Palmeiras está se cansando de Luxemburgo. Analisa a demissão
Vencer o Paulista e estar invicto no Brasileiro não garantem o técnico. Galiotte está muito pressionado para demiti-lo. Pela apatia crônica do time
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O Palmeiras venceu o Campeonato Paulista, depois de 12 anos.
Impediu, o maior rival, o Corinthians, de ser tetracampeão.
É o único invicto entre os 20 times no Brasileiro.
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Mesmo assim, o descontentamento sobre o trabalho de Vanderlei Luxemburgo é imenso.
Ao contrário com o que aconteceu com os demitidos, desde 2017, Eduardo Baptista, Cuca, Roger Machado, Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes, a pressão é de fora para dentro.
Começou com os torcedores, passou pela imprensa, chegou aos conselheiros. E impregnou membros da diretoria.
O presidente Mauricio Galiotte está impressionado com a rejeição de Luxemburgo dentro do Palmeiras.
A queixa é a falta de convicção tática.
O treinador não faz seu caríssimo elenco render.
O time é apático, sem vibração, sem imaginação.
Previsível.
Não há ambição.
O clima é de acomodação.
Um dos maiores ídolos da história palmeirense, o ex-goleiro Marcos, apelou para sua falta de sutileza. Pediu para o paraguaio Gustavo Gómez colocar o suor de sua camisa em uma jarra de suco. E passar aos jogadores, torcendo para que a 'raça' seja transmissível.
Houve uma reunião com o departamento de futebol e Galiotte ontem.
O presidente quer entender o que está acontecendo.
A desculpa de Vanderlei é que o time segue invicto, tem 10 pontos, com um jogo a menos. Se vencer o Red Bull Bragantino, domingo, em Bragança, pode atingir o segundo lugar na tabela.
O treinador outra vez está sendo cobrado por más atuações de Lucas Lima, Gustavo Scarpa, Raphael Veiga e Rony.
Luxemburgo também foi criticado por desmoralizar publicamente o lateral Matías Viña. O uruguaio de 22 anos é um dos grandes investimentos financeiros do clube.
Ele ainda está se adaptando ao Brasil. Não gostou de ser substituído contra o Internacional. Luxemburgo fez questão de virar as costas para o jogo, que seu time atuava mal, e gritou com o jogador.
"Quem manda aqui sou eu. O técnico sou eu."
Os demais jogadores não gostaram da atitude. Viña é muito querido no Palestra.
Luxemburgo percebeu que não está mais nos anos 90, quando gritava, xingava os jogadores, nos vestiários.
Tudo mudou.
Atletas importantes não aceitam mais esse tipo de tratamento.
Vanderlei segue no Palmeiras.
Mas o clima no clube é péssimo.
Jogadores inseguros, desconfiados.
Perceberam que o treinador não pensará duas vezes em afastar atletas para se manter no cargo.
As duas próximas partidas serão importantes.
Red Bull Bragantino e Corinthians.
Mesmo se o Palmeiras não perder, Luxemburgo corre risco.
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É impressionante como ele está deixando de ser apoiado no clube.
Mesmo a ala de conselheiros mais velhos, a começar pelo presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim del Grande. Ele já foi muito mais veemente na defesa do técnico.
O espanhol Miguel Ángel Ramírez, treinador do equatoriano Independiente Del Valle, tem defensores importantes no Palmeiras.
Aos 68 anos, está muito difícil para Luxemburgo se adaptar à modernidade.
Ganhar estadual, cada vez mais insignificante, é uma coisa.
Outra bem diferente é o Brasileiro.
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A desilusão em relação a ele é contagiosa.
A rejeição ao técnico afeta o ambiente.
Galiotte já é muito questionado.
Ele também está cansando do fraco futebol palmeirense.
Daqui a 12 dias, o time volta a disputar a Libertadores.
Torneio que Luxemburgo jamais chegou sequer à final.
A pressão contra o treinador é assustadora.
Nem suas piadas funcionam mais.
Assim como o truque de afastar jogadores.
Ou o time reage.
E começa a jogar de maneira convincente.
Ou ele será mandado embora do Palmeiras...
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