Renan não aceita rescisão do Palmeiras. E promete brigar na Justiça. Quer seguir jogando, como Marcinho, do Bahia
O jogador de 20 anos vai recorrer da decisão do Palmeiras de rescindir seu contrato por causa do acidente que matou o motociclista Eliezer Pena. Sua defesa garante que a situação não tem nada a ver com o clube
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"O atleta Renan, através de sua assessoria, informa que foi comunicado, na última sexta-feira, da rescisão do contrato pelo Red Bull Bragantino, bem como no sábado pela Sociedade Esportiva Palmeiras."
"O atleta está concentrado em sua defesa e na tentativa de retomar a sua carreira, e refuta qualquer descumprimento de contrato, tanto em relação ao Red Bull, como em relação ao Palmeiras."
Não foi mera bravata da assessoria de imprensa de Renan.
O zagueiro não aceita a rescisão de contrato do Red Bull Bragantino e, principalmente, do Palmeiras. Ele estava emprestado ao time do interior paulista até o dia 31 de dezembro. E seu contrato com o Palmeiras acabaria em dezembro de 2025.
Ele não aceita a tese de "justa causa" alegada pelos clubes devido ao acidente em que se envolveu no dia 22 de julho.
De acordo com a polícia de Bragança Paulista, Renan dirigia um Honda Civic, no início da manhã, vindo de uma festa. Ele teria dormido e atravessado a pista. Seu carro se chocou com a motocicleta de Eliezer Pena, 38 anos, pai de duas filhas, que estava indo trabalhar. Eliezer morreu com a violência da batida.
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Por terem sido encontrados traços de bebida no jogador, que se recusou a fazer o teste do bafômetro e de ceder sangue para medir a quantidade de álcool no seu organismo, Renan acabou preso. Só foi solto depois de pagar R$ 242 mil. O dinheiro da fiança foi destinado à família de Eliezer.
Renan tinha 24 multas, e sua carteira de habilitação estava suspensa. Não poderia, portanto, estar dirigindo.
Ele pode ser preso por até dez anos.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, ficou revoltada com a situação. Foi ela quem exigiu do departamento jurídico uma solução. Queria o contrato rescindido. Pela presidente, nunca mais o jogador vestiria a camisa do clube, como antecipou o blog.
A rescisão do Palmeiras foi anunciada na terça-feira.
Só que os empresários de Renan contrataram advogados não só para defender o jogador no acidente que matou Eliezer Pena, mas para não aceitar as rescisões.
Ele ganhava R$ 90 mil do Palmeiras. Foi emprestado ao Bragantino, recebendo o mesmo salário até dezembro por parte do clube interiorano.
A defesa do atleta promete acionar até o Sindicato dos Jogadores, para deixar claro que ele sofreu um acidente e não cometeu falta alguma contra o clube.
O lateral Marcinho, que foi contratado pelo Bahia, é a referência de Renan e seus advogados. O jogador atropelou e matou dois professores em dezembro de 2020. Também se recusou a fazer o exame de bafômetro. E não prestou socorro às vítimas.
Ele não renovou contrato com o Botafogo. Mas sua carreira prosseguiu. Jogou no Athletico Paranaense e, agora, no Bahia.
Marcinho ainda não foi julgado.
A defesa de Renan quer que o atleta siga jogando. Se o Palmeiras quiser emprestá-lo, vendê-lo, que faça o que quiser, mas respeite o contrato que está em vigor.
O departamento jurídico do Palmeiras promete não ceder.
Leila Pereira não quer nem falar sobre o zagueiro...
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