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Os sete pecados mortais de Neymar que desiludiram o PSG

O jogador mais caro de todos os tempos decepcionou o Paris Saint-Germain. Cometeu erros infantis. Conseguiu a rejeição da torcida e imprensa mundial

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Neymar aplaude sentado. Como um mero coadjuvante. Sem protagonismo algum
Neymar aplaude sentado. Como um mero coadjuvante. Sem protagonismo algum Neymar aplaude sentado. Como um mero coadjuvante. Sem protagonismo algum

São Paulo, Brasil

15 minutos tímidos, improdutivos, apagados.

Depois de seis meses, Neymar voltou ao Paris Saint-Germain. Entrou nos 15 minutos finais da vitória diante do Monaco, na China, na disputa da Supercopa da França.

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Foi um privilegiado espectador dos dois gols de Di Maria, o primeiro na vida profissional de Timothy Weah, filho do legendário George Weah, melhor do mundo em 1995 e presidente da Liberia. Nkunku, outra jovem promessa do PSG, completou a goleada por 4 a 0.

Neymar em nada contribuiu.

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Quando a taça foi erguida pelo capitão Thiago Silva, o brasileiro era mais entre os tantos jogadores sentados no pedestal do painel que destacava a Supercopa.

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Não poderia ser mais apagada a comemoração do primeiro ano do brasileiro no PSG.

Das cores da Torre Eiffel pintada com as cores do clube e seu nome em destaque, multidão alucinada, ida da representantes da imprensa de todo mundo a Paris, em 2017, a discretos posts nas redes sociais do PSG.

Sete motivos concretos fizeram a contratação mais cara de todos os tempos, R$ 822 milhões, viver um ano todo de decepção. Os principais objetivos ficaram longe de serem conquistados.

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A Champions League e o título de melhor jogador do mundo não passaram de miragem.

O primeiro deles. 

Nasser Al-Khelaifi.

O catariano representa a bilionária família real do Qatar. Ela é dona do PSG. E Al-Khelaifi ficou tão feliz por convencer Neymar a trocar o Barcelona pelo clube francês que decidiu dar toda a libertade para o brasileiro de 26 anos. Por falta de visão, o presidente do clube desvalorizou não só todo o elenco que tinha como também o técnico Unai Emery.

Neymar se tornou intocável. Acima do bem e do mal no PSG. E aproveitou a situação. Recomendou a Al-Khelaifi a contratação de Daniel Alves. Unai foi o último a saber da chegada do lateral. Fora isso, Neymar teve autonomia total para escolher como queria jogar, reivindicou e teve o direito de cobrar pênaltis e faltas, que eram reservadas ao uruguaio Cavani, atacante que é adorado pelos companheiros.

A 'panela' brasileira. Thiago Silva, Daniel Alves e Marquinhos blindam Neymar
A 'panela' brasileira. Thiago Silva, Daniel Alves e Marquinhos blindam Neymar A 'panela' brasileira. Thiago Silva, Daniel Alves e Marquinhos blindam Neymar

A 'panela' brasileira' foi o segundo.

Não foi algo pensado, mas acabou sendo natural. Ainda mais com o salvo conduto de Neymar. O atacante logo se juntou a Daniel Alves, Thiago Silva, Marquinhos. Lucas nunca conseguiu a mesma intimidade. Talvez por não fazer parte da Seleção Brasileira. Logo o grupo passou a defender todas as atitudes de Neymar.

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Daniel Alves chegou a 'roubar' a bola de Cavani para seu grande parceiro cobrar contra o Lyon, no dia 17 de setembro.

O terceiro, a imprensa francesa.

Neymar ficou profundamente abalado com a reação da imprensa francesa. Os jornalistas não pouparam sua postura egoísta, de querer ser o protagonista de qualquer maneira. Forçando dribles desnecessários. Humilhando adversários. Tendo todos os privilégios para cobrar faltas e pênaltis.

Sua força no vestiário foi detalhada em várias reportagens, principalmente do melhor jornal esportivo francês, o L'Equipe. Com fontes importantes, de décadas, no PSG, não havia como Neymar negar ou processar repórteres. As notícias duras contra ele eram incontestáveis.

Sem ter o que fazer, Neymar chegou a chorar em uma coletiva de imprensa, ao lado de Tite. O treinador brasileiro, refém do seu futebol, se colocou em uma postura paternal, como se o jogador não tivesse 26 anos e não houvesse realidade no que fora publicado.

A relação só piorou durante o Mundial. Os jornalistas franceses viram e escreveram como Neymar domina o ambiente da Seleção. E os privilégios que segue tendo. Como sua família ter sido a única a se hospedar no hotel da Seleção em Sochi, na Rússia.

A imprensa francesa também não perdoa o fato dele não se interessar nem em aprender o idioma. No entender de vários jornalistas, ele trata o clube como um lugar de passagem. Jogador importante que atua no país e não se comunica em francês é considerado pecado mortal. 

O fracasso na Champions League, o quarto.

Fracasso diante do Real de Cristiano Ronaldo. Com Neymar em campo. Desilusão
Fracasso diante do Real de Cristiano Ronaldo. Com Neymar em campo. Desilusão Fracasso diante do Real de Cristiano Ronaldo. Com Neymar em campo. Desilusão

Al-Khelaifi não escondeu de ninguém que a caríssima contratação de Neymar era vista como passaporte para a conquista da Champions League. Seria um batismo mundial para o PSG. Fazia 25 anos que uma única equipe francesa tinha vencido o torneio, o Olympique de Marseille, em 1993.

O sorteio foi cruel. E tratou de colocar o inclemente Real Madrid pela frente nas oitavas de final. A família qatariana se empolgou, prometeu prêmio especial para o time. Torcedores franceses foram em peso para a Espanha. A imprensa do mundo todo parou para acompanhar a partida. 

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Neymar sumiu, foi um fiasco. O time de Cristiano Ronaldo venceu por 3 a 1, com domínio total do jogo. A sensação de eliminação era enorme e se confirmou em plena Paris, com outra derrota, 2 a 1. O PSG teve não conseguiu sequer ficar entre os oito primeiros da competição que seria sua entrada entre os gigantes.

Mesmo machucado e não tendo jogado a segunda partida, Neymar foi apontado como o grande perdedor pela imprensa francesa, pelos torcedores. 

O encanto havia acabado.

Quinto motivo, a recuperação da operação.

Neymar não teve culpa de romper o quinto metarso do pé direiro. O osso foi fraturado quando as travas de sua chuteira se enroscaram no gramado, contra o Olympique de Marseille, em fevereiro. O descontentamento da direção do clube francês e da imprensa local já começou quando o jogador exigiu ser operado no Brasil e pelo médico da Seleção Brasileira, Rodrigo Lasmar. 

Ele viajou até Belo Horizonte para a cirurgia.

Depois, pior.

Fez questão de se recuperar na sua milionária e paradisíaca mansão, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro. Além das farras por lá, ele chegou a ir para festas, de muleta. Dançou até em um pé só, para aflição dos franceses.

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As próprias redes sociais do jogador demonstravam seus exageros.

A imagem de Neymar ficou mais do que desgastada.

Mas pioraria, com a Copa do Mundo, sexta razão.

Neymar e as simulações durante a Copa. Motivo de piada no mundo todo
Neymar e as simulações durante a Copa. Motivo de piada no mundo todo Neymar e as simulações durante a Copa. Motivo de piada no mundo todo

Loiro contra a Sérvia, ele deixou claro que queria todos os holofotes para ele. Pagando do próprio bolso dois cabeleleiros na Rússia. Eles teriam a obrigação de fazer um corte diferente para cada partida.

Só que em campo, seu desempenho foi fraco para o seu potencial. Os três meses que ficou parado para se recuperar da fratura pesaram. Mas Neymar complicou sua vida ao prender a bola, tentar mostrar seus dribles, jogar para si. Principalmente nas primeiras partidas, contra a Suíça e Costa Rica. 

Se melhorou diante da Sérvia e do México, sumiu no jogo que eliminou o país, contra a Bélgica.

Deu chilique com os árbitros, xingou companheiros e abusou das simulações.

Ele conseguiu a aversão dos jornalistas do mundo inteiro na zona mista do Brasil. Com a liberação de Tite e da CBF para não dar entrevistas, ele passava por entre 300 e 400 jornalistas de todas nacionalidades, com todo desprezo. Fazia de conta que não ouvia os repórteres implorando por uma palavra sua. 

De vez em quando, encarava os repórteres e saía, com olhar de raiva. A zona mista na Rússia era um corredor de mais de 50 metros. O desfile de Neymar era constrangedor. Jornalistas do mundo inteiro, irritados, perguntavam aos colegas porque Neymar fazia aquilo. 

Neymar cultuou o desprezo. E colheu.

Quando suas simulações passaram dos limites, os mesmos jornalistas detalharam ao mundo seu comportamento. E destacaram o seu fracasso, com a eliminação precoce do Brasil.

Neymar não está entre os dez melhores do mundo por acaso.

O último motivo do fracasso no primeiro ano no PSG tem nomeKylian Mbappé. O talentoso e rápido francês foi campeão do mundo. Foi escolhido como o melhor jovem da Copa do Mundo, aos 19 anos. Igualou Pelé com gol na final da Copa do Mundo com menos de 20 anos. 

Mbappé passou de coadjuvante de luxo para estrela. As capas de revista, o interresse dos jornalistas sobre ele ficou muito maior do que no brasileiro. A ponto de ser o escolhido para mostrar o novo uniforme do PSG para a temporada 2018/2019. Teoricamente, o indicado seria Neymar.

O treinador alemão Thomas Tuchel tem em Mbappé seu jogador mais importante. Será ele o desafogo, quando o time perder a bola. Ao que acontecia com Unai, a equipe não será obrigada a forçar contragolpes com Neymar pela esquerda. O francês de 19 anos é muito mais objetivo e rápido que o brasileiro.

A torre Eiffel com as cores do PSG, saudando Neymar. Entusiasmo morreu
A torre Eiffel com as cores do PSG, saudando Neymar. Entusiasmo morreu A torre Eiffel com as cores do PSG, saudando Neymar. Entusiasmo morreu

Ou seja, em um ano, Neymar conseguiu frustrar a expectativa do mundo todo. 

Ele que saiu do Barcelona, para deixar a sombra de Messi, se sabotou.

O Campeonato Francês e a Copa da França seria conquistada pelo PSG até sem Neymar, tamanha é a força do elenco que o dinheiro catariano. Todos por lá sabem.

R$ 822 milhões foram gastos pela Champions.

Para ter o melhor do mundo.

O maior ídolo da história do PSG.

366 dias depois e Neymar está muito longe de tudo isso...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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