Por que Corinthians, Palmeiras e São Paulo não tiveram Renato Gaúcho
Os três clubes insistiram por anos. Mas o atacante nunca jogou em qualquer clube paulista. A lenda era que não gostava do estado sem praia. Balela
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
"Você sabe por que não vou jogar em São Paulo? Porque as mulheres usam blazer. Impossível imaginar o que está por baixo. No Rio de Janeiro, não. Está tudo à mostra..."
A ironia tem 23 anos, quando Renato Gaúcho jogava no Fluminense. Foi a resposta que ouvi da sua boca, nas Laranjeiras.
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Na época, era jogador importante, símbolo sexual do país. E cultuava o personagem para não ter de se aprofundar em questões complicadas.
Como nunca ter atuado na rica capital paulista, apesar de dirigentes de Palmeiras, São Paulo e Corinthians terem ficado a seus pés.
Agora, com 55 anos, comandante do clube campeão da Libertadores, a conversa é muito mais séria. Renato assume que as pobres mulheres paulistas de blazer não eram culpadas.
"Eu nunca tive problema específico com São Paulo. Tive o prazer de ter ofertas de todos os clube importantes paulistas. Mas não fui porque tinha contrato com outras equipes. Não tinha como sair. Na minha época como jogador, o controle da vida do jogador ficava com o clube. Só por isso", explica.
As histórias são bem interessantes.
"Quando eu voltei da Roma, dirigentes do Corinthians me 'sequestraram' e me trancaram dois dias em São Paulo. Acontece que o Flamengo foi mais rápido e me sequestrou, me levou para o Rio. E fui jogar com o meu ídolo maior no futebol, o Zico."
O falecido e mais representativo presidente corintiano, Vicente Matheus, tinha fascinação por Renato Gaúcho. O considerava carismático e capaz de lotar estádios. O queria como ídolo no Parque São Jorge. Sempre se queixou pela negociação não ter dado certo.
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"O Palmeiras quis me levar quando tinha contrato com o Fluminense. Eles insistiram tanto que quase acertamos. Só que não iria sair das Laranjeiras e esqueceria o dinheiro que o Fluminense me devia. Quando souberam que o Palmeiras estava negociando comigo, me pagaram. Se eu me aproveitei da proposta do Palmeiras? Não. Porque não precisava agir dessa maneira."
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"O São Paulo também tentou me levar quando eu tinha contrato com o Fluminense. Negociamos, fui para o Morumbi. Falei para os dirigentes que nada estava certo. E que não iria colocar a camisa do clube, em respeito ao Fluminense. Mas forçaram a situação. Apareceu uma camisa e chamaram os fotógrafos. Insistiram, mas eu não coloquei a camisa. E acabei voltando para o Fluminense, que quis que eu seguisse com o meu contrato. Simples assim."
Se não veio como jogador, como técnico isso pode mudar.
Seu trabalho vem sendo acompanhado por conselheiros importantes do Palmeiras e do São Paulo. A enorme tendência é que, se nada mudar, o Flamengo fará de tudo para tê-lo como técnico em 2019.
E as mulheres de blazer terão de esperar...
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