Palmeiras desperdiçou Hulk e Diego Costa. Estagnou. E tem medo de perder '2021'
Como Abel havia previsto. Sem reforços, com os jovens e reforços baratos não rendendo, o time estagnou. O clima é de pessimismo na semi da Libertadores e no restante do Brasileiro. Clube está atrás do Flamengo e Atlético
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Clima de pessimismo no Palmeiras.
A origem italiana do clube deixou uma característica marcante no clube. Não há meio termo. Ou a equipe está 'pronta' para ganhar todos os títulos que disputa. Ou não vai 'dar nada certo'.
O 'ano está perdido' foi a expressão mais ouvida entre conselheiros da oposição e da situação, ontem, após a deprimente derrota para o time misto do Flamengo, em pleno Allianz Parque.
O Palmeiras já perdeu o Campeonato Paulista, permitindo que o rival São Paulo acabasse com o jejum de nove anos, na final; foi eliminado da Copa do Brasil pelo CRB, de Alagoas; chegou à metade do Brasileiro sete pontos distante do embalado Atlético Mineiro, tem apenas um ponto a mais que o Flamengo, que pode ganhar mais seis, com duas partidas que tem a menos.
E vai enfrentar justamente o Atlético Mineiro, na semifinal da Libertadores. De favorito, o time de Abel Ferreira virou zebra contra a equipe de Cuca.
Das últimas oito partidas, o clube venceu apenas duas.
Tomou 11 gols nos últimos cinco jogos.
Quatro derrotas e uma vitória.
A cobrança interna desta vez não está recaindo no treinador.
Nem nos jogadores.
Mas no último ano da administração Mauricio Galiotte.
A sua obsessão em deixar o Palmeiras com menos dívidas possíveis fez com que a equipe não se reforçasse.
E tinha dois jogadores importantes na mira e os descartou por conta dos salários.
Eles foram parar justamente no rival pelos títulos brasileiro e da Libertadores.
Os atacantes Hulk e Diego Costa.
'É a tal administração do futebol de Anderson Barros', resume ao blog um dos mais poderosos conselheiros da situação, que sustenta Galiotte e garante Leila Pereira como nova presidente do clube, a partir de novembro.
A mando de Galiotte, o gerente Anderson Barros não fez grandes investimentos. Apesar de, por exemplo, esses dois atletas e seus representantes estarem dispostos a defenderem o clube paulista.
Além disso, o Palmeiras abriu mão de Matías Viña, seu excelente lateral esquerdo uruguaio. A direção não conseguiu convencer a Roma a aceitar o atleta apenas no final do ano, depois da disputa da Libertadores e do Brasileiro.
Acreditou que o também uruguaio Piquerez chegaria e já assumiria a posição. Só que não houve tempo de adaptação para tamanha cobrança.
Jorge, outro lateral esquerdo contratado, ainda está no estágio final de recuperação no joelho esquerdo.
Os jovens jogadores não estão dando a resposta esperada nesta temporada. Gabriel Menino, Patrick de Paula, Verón, não se firmaram como Galiotte esperava.
E o Palmeiras estagnou.
Nem duas semanas de férias foram suficientes para melhorar a equipe, que foi muito mal, ontem contra o time misto do Flamengo, em partida fundamental para o futuro do time no Brasileiro.
Abel Ferreira antecipou a Galiotte que esta situação chegaria.
Por isso ele chegou até a cobrar reforços públicamente do dirigente porque precisava de outros atletas com capacidade de alterar a maneira de o Palmeiras jogar.
Mas o presidente foi direto. Deixou claro que Dudu, como o blog antecipou, voltaria. E que também poderia oferecer Deyverson. Ambos voltaram. Mas não era o que Abel precisava.
Borja também poderia ficar, pelo treinador, mas a direção quis recuperar ao menos uma mínima parte dos R$ 70 milhões que gastou com o atacante, sua contratação mais cara da história. E o emprestou ao Grêmio.
O time voltará a campo no sábado, contra a Chapecoense, em Santa Catarina. E enfrentará o Atlético Mineiro, pela semifinal da Libertadores, na terça-feira, dia 21.
Terminar 2021 sem a conquista de um título é tudo que a situação não queria. Para que a pressão não se reflita na eleição, que a favoritíssima Leila Pereira, dona da Crefisa, não sofra os reflexos da campanha decepcionante, para um elenco tão importante.
A tensão é grande na diretoria.
O que deveria ser expectativa virou preocupação.
Tudo está acontecendo como Abel Ferreira previra.
Há enorme incerteza sobre o futuro do Palmeiras no ano.
E já atinge até a candidata Leila Pereira.
O clube não está preparado para ser a terceira força do Brasil.
Ficar atrás do Flamengo e do Atlético Mineiro.
Mas não investiu para isso...
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