Recuo de Milena na justiça. E carreira de Jean pode ser salva
Mesmo agredida, não quis prestar queixa nos Estados Unidos. No Brasil, o crime não existe se ela não quiser. "Penso no futuro das minha filhas", diz
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"SOLTO!!!
"Em audiência nos EUA, o juiz acabou de decidir pela soltura de JEAN, que pelas exigências de alguns procedimentos da própria Corte, será liberado dentro de 1 a 4 horas.
"O processo foi arquivado sem necessidade de pagamento de fiança. Não será deportado, não teve visto de passaporte cassado, apenas, ficará fichado, mas como processo arquivado."
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A comemoração é de Antônio Tillemont, avô de Jean, e candidato assumido à presidência do Bahia.
"Eu não dei queixa pelo simples fato de que se eu desse ele teria que pagar tudo aqui nos Estados Unidos e eu não quero um futuro desse para minhas filhas.
"Na hora certa irei me pronunciar, não mostro meu rosto porque estou irreconhecível. Só quero que entendam que além de mim e dele tem duas crianças, nossas filhas inocentes envolvidas na história… que vieram realizar um sonho que infelizmente virou um pesadelo."
O desafabo é Milena Bemfica, esposa que foi agredida pelo goleiro do São Paulo.
Mas o fato dela não prestar queixa nos Estados Unidos foi excelente para a defesa de Jean. O processo vai seguir. Porém, sem tanta força contra o goleiro.
O recuo da esposa será usado pela defesa do atleta.
"Todas as famílias têm discussões.
"Acreditamos que foi o que aconteceu aqui. Nós esperamos que os fatos vão provar que o ocorrido foi um assunto privado de família e nenhum crime foi cometido."
A convicção é do renomado advogado norte-americano Jack Goldberger, contratado para libertar o jogador. Jack ficou conhecido em casos midiáticos. E se apresenta como 'especialista em litígios de defesa criminal no Estado da Flórida e em todo o país há mais de 30 anos'.
Ele conseguiu a liberação do brasileiro sem pagamento de fiança. Fez o acordo que impede que Jean se aproxime das suas duas filhas sozinho. E ele precisa manter distância de Milena. O jogador ainda se comprometeu a ir aos Estados Unidos quando houver audiências sobre o caso.
No boletim de ocorrência, Jean deixou claro que primeiro foi agredido por Milena. Ela a teria pego conversando como outra mulher no telefone e o atingiu com um aparelho de fazer chapinha. E ainda mordeu sua perna, que estava sangrando. Só daí teria dado os oito socos no rosto da mulher e em frente a uma das filhas.
Ele foi solto e deve embarcar para o Brasil nas próximas horas.
O que aconteceu nos Estados Unidos só terá validade se Milena entrar com queixa contra o jogador, utilizando como prova os mesmos exames de corpo de delito feitos em Orlando.
A esposa, que não quis prestar queixa formal nos Estados Unidos, também se mostra disposta a não dar sequência legalmente contra o marido. "Para não prejudicar as filhas."
Se Jean for preso, ele fica sem trabalhar. Não há como pagar a pensão, garantir uma vida confortável para as filhas.
Sem a queixa de Milena, para a justiça brasileira nada ocorreu.
As perpectivas de Jean melhoraram.
Menos no São Paulo, que segue firme na decisão de rescindir seu contrato. Tão logo termine as férias, como obriga a legislação.
Mas aos 24 anos, o medo do goleiro, de ter de encerrar a carreira após a agressão, pode estar se dissipando.
Seu o avô Antônio Tillemont é radialista e tem influência política no Bahia. Jean Paulo Fernandes, pai do agressor, atuava como goleiro do próprio Bahia, Guarani, Ponte Preta. E trabalha como preparador de arqueiros no clube baiano.
Assim como João Victor, irmão de Jean, que é goleiro do Bahia.
Jean era considerado uma grande esperança no clube, foi goleiro da Seleção Brasileira sub-20, vice campeã mundial em 2017.
Ou seja, caso tenha seu contrato rescindido, o Bahia é uma possibilidade real de retorno ao futebol.
O advogado Breno Tannuri já foi acionado pelo empresário do jogador, Paulo Pitombeira, para defender Jean em relação ao São Paulo.
O recuo de Milena está abrindo caminhos para Jean.
Diminuindo a chance do final de carreira do goleiro.
Principalmente se não o processar no Brasil, como indica fazer.
Está claro que a esposa pode se separar por conta das agressões.
Mas não quer tirar o rentável trabalho de Jean.
Na cadeia, ele não teria como pagar pensão.
Milena alega que pensa no futuro das filhas...
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Jean é mais um na lista de jogadores acusados de agredir mulheres
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