Libertadores da América. Venceu em 2015 e 2018.
Em cinco disputas diretas, mata-matas contra o Boca Juniors, venceu as cinco.
Como a de ontem, a derrota do seu time por 1 a 0, na Bombonera, foi suficiente para eliminar o grande rival. Na primeira partida, no Monumental de Núñez, a vitória foi por 2 a 0.
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O River Plate estará em Santiago, no Chile, na partida única, decidindo o título da Libertadores, contra Flamengo ou Grêmio, no dia 23 de novembro.
"Tenho uma alegria enorme pelos jogadores e pela torcida que deve estar feliz de jogar outra final de Libertadores, deixando o Boca fora. Felicidade que não cabe no meu corpo", dizia, entusiasmado, após o jogo de ontem.
O resumo é simples.
Marcelo Gallardo mudou o cenário do futebol argentino internacionalmente.
O time a ser temido deixou de ser o Boca Juniors.
É o River Plate.
Com a conquista de duas Libertadores e uma Copa Sul-Americana.
Fora a nova final agora.
Por conta da visão moderna, inteligente, e de muita força física, que Gallardo impôs.
Com apenas 43 anos, seu esquema predileto é atacar, ter o domínio da bola, buscar o gol com trocas de passes, sem posição fixa do meio para a frente, para desnortar o adversário.
Ele não tem constragimento algum, em colocar seu time todo atrás, como fez ontem na Bombonera lotada, vibrante, como em qualquer partida importante do Boca.
E travar a partida. Mandar seus jogadores fazerem faltas 'técnicas'. Diminuir o ritmo, fazer o tempo passar, irritar o adversário que está jogando em casa e tem a obrigação de não só vencer, como buscar um placar, como não conseguiu fazer o Boca Juniors.
Marcelo aprendeu assim no Nacional, do Uruguai, seu último time como jogador e o primeiro como técnico.
E no River Plate onde se fez ídolo como meia, antes de ser vendido ao PSG.
Seu estilo mistura a fantasia de Marcelo Bielsa com a praticidade de Alejandro Sabella.
"Somos uma equipe que também reconhece jogar em condições adversas. Quando não conseguimos desenvolver nosso jogo aqui, estavamos lutando e lutando, sabendo sofrer.
"Já falei várias vezes: para chegar à final da Copa Libertadores, é preciso saber sofrer.
"E aqui nós sofremos.
"Creio que a partida de ida foi muito boa, foi onde fizemos a diferença. Hoje não conseguimos desabrochar o nosso jogo contra uma equipe que tinha necessidades, que cortava as nossas jogadas. Também é preciso saber jogar esse tipo de partida. Temos que entender isso. Nós poderíamos correr muito mais perigo do que corremos hoje.
"Estou feliz.
"Repito: a recompensa é jogar a final. Além disso, Boca tem um poder aéreo muito bom. Essa é a análise que faço e a serenidade que tenho para transmiti-la.
"Tiro o chapéu novamente com esses jogadores que tinham espírito e vontade de seguir. É muito valioso, é ficar animado, parabenizá-los e insistir, porque temos mais um passo para ver se podemos nos dedicar a uma final de Libertadores", dizia, empolgado com mais uma decisão de Libertadores.
Gallardo recusou convites importantes desde que começou a comandar o River Plate em 2014 e conseguiu fazer o time vencer uma competição internacional depois de 17 anos, a Copa Sul-Americana.
Não quis a Seleção Argentina e o Monaco.
Apelidado de Napoleão, ele terá uma estátua de bronze de sete metros inaugurada no dia 9 de dezembro, em frente ao estádio Monumental.
Já é considerado em cinco anos como o maior treinador do River Plate na história. Mais importante que Hector Veira, campeão mundial e da Libertadores, em 1986. Já foram dez conquistas.
Mais esta final de Libertadores o consagra de vez.
Seja Flamengo ou Grêmio, o time brasileiro que for para a final em Santiago já tem uma certeza.
O time rival será fortíssimo.
E muito bem preparado para a decisão.
Por Marcelo Daniel Gallardo.
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