Polícia protegerá time do Cruzeiro. Atletas estão apavorados. Além de ameaças de morte, bonecos foram pendurados em viaduto de BH
Não bastassem ameaças nas redes sociais dos jogadores, depois da eliminação do clube da final do Mineiro, vândalos penduraram manequins com camisas de Matheus Pereira, Marlon e Willian, em um viaduto. Polícia foi acionada. Clima de medo na Toca da Raposa
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O medo domina o Cruzeiro.
O clube, que investiu mais de R$ 250 milhões, na formação de sua equipe, vive sério momento de medo.
A eliminação do time na semifinal do Campeonato Mineiro, diante do América, teve consequências.
E elas foram além da enorme decepção da mídia e dos torcedores comuns, que esperavam o confronto com o Atlético, pelo título que não vai para a Toca da Raposa há seis anos.
Vândalos começaram a ameaçar os atletas pelas redes sociais.
Os alvos principais: Matheus Pereira, Marlon e Willian.
Os motivos são óbvios.
O meia, melhor jogador, disparado do elenco, esteve envolvido em uma negociação com o Zenit.
O clube russo chegou a oferecer 20 milhões de euros, cerca de R$ 119 milhões.
Ele completará, em maio, 29 anos.
Está na idade limite para voltar para a Europa.
Jogou no Sporting, Chaves, Nurberg e West Bromwich.
E sempre acalentou a possibilidade de jogar de novo no Velho Continente.
De acordo com a imprensa mineira, ele recebe cerca de R$ 1,8 milhão por mês.
Se houvesse a negociação, seu salário iria dobrar.
Matheus Pereira primeiro aceitou a proposta.
Deixou de treinar para a semifinal.
Mas, na sexta-feira passada, um dia antes do jogo, voltou atrás.
Resolveu ficar.
O técnico Leonardo Jardim decidiu não colocá-lo na decisão.
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Por ter montado o time sem ele e por conta do lado psicológico do atleta, que não considerou satisfatório.
Ele não jogou e nem ficou no banco, surpreendendo a mídia mineira.
O trabalho do América ficou facilitado.
A partida terminou empatada, no estádio Independência, como já havia acontecido no primeiro jogo, no Mineirão.
Outro 1 a 1.
A decisão, para quem seria o finalista, foi para os pênaltis.
Marlon e Willian desperdiçaram suas cobranças e o América foi finalista.
O confronto foi no sábado à tarde.
E no domingo as ameaças aos três atletas se intensificaram.
De morte...
Culminando com vândalos pendurando os três manequins no viaduto da Avenida Antônio Carlos, muito movimentada em Belo Horizonte.
Os bonecos vestiam as camisas dos jogadores.
Não tinham cabeça.
E mostravam manchas imitando sangue.
Os atletas, principalmente seus familiares, ficaram apavorados.
A direção do Cruzeiro acionou a Polícia.
E ela já destacou agentes para acompanharem os atletas.
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Nos treinamentos, o elenco cruzeirense terá reforço na segurança.
O clube só volta a atuar daqui a quatro semanas, no Brasileiro.
O Cruzeiro repudiou a atitude criminosa, de intimidação.
A nota é direta.
“O Cruzeiro repudia veementemente e lamenta episódios de ataque às vidas de alguns de seus atletas, ocorridos na última noite. O clube acionou as forças de segurança para que todas as providências sejam tomadas a respeito desse assunto.
“Episódios como esses só escancaram o quanto precisamos evoluir enquanto sociedade. O clube entende e acata as cobranças e críticas, mas que elas possam permanecer no âmbito esportivo e jamais sejam ataques, ameaças ou ofensas, independentemente da equipe, ou clube.”
Além dos três, vândalos, se dizendo cruzeirenses, fizeram ameaças de morte ao goleiro Matheus Mendes, do América.
Pelas defesas que fez no jogo.
E por ter catimbado a decisão por pênaltis.
A Polícia Civil de Minas Gerais já está trabalhando.
Buscando os autores das ameaças.
E, principalmente, quem pendurou os bonecos representando o trio cruzeirense.
A situação é inaceitável...