Reviravolta chocante. Daniel Alves pode até voltar ao Brasil. E repetir Robinho. Ele foi inocentado da acusação de estupro
Em uma reviravolta chocante, em vez de a Justiça Espanhola confirmar a pena de 12 anos por estupro, como reivindicavam a promotoria e a advogada de defesa, Daniel Alves acabou absolvido. Ele mudou sua versão cinco vezes sobre a acusação de estupro

O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha decretou sua sentença sobre Daniel Alves.
Hoje pela manhã, na Espanha.
No caso da acusação de estupro, que teria sido cometido pelo ex-jogador, foram quatro juízes que decidiram analisar a apelação da acusação e da promotoria, que defendiam que a pena de quatro anos e meio de prisão era pequena.
E exigiam 12 anos, o prazo máximo para estupro.
A advogada de defesa queria a absolvição.
Três mulheres e um homem decidiram.
Àngels Vivas Larruy, Roser Bach Fabregó, María Jesús Manzano Messeguer e Manuel Álvarez Rivero.
E a sentença foi pela inocência.
Decisão unânime.
Está livre até para voltar ao Brasil.
Seu passaporte foi devolvido.
A condenação de quatro anos e meio de prisão foi anulada.
De acordo com a sentença, a acusação da mulher de 23 anos não era confiável.
Os motivos, de acordo com a imprensa da Espanha.
Nos vídeos ela teria sido vista dançando, muito próxima de Daniel.
E não teria entrado coagida no banheiro.
Além disso, o Tribunal Superior da Catalunha afirma que exames de DNA mostram outras práticas sexuais, além da penetração.
Tudo indica que seja o sexo oral.
E que ficaria impossível provar que houve coação nestes atos.
Porque não havia câmeras no banheiro.
Na dúvida, os juízes optaram pela inocência.
Ou seja, para eles não houve prova consistente.
O brasileiro também não terá de pagar 150 mil euros, R$ 928 mil, para a mulher que o acusara.
“O tribunal rejeita os recursos da Procuradoria – que solicitava a nulidade parcial da sentença e, subsidiariamente, a elevação da pena para 9 anos – e da acusação particular – que pedia a elevação da pena para 12 anos – e absolve o acusado, deixando sem efeito as medidas cautelares impostas e declarando, de ofício, as custas processuais.”
Essa foi a sentença, unânime.
As cinco versões diferentes de Daniel Alves não foram levadas em consideração.
Primeiro, disse que nem conhecia a mulher de 23 anos, que garantia ter sido estuprada no banheiro da discoteca Sutton, em Barcelona, na noite de 30 de dezembro de 2022.
“Nunca vi essa senhora na minha vida.”
Depois, soube que havia vídeos dos dois entrando juntos no banheiro, voltou atrás.
Afirmou à polícia que havia mesmo entrado no banheiro.
Mas negava qualquer relação sexual entre os dois.
Quando soube que haveria exame de DNA, Daniel confirmou que ela praticou sexo oral.
Preso, confirmou, finalmente, que houve penetração, ao saber da existência de seu sêmen na mulher.
Mas disse que a relação foi consensual.
Depois, que ela o forçou a manter relações sexuais.
Durante o julgamento, afirmou que havia bebido muito.
As provas que o condenaram aos quatro anos e meio de prisão se baseavam não só no depoimento da espanhola.
Segundo ela, quando decidiu que não queria ter intimidade com o então jogador, ele a jogou no chão.
E a obrigou a ter a relação oral, à força.
Depois a estuprou.
Vídeos mostra ela saindo chorando do banheiro.
Segundo testemunhas, desesperada.
Enquanto isso, Daniel Alves no mesmo instante deixou a discoteca.
Os depoimentos e a reação da espanhola não foram levadas em consideração.
A mulher procurou a polícia e fez a denúncia de estupro.
O caso, acontecido, na noite de 30 de dezembro de 2022, levou muito tempo para ser concluído.
Ele foi preso no dia 20 de janeiro de 2023.
Ficou detido até o dia 22 de fevereiro de 2024, quando foi julgado.
Condenado a quatro anos e meio de prisão.
Além da indenização de 150 mil euros.
A Promotoria da Espanha e advogada da vítima ficaram indignadas.
E pediram pena máxima, nove anos de detenção.
Enquanto isso, a defesa queria a absolvição.
A Justiça espanhola aceitou que o milionário ex-jogador pagasse a fiança de 1 milhão de euros, R$ 6,1 milhões.
E pudesse seguir livre na Espanha.
A imprensa europeia garante: Neymar ajudou financeiramente Daniel Alves neste processo.
O pai do jogador do Santos confirmou.
A decisão de hoje provocou reações, das mais diversas, no mundo todo.
Desde indignação até comemoração.
A promotoria e a advogada de defesa vão recorrer.
Têm cinco dias para procurar o Tribunal Supremo da Espanha.
Jornalistas de Barcelona garantem.
Se houver mesmo o recurso, ele pode demorar anos.
Enquanto isso, Daniel Alves tem toda a liberdade.
Inclusive de voltar ao Brasil.
E, se condenado, não ser extraditado, como Robinho.
Na pior das hipóteses, cumprir pena em uma cadeia deste país...