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Que venha Palmeiras ou LDU. Análise do duelo no Allianz? “Vou tomar um vinho com a minha mulher”, ironiza Filipe Luís. Flamengo mostrou aos argentinos o que é alma. Quinta final de Libertadores

Gustavo Costas chorou e pediu perdão aos torcedores do Racing. Não vai levar o time à final de Lima, como prometeu. Mesmo com um jogador a menos por 41 minutos, depois da expulsão infantil de Plata, o Flamengo segurou o 0 a 0. Rossi? Espetacular

Cosme Rímoli|Do R7

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Filipe Luís chega à final na primeira Libertadores como técnico. Como jogador, já ganhou duas Adriano Fontes/Flamengo

Esta é a primeira Libertadores de Filipe Luís como técnico.

E levou, de forma brilhante, o Flamengo à decisão.


Como jogador marcante que foi, ganhou duas na Gávea.

Quem questionou sua inexperiência como treinador deve estar arrependido.


Foi uma partida épica, ontem, em Avellaneda.

A impressionante torcida do Racing empurrou o quanto pôde o time de Gustavo Costas.


E ficou muito claro.

Quando o Flamengo precisou de Filipe Luís, ele fez o melhor.


Depois de 1 a 0, no Maracanã, a impressão de todos que acompanham futebol que o Racing pressionaria do primeiro ao último minutos da semifinal na Argentina.

Mas foi ao contrário.

Pelo menos enquanto o Flamengo teve os mesmos 11 jogadores que o rival.

O time carioca, escalado ofensivamente, dominou os primeiros 45 minutos, quem atuava em contragolpes e bolas longas, eram os donos da casa.

Luiz Araújo estava muito bem ofensivamente. Plata abria espaço. Arrascaeta mostrava coragem e talento nos duelos nas intermediárias. Carrascal se movimentava bem.

Varella e Arrascaeta tiveram chances cara a cara com Cambeses, mas o goleiro se impôs, com ótimas defesas.

O jogo estava dominado pelo Flamengo.

Mesmo no intervalo o técnico Gustavo Costa, aquele que havia prometido que levaria o Racing à Lima na final da Libertadores, adiantou suas linhas. Precisava vencer o jogo.

Mas o time carioca estava muito bem postado e não sofria pressão.

Só que a ingenuidade de Plata entrou em campo.

Rossi foi o único argentino entusiasmado no El Cilindro. Goleiro do Flamengo teve atuação espetacular. Segurou o 0 a 0 que levou o Flamengo à final da Libertadores Divulgação/Instagram Flamengo

Provocado, o equatoriano deu um leve soco, mas que pegou nas partes íntimas de Rojo. O argentino teve ótimo desempenho como ator. O flamenguista levou o vermelho.

Aos dez minutos, Filipe Luís viu tudo o que havia planejado ser sabotado por ter um jogador a menos. Foram 46 minutos de muita guerra, entrega dos flamenguistas, já que a partida teve seis minutos de acréscimo.

Tratou de montar uma linha de cinco defensores, mais três na intermediária e Bruno Henrique adiantado, lutando sozinho contra os zagueiros argentinos.

Os jogadores do Flamengo colocaram suas almas para travar o Racing. Nas vezes que isso não aconteceu, Rossi garantiu a classificação para a final.

O estádio Cilindro abarrotado teve de ouvir a festa dos cinco mil flamenguistas.

Filipe Luís estava emocionado, mas muito ciente do que havia ocorrido. Da merecida classificação rubro-negra à final.

“Foi uma vitória de um time com alma, competitivo e aguerrido, que sabe jogar em qualquer circunstância, contra qualquer adversário, que sabe jogar a Libertadores.

“Os jogadores que são multicampeões são os mais ambiciosos, e o meu time está cheio. Tem muito caminho até lá, mas estamos felizes com esse momento.”

O técnico falou de forma clara o que apenas sugeriu, antes da semifinal. Da preocupação que era enfrentar o Racing no seu estádio, no El Cilindro.

"Tínhamos certeza de que seria um jogo muito difícil pelo que vimos em todos os jogos. Vimos contra o Peñarol, o Vélez... Hoje assisti contra o Peñarol de novo pela manhã. E tinha certeza de que seria um jogo duro, complicado.

“Percebe-se que os jogadores têm muita confiança quando jogam em casa. Os que entram no segundo tempo também têm muita qualidade. É uma equipe muito difícil de se jogar, porque, como disse antes, tem as ideias muito claras como quer chegar na área rival.

“Isso faz com que, se você os pressiona com muita gente, eles colocam muita pressão na sua última linha, dividindo o seu time. Então, optamos por um plano diferente do que vínhamos fazendo para tentar passar, mas sabíamos que íamos sofrer.”

Filipe Luís detalhou a partida, com precisão.

“Nos sentimos mais confortáveis com a bola no primeiro tempo. Os espaços estavam muito claros. É um time que pressiona muito bem, que salta e agride o portador da bola, que gera dificuldade para jogadores que jogam entre as linhas. Mas o time conseguiu encontrar esses espaços que o time deles deixava.

O abraço justo dos dois grandes personagens da classificação do Flamengo à final da Libertadores Divulgação/Conmebol

“Mas gostaria de falar que o Racing é um time com ideias muito claras. Pode não gostar de uma forma ou outra de jogar, mas quando você vê os jogadores acreditando na ideia do treinador é muito difícil. O Racing é muito difícil de se jogar contra. Pela forma como defendem, atacam, a clareza para chegar à área do adversário. Isso tudo fazia com que fosse um desafio maiúsculo para nós.

“No segundo tempo, com a expulsão do Plata, um jogador fundamental para a gente, foi entender que estávamos com a vantagem no placar. Pensamos em povoar bem a última linha, porque eles colocam 6 jogadores na última linha, às vezes 7, constrói no 2-1-7, 3-1-6.

“Acreditamos que a linha de 5 seria importante para defender esses cruzamentos, as trocas foram pensando nesse ponto. Deu certo. Mas ressaltando o mérito dos jogadores dentro do campo, os responsáveis por colocar o time na final.”

As coletivas de Filipe Luís são aulas.

Ele trabalhou muito.

Tem o controle de estrelas importantes e, muitas vezes, afetadas, do Flamengo.

Foi essa postura que levou o clube mais popular do Brasil à quinta disputa de Libertadores.

Perguntado sobre o adversário que ele deseja ter na final da Libertadores, se Palmeiras ou LDU, que se enfrentam hoje, ele saiu pela tangente, escapou.

“Amanhã (hoje) vou desfrutar tomando um vinho com minha mulher vendo a partida do ponto de vista tático, seguindo apenas a bola. O desgaste mental das últimas semanas está sendo muito grande. Necessito desfrutar também. O dia seguinte usarei apenas para desfrutar.”

Quem acredita?

Ninguém.

Ele estará acompanhando com todo o interesse a semifinal de hoje no Allianz.

O vinho pode esperar...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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