Palmeiras cruel. Precisava de uma cabeça. Felipão na rua. Mano é alvo
Demissão sumária de Felipão. Galiotte foi pressionado demais pelos fracassos seguidos. Decidiu quebrar sua palavra. Mano é o objeto de desejo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Foi cruel.
A decisão pela demissão de Luiz Felipe Scolari foi tomada por Mauricio Galiotte. Como o blog informou ontem, após a derrota para o Flamengo, a pressão para a demissão do treinador era imensa.
Galiotte ainda tentou cumprir a palavra empenhada ao treinador. Havia garantido que ele seria 'seu treinador' até o final do seu segundo mandato, em dezembro de 2020.
Mas o presidente palmeirense se viu sozinho. Membros de sua diretoria, conselheiros que dão sustentação política a ele no poder e os patrocinadores estavam fartos de eliminações.
Fora as ameaças das torcidas organizadas, que obrigaram o Palmeiras a esconder horários de treinos e fechar o CT da Barra Funda até com a Seleção Brasileira Pré-Olímpica, um vexame histórico.
Pior do que a vergonha, só o prejuízo.
Só com as quedas seguidas no Paulista, Copa do Brasil e Libertadores, mais de R$ 60 milhões deixaram de entrar nos cofres palmeirenses.
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Cruel foi o diagnóstico de todos, inclusive de Galiotte, em relação ao treinador de 70 anos.
Ele não tinha mais repertório tático, novas saídas táticas para o caríssimo elenco que o Palmeiras formou.
A palavra ultrapassado foi citada por conselheiros mais radicais.
O confronto com o futebol moderno que Jorge Jesus impôs no Flamengo deixou ainda mais claro o atraso tático palmeirense. Time montado apenas para contragolpear. Que vivia à base de chutões, cruzamentos, contragolpes em velocidade.
Desprezava a posse de bola.
Estatísticas mostram que, contra o Flamengo, a equipe ficou cerca de 8% com a posse de bola no ataque. Pior de todos os times no Brasileiro.
Situação que não combina com o talento dos jogadores que o Palmeiras contratou.
Felipão não participou da reunião no CT que culminou com sua demissão.
Ele apenas foi avisado por outro personagem ameaçado, o executivo Alexandre Mattos.
A multa de Felipão é baixa.
Apenas um salário, cerca de R$ 800 mil.
O treinador foi apanhado de surpresa.
Ele acreditou que teria chance de permanecer no clube.
Mas Galiotte foi muito pressionado.
Aliados do ex-presidente e inimigo político Paulo Nobre estavam se aproveitando da situação para criticar a perda de títulos, de dinheiro, com um elenco milionário.
Os alvos eram Galiotte e Leila Pereira, dona da Crefisa, e candidata à sucessão presidencial em 2021.
A situação estava insustentável.
Jogadores estavam sendo ameaçados pelas redes sociais e nas ruas.
A Polícia Militar passou a reforçar a segurança do CT.
Nestas situações, geralmente uma cabeça é oferecida.
E foi a de Felipão.
O técnico termina sua terceira passagem pelo Palmeiras.
Foram 76 jogos, com 46 vitórias, 21 empates e 9 derrotas.
Ganhou o Brasileiro de 2018.
Mas as duas eliminações da Libertadores, seguidas, e em casa, foram pesadas demais. Para o Boca Juniors e diante do Grêmio.
Como o blog também informou ontem, o nome mais forte para substituir Felipão é o de Mano Menezes.
Ele está livre no mercado.
E pode assumir nas próximas horas.
Há quem defenda um estrangeiro.
Mas não haveria tempo para a adaptação.
Galiotte quer a conquista do Brasileiro como compensação para a coleção de fracassos em 2019.
Todos no Palmeiras queriam uma cabeça.
Apesar dos desmentidos de Alexandre Mattos na semana passada e de Galiotte ontem, antes do jogo, ela rolou.
Foi a de Luiz Felipe Scolari...
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