Quatro gols. A resposta de Rafael Navarro. O Palmeiras já tem um artilheiro. Não precisa comprar
O jovem atacante de 22 anos foi o primeiro jogador da história do Palmeiras a marcar quatro gols em um jogo da Libertadores. Pode se transformar no definidor que tanto Abel Ferreira implora à diretoria desde 2021
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Noite de segunda-feira.
A confirmação por parte de Anderson Barros.
O Benfica havia recusado a proposta de 8 milhões de euros, cerca de R$ 41 milhões, por Carlos Vinícius, atacante brasileiro, emprestado ao PSV. Exigia 10 milhões de euros, cerca de R$ 51 milhões, em uma só vez.
Não houve negócio.
A desilusão com mais um definidor que o Palmeiras não conseguiu contratar. E a consternação na direção e na comissão técnica foi maior porque a janela para buscar jogadores do exterior fechou ontem e Carlos Vinícius era a última tentativa do semestre.
A lamentação de Abel Ferreira era que o jogador maranhaense tinha as características que ele desejava. Forte, cabeceador, vibrante, com ótimo trabalho como pivô, definidor.
Pois
Só que 24 horas depois, veio o histórico jogo contra o Independiente Petrolero.
E Rafael Navarro, que acompanhava a obsessão da comissão técnica, da diretoria, dos conselheiros, dos torcedores, da imprensa por um "camisa 9", mostrou que tem condições de se transformar nesse jogador que tanto Abel Ferreira implora à presidente Leila Pereira que contrate.
Ensandecido, ele conseguiu o que nenhum outro jogador do Palmeiras ousou na história da Libertadores. Marcou quatro gols. E ainda, não satisfeito, deu uma assistência a Rony. A goleada estonteante foi de 8 a 1 para o time de Abel Ferreira.
Foi a segunda vitória em dois jogos na Libertadores, seguindo o plano traçado pelo treinador de o clube fazer a melhor campanha na fase de grupos. Para ter o direito de decidir os mata-matas, no Allianz Parque. Estratégia simples mas que garante muita vantagem, na busca da terceira Libertadores seguida, que seria a quarta palmeirense.

Foi diante de 26 mil torcedores. Rafael Navarro chegou a seis gols, isolando-se como artilheiro absoluto da Libertadores.
"(O jogo e os gols foram) Muito importante ganhar a confiança, estou aqui pra ajudar.
"(Sobre a pressão para a contração de 'um 9', mesmo com ele no elenco) Não me incomoda, me motiva a trabalhar mais. Se estão pedindo o 9, eu trabalho."
A torcida aplaudiu de pé o jogador que completa 22 anos amanhã. E que veio "de graça" para o Palmeiras. Terminou seu contrato em dezembro com o Botafogo.
Rafael Navarro havia ficado 13 jogos sem marcar sequer um gol. Perdeu até pênalti. Mas fez dois contra o Deportivo Táchira e quatro ontem.
Com a suspensão de Abel Ferreira, foi seu auxiliar, João Martins, quem comandou o time. E tratou de frear a euforia dos jornalistas com Navarro.

"Sabemos que tem que haver sempre um equilíbrio, faz parte do nosso trabalho. Não é porque ficou 13 jogos sem marcar que é o pior do mundo, nem agora que fez seis gols em dois jogos é o melhor do mundo. Faz parte do nosso trabalho passar esse equilíbrio aos atletas. Em alguns jogos, ficamos muito contentes com o Navarro, independentemente dele ter feito gol ou não."
"Sabíamos que o centroavante tem essa pressão de fazer gols, mas a vida do treinador é saber lidar com isso e ser equilibrado em todos os níveis. Não houve nada de diferente, o que há é trabalhar diariamente e confiar nos jogadores que temos. Sabíamos que mais cedo ou mais tarde os gols sairiam, porque é um jogador com muita qualidade, especial."
Navarro chegou como aposta, uma contratação de ocasião, por vir sem custos.
Ele deveria ser o reserva do "camisa 9 vivido" que o Palmeiras planejava contratar. O nome sonhado era mesmo de Pedro, do Flamengo. Mas o negócio fracassou. Como a vinda de João Pedro do Al Wahda. E a de Carlos Vinícius.
A mais inesperada solução deu um passo enorme ontem.
Para começar a ganhar a confiança da diretoria, da imprensa, da torcida.

"O Navarro é um jogador que eu, particularmente, confio. É um jovem com muito potencial."
"Tenho três exemplos para dar para termos paciência e dar tempo aos jovens: Raphael Veiga está em grande forma há dois anos, mas o clube o contratou há cinco anos, até atingir este nível. Rony é a mesma coisa."
"Quando cheguei, não tinham paciência com o Rony. Peço isso aos torcedores. Que deem confiança aos nossos jogadores, como eu dou", pedia Abel Ferreira, após a vitória contra o Guarani, no Paulista, em março.
Navarro deu um grande passo para assumir a camisa 9.
E se tornar o artilheiro improvável.
Que pouquíssimas pessoas acreditavam no Palmeiras.
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