R$ 160 milhões em reforços no Atlético. Sampaoli insaciável
Líder do Brasileiro segue reforçando seu time. Contratou o promissor argentino Zaracho. Mecenas, donos da construtora MRV, bancam reforços
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Jorge Sampaoli vislumbrou o futebol deste país, em 2019.
Com o limitado elenco do Santos, conseguiu ser segundo do Brasil.
Mas ele sabia.
O Flamengo de Jorge Jesus era imbatível.
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Ainda mais vivendo de salários atrasados, falta de reforços e promessas vazias do então presidente santista, José Carlos Peres.
Ele tratou de ir embora.
Acreditou que no Palmeiras poderia montar uma equipe para fazer frente ao Flamengo, conquistar a hegemonia no Brasil e na América do Sul.
Só que o presidente Galiotte não quis pagar R$ 1,2 milhão de salários e garantir um mínimo de R$ 100 milhões em contratações.
Não mentiu.
E Sampaoli foi procurado por Sérgio Sette Camara.
O presidente do Atlético Mineiro estava agoniado.
A contratação do venezuelano Dudamel havia sido um erro.
Sette Camara estava rompido com o ex-presidente Alexandre Kalil, seu mentor e quem o colocou para comandar o Atlético.
Seu sonho é a reeleição.
Precisava de um fato novo.
E decidiu ceder às exigências de Sampaoli.
Como o clube também vive a realidade de sua arena, nada mais natural para Sette Camara combinar com os donos da construtora do estádio, a MRV.
E Rubens Menin e Rafael Menin decidiram investir forte no time. Para ser o mais forte do Brasil, da América do Sul. E quando a arena estiver pronta, em 2022, garantir muito dinheiro com uma equipe fortíssima, vencedora, entrosada e hegemônica.
O retorno também virá em futuras vendas desses atletas.
Ótimo negócio para a MRV, que tem patrimônio de R$ 4,9 bilhões.
Por isso, o clube gastou mais de R$ 140 milhões em contratações.
Foram dez atletas desde que Sampaoli chegou.
Mariano, Júnior Alonso, Bueno, Alan Franco, Nathan, Eduardo Sasha, Marrony, Keno e Everson.
E agora acaba de confirmar o décimo reforço.
Matías Zaracho, meia argentino de 22 anos, do Racing. O preço: 6 milhões de euros, R$ 33,2 milhões. Por 50% dos direitos do promissor jogador.
Ele era sonho do técnico Coudet, do Internacional, mas o dinheiro da MRV desequilibrou o duelo.
A chegada de mais um estrangeiro faz parte do plano preparado meticulosamente por Sampaoli
No Brasil, só podem ser relacionados para uma partida cinco estrangeiros.
Quando o treinador argentino chegou em Belo Horizonte, ele percebeu que teria de se livrar de alguns atletas do exterior.
E foi racional.
Casares e Otero foram para o Corinthians.
Lucas Hernández foi para o Cuiabá.
Ramon Martínez ao Coritiba.
Dylan Borrero segue sendo observado.
Sem quatro estrangeiros, o clube pôde seguir observando o mercado sul-americano.
Sampaoli segue insistindo em um atacante do Boca Juniors, Sebástina Villa.
O clube argentino aceita a mesma proposta que seduziu o Racing: 6 milhões de euros por 50% dos direitos do jogador.
Só que o colombiano de 24 anos tem um grave problema.
Foi acusado de agredir sua companheira, Daniela Cortez, com socos.
Ela postou imagens com a boca sangrando nas redes sociais.
Sette Camara, a princípio, vetou.
Mas a contratação de Robinho pelo Santos pode ter feito com que mudasse de ideia.
Se o colombiano não vier, o chileno Eduardo Vargas segue sendo um pedido do treinador atleticano.
Sampaoli está cumprindo o que prometeu.
O Atlético Mineiro é o líder do Brasileiro.
E segue cada vez mais forte.
Desta vez, pronto para desafiar o Flamengo.
Sem Jorge Jesus, ainda se adaptando a Domènec Torrent.
E dividido pela Libertadores, que o time mineiro não disputa.
A hegemonia do Brasil custa caro.
Mas os mecenas do Atlético têm esse dinheiro.
Zaracho é mais uma resposta.
E Sampaoli quer mais.
É insaciável...
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