"Prefiro um crime de Internet do que estupro." Diz pai de Neymar

São Paulo, Brasil

Neymar tem um staff de cerca de 30 pessoas.

Especialistas em marketing, em direito, em administração, em comunicação. 

Além do seu onipresente pai, que decide todos os passos de sua carreira. Desde o clube no qual vai jogar. O salário que quer receber. Os bônus em caso de conquista, de artilharia.

Decide também quais os patrocinadores terão o direito de usar a imagem do filho. 

Neymar Sênior escolhe as mansões, o jatinho particular, o helicóptero.

E também é ele quem administra o dinheiro que o jogador vai gastar por mês. Bem parecido a uma mesada, pequena quantia que os pais reservas aos filhos para que comecem a aprender a lidar com dinheiro.

Com exceção do pai, com quem tem uma relação afetiva, as demais 30 pessoas recebem salários para trabalharem com o jogador. E seguem ordens dele.

Em análise mais simples, Neymar faz o que quer, apesar de, teoricamente, bem assessorado.

A exposição de algumas mensagens e várias fotos, inclusive nuas, da mulher que o acusa de um suposto estupro foi decisão do jogador e do pai.

Quiseram expor a intimidade que Neymar dividiu com a mulher que conheceu no Instagram. E que pagou as passagens do Brasil até a França. E de volta da França para o Brasil. Além hospedagem em um luxuoso hotel em Paris.

Neymar e Neymar Sênio não se comunicaram com nenhum advogado do seu staff.

Seriam avisado da bobagem que estava cometendo.

Não se defendendo, mas expondo as fotos da mulher nua. 

O artigo C do Código Penal detalha.

"Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia"

Pena de um a cinco anos.

Mas o quem parecia desleixo, foi na verdade uma postura consensual entre pai e filho.

Ambos decidiram expor as mensagens e as imagens da mulher nua.

"Eu prefiro um crime de internet a de estupro", acaba de declarar Neymar Sênior, em entrevista à TV Bandeirantes.

Ele foi outra vez defender o filho.

"Não tínhamos escolha. Eu prefiro um crime de internet a de estupro. Foi o Instagram que tirou. Pelas regras do Instagram estava normal. Ele preservou a imagem, o nome. Ele precisava se defender rapidamente. É melhor ser verdadeiro e mostrar o que aconteceu. Sabíamos da chantagem, mas não da coragem de fazer um BO em cima de uma situação dessas", disse, irritado.

"Estamos muito abalados. É muito difícil saber que isso não é verdade e enfrentar essa situação. Há muito tempo atrás, quando o Neymar saiu do Santos, fomos acusados de sonegação fiscal, já fomos absolvidos e até hoje levamos o nome de sonegadores. Imagina uma situação dessas e você ver seu filho chamado de estuprador. Por isso queremos que ele se pronunciasse. Fizemos o possível para não expor a menina."

Neymar Sênior confirmou que foi a administração do Instagram que retirou o vídeo de Neymar se defendendo da acusação do suposto estupro. E que tinha fotos da mulher.

Foi por isso que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro mandou um carro da polícia para a Granja Comary, ontem pela manhã. E não encontrou o atleta, que chegou uma hora e meia mais tarde, de helicóptero.

Foi a primeira vez na história que policiais foram até a concentração da Seleção Brasileira atrás de um jogador.

Neymar Sênior demonstrou não estar preocupado com a possibilidade de o filho ter cometido crime com a exposição das fotos.

Era uma escolha tornar público a situação porque sabemos o tamanho do Neymar e tudo o que diz respeito a ele fica grande, fica uma especulação fora do comum.

Quando a gente percebeu que chegaria a público através de uma extorsão, procuramos nossos advogados, recebemos essas pessoas para saber o que elas queriam. Quando fomos informados vimos que era dinheiro e negamos. Fui procurado por um advogado que se dizia representante dessa moça.

Estamos tranquilos."

E repetiu, com todas as letras.

"Prefiro um crime de Internet do que estupro."