Palmeiras pode esquecer Dudu. Ele quer ficar no Qatar

Clube sonha com o retorno do atacante em 2021. Mas ele segue firme no seu plano. Está jogando bem. Quer se naturalizar e jogar a Copa de 2022

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

27/10/2020 - 12h18 (Atualizado em 05/04/2024 - 03h52)

São Paulo, Brasil

A diretoria do Palmeiras, que se humilha buscando novo treinador para o lugar de Vanderlei Luxemburgo, tinha uma esperança.

Que Dudu fizesse parte do elenco, em 2021.

O presidente Mauricio Galiotte emprestou o melhor jogador do elenco ao Al-Duhail, do Qatar.

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Atendeu a um pedido do jogador, que não suportava mais brigar com sua ex-esposa Mallu Ohanna. Com direito a empurrões registradas em vídeo.

O atacante pediu para ir atuar do outro lado do mundo, para não ter mais contato com Ohanna.

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Como Dudu havia recusado propostas, a pedido do presidente, que sonhava com a conquista da Libertadores em 2018 e 2019, o dirigente resolveu ceder. E liberá-lo, sem consultar ninguém no clube. A decisão foi apenas sua.

Só que, além do empréstimo, por 7 milhões de euros, cerca de R$ 46 milhões, por um ano, havia o compromisso, caso o Al-Duhail quissesse comprá-lo, bastaria pagar mais 6 milhões de euros, cerca de R$ 39,8 milhões.

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E bastaram três meses e a adaptação de Dudu parece ser total.

O treinador marroquino Walid Regragui entendeu a movimentação do brasileiro. Ele está à vontade no clube qatariano.

Marcou na última rodada, seu quarto gol. O terceiro em seguida. E já deu uma assistência, nas 11 partidas que atuou.

"Conseguimos mais uma vitória importante e fico contente por ter marcado novamente, principalmente porque o gol foi importante para recuperarmos nossa confiança na partida.

"Estou me sentindo bem e a cada jogo mais entrosado com os meus companheiros. Espero seguir evoluindo porque temos muitos objetivos importantes na temporada", disse o jogador.

O atacante está dando os primeiros passos do plano que traçou ao ir para o Qatar.

Além de fugir de contato com sua ex-esposa, Dudu tem um sonho.

Disputar a Copa do Mundo de 2022.

Se foi injustiçado por anos, por Tite, ele vislumbra a chance de se naturalizar e disputar o Mundial pelo Qatar.

Ou seja, não faz parte dos seus planos voltar ao Palmeiras antes de 2022.

Ele não pode ser oferecido como um dos destaques do clube paulista na próxima temporada, para técnicos estrangeiros que os dirigentes palmeirenses buscam para comandar o clube.

Galiotte sabe que errou.

Prejudicou o Palmeiras.

Mas se sentia em dívida moral com Dudu.

E o deverá perder definitivamente.

Se ele mantiver o foco, o Al-Duhail terá um jogador muito talentoso, de apenas 28 anos, por um preço baixo demais: 13 milhões de euros, R$ 86 milhões.

Dudu segue sua vida.

Persegue o melhor para a carreira.

Não tem mais obrigação alguma com o Palmeiras.

Simples, assim...

'Duplas' de goleiros tranquilizam torcidas no futebol brasileiro

Toda grande equipe começa por um grande goleiro. E todo grande elenco começa por dois grandes goleiros. Esta premissa presente em várias épocas no futebol brasileiro tem ressurgido, com várias equipes mantendo jogadores de alto nível na posição. A paridade é tanta que, quando o titular tem de ficar de fora, técnico e torcida não chegam a considerar a ausência um desfalque
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Afinal, o substituto, como no caso do goleiro Wálter, do Corinthians, costuma fechar o gol, muitas vezes acostumado com o ritmo intenso dos treinamentos do titular. Cássio, que vem passando por pressão neste momento, teve de ficar de fora contra o Athletico-PR, mas o reserva de luxo fez excelentes defesas e ajudou o time a vencer por 1 a 0, no último dia 14

Leia mais: Palmeiras é time do Brasil com mais gols na história da Libertadores

O Palmeiras é uma equipe que tem tradição em revelar e também contar com excelentes goleiros. Tanto é que, em 2016, Jaílson substituiu o titular Fernando Prass, contundido, e foi um dos melhores jogadores da campanha que levou a equipe ao título brasileiro. Agora, também tem correspondido quando substitui Wéverton, campeão olímpico e goleiro da seleção brasileira

No fim de setembro, Jaílson, de 39 anos, renovou contrato com o clube até o fim de 2021. Ele foi contratado em outubro de 2014, vindo do Ceará. E mesmo já veterano, agarrou a chance e se tornou um dos jogadores de confiança no clube, sempre com importante papel agregador fora de campo e, quando exigido, correspondendo durante os jogos

Situação semelhante vive o Botafogo, que tem no titular (?) Gatito Fernández a principal referência da equipe.
Gatito, de 32 anos, vinha atuando bem, mas não participa dos jogos do Botafogo desde o dia 23 de setembro último, por causa de questões físicas e por ter sido convocado para a seleção paraguaia

Mas Diego Cavalieri, 37 anos, como tem ocorrido com frequência, o substituiu à altura, mostrando a tranquilidade e o reflexo que o levaram até a seleção brasileira em 2012. Contra o Palmeiras, por exemplo, defendeu pênalti, teve grande atuação e foi fundamental para a vitória por 2 a 1

No Flamengo, o titular Diego Alves era um dos líderes do time campeão da Libertadores em 2019. Mas, após a pandemia, jogou pouco, tendo de ficar de fora. Ele se lesionou no jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, em 30 de agosto. E depois testou positivo para covid-19, ficando de quarentena. Retornou aos treinos, mas ainda se recupera de contusão no ombro

Neste ínterim, alguns reservas o substituíram. César, como sempre, tem mostrado qualidade, mas quem se destacou mesmo foi o jovem Hugo, de 21 anos, vindo das categorias de base. Ele até já foi convocado por Tite para a seleção, para ganhar experiência, mas nunca tinha tido uma sequência tão grande. No seu primeiro jogo, contra o Palmeiras, o famoso jogo da covid-19, foi um dos melhores em campo e pode até ser considerado titular no momento

Este tipo de situação não é inédito no futebol brasileiro. Nos anos 50, por exemplo, o Corinthians teve em seu elenco dois grandes goleiros: Gylmar dos Santos Neves e Luiz Morais, o Cabeção. Gylmar acabou ganhando a posição de Cabeção e foi campeão do famoso IV Centenário, denominação do Paulista daquele ano de 1954. Depois se tornou titular da seleção brasileira e o maior goleiro do clube em todos os tempos

Mas Cabeção manteve a "cabeça erguida". Acabou fazendo sucesso na Portuguesa. Seu nível técnico era altíssimo, a ponto de ter sido um dos goleiros da seleção brasileira que participou da Copa do Mundo de 1954. Era reserva do grande Castilho. E fez uma longa carreira no Corinthians, sendo titular na conquista do Paulista de 1951 e da Pequena Taça do Mundo, realizada na Venezuela, enfrentando o Barcelona e a Roma, nesta que foi a primeira conquista internacional do Corinthians. Ele morreu neste ano de 2020, no dia 6 de janeiro, aos 89 anos

Nos anos 80, o Palmeiras viveu uma fase em que várias gerações de grandes goleiros se encontraram. Em 1986, Leão, titular da seleção nas Copas de 1974 e 1978, novamente era o goleiro da equipe mas, já veterano, via o jovem Zetti crescer nos treinamentos (na foto, Leão treina com Zetti). Zetti assumiu a titularidade em 1987, substituindo Martorelli e vinha bem até fraturar a perna, em dividida com o atacante Bebeto, contra o Flamengo, em 1989

Foi substituído pelo jovem Velloso, que entrou e praticamente ganhou a posição, chegando inclusive a defender a seleção brasileira em 1990, quando Falcão era o técnico. Em 1993, fazia parte do grupo campeão paulista, mas o titular passou a ser Sérgio, antes de outro grande nome da história do clube, Marcos, assumir a posição

Durante a boa campanha do Corinthians no Campeonato Brasileiro de 1986, quando o time caiu nas quartas de final, Carlos e Waldir Peres se revezaram no gol. Dois goleiros de nível de seleção brasileira. Waldir Peres foi o titular do Brasil na Copa de 1982 e Carlos, na de 1986. Curiosamente, com boas atuações, Waldir acabou se tornando titular, justamente durante as ausências de Carlos, convocado para a seleção brasileira e, no clube, "punido" por essas convocações

Com a saída de Waldir, Carlos ficou mais tranquilo no posto e foi titular durante quase toda a campanha do Corinthians no Paulista de 1988, quando a equipe foi campeã. Mas, na reta final, se contundiu e foi substituído pelo jovem Ronaldo, que se tornou titular na final contra o Guarani, mostrou qualidade, personalidade e ganhou a posição, tornando-se um dos maiores goleiros da história do clube e sendo convocado para a seleção brasileira
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Toda grande equipe começa por um grande goleiro. E todo grande elenco começa por dois grandes goleiros. Esta premissa presente em várias épocas no futebol brasileiro tem ressurgido, com várias equipes mantendo jogadores de alto nível na posição. A paridade é tanta que, quando o titular tem de ficar de fora, técnico e torcida não chegam a considerar a ausência um desfalque Veja também: Museu do Futebol reabre para comemorar os 80 anos do Rei Pelé

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