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Os motivos que explicam os vexames da Alemanha, Bélgica e Dinamarca. E transformaram a Copa do Catar no Mundial das 'zebras'

A Copa do Mundo do Catar é a mais infestada por surpresas na história. O nível técnico e tático entre as seleções não é tão desequilibrado. A eliminação de favoritas alerta a Seleção Brasileira

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Thomas Müller, remanescente da geração 7 a 1, acena. Eliminado da Copa do Catar, na fase de grupos
Thomas Müller, remanescente da geração 7 a 1, acena. Eliminado da Copa do Catar, na fase de grupos Thomas Müller, remanescente da geração 7 a 1, acena. Eliminado da Copa do Catar, na fase de grupos

Doha, Catar

Foi uma confirmação que parece sutil.

A presença de Fred no meio-campo, e não Bruno Guimarães, contra Camarões amanhã, jogando ao lado de Fabinho.

O motivo é o mais primitivo possível: não expor o Brasil a uma nova supresa na Copa das zebras.

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A eliminação da Alemanha, da Bélgica e da Dinamarca ainda na fase de grupos reforça ainda mais a tese de Tite de que esta Copa do Mundo é 'muito difícil' e que 'realmente' todos os jogos são perigosos. Mas não quis publicamente comentar o que está acontecendo aqui no Catar.

"O Brasil tem 26 grandes jogadores e uma grande equipe. Não tenho tempo para acompanhar os jogos."

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Tite não quer é polêmica. Ele tem relatórios de todos os jogos dos favoritos à Copa e dos prováveis adversários brasileiros. Com direito à edição de lances. É claro que, além de pensar no Brasil, ele acompanha os rivais.

E o treinador tem plena noção de que não precisaria acontecer uma eliminação precoce, como ocorreu com os alemães, belgas e dinamarqueses. Bastaria perder como a Argentina contra a Arábia Saudita, como a Espanha (com reservas) para o Japão, a França (com reservas) para a Tunísia.

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Ou até empatar, como a Inglaterra contra os Estados Unidos. Ou a Holanda diante do Equador.

Para o Brasil, um tropeço mesmo classificado, com os reservas, diante de Camarões, seria um rastilho de pólvora. 

As críticas, questionamentos, passariam a fazer parte do dia a dia de preparação. 

Tite sabe que grande parte da imprensa que cobre a Seleção é 'resultadista'. Ou seja, o Brasil pode até jogar mal, mas venceu, tudo é esquecido.

Assim como pode massacrar o adversário, mas se perder o jogo, por exemplo, em um contragolpe, o caos se instala.

As supresas se sucedem neste Mundial principalmente por conta da força de alguns fatores comuns. A certa prepotência tática. Fim de gerações importantes no passado. Força física e obediência tática das equipes como a do Marrocos, primeiro colocado em um grupo com Croácia e Bélgica.

Ou o Japão líder, com três vitórias, no grupo da Espanha e Alemanha.

Nenhuma seleção nos grupos A, B, C e D conseguiu três vitórias nos seus jogos.

O que mostra o equilíbrio das forças.

O calor seco daqui do Catar realmente incomoda.

Se os estádios são climatizados, os centros de treinamento e as concentrações, não.

O desgaste é visível, quase palpável.

O que equipara o nível dos times.

A geração da Bélgica que eliminou o Brasil, em 2018, foi eliminada, na primeira fase. Vexame
A geração da Bélgica que eliminou o Brasil, em 2018, foi eliminada, na primeira fase. Vexame A geração da Bélgica que eliminou o Brasil, em 2018, foi eliminada, na primeira fase. Vexame

Além de questões internas que sabotaram grupos, como até acusação pública de traição amorosa na Seleção Belga, de uma década que voltou à tona, envolvendo Courtois e De Bruyne. Jovens convivendo mal com os veteranos na Alemanha. E distanciamento do treinador do elenco, como na Dinamarca.

Além, é lógico, de atuações ruins individuais, que prejudicaram as seleções.

Roberto Martínez, treinador da Bélgica, já pediu demissão hoje mesmo, depois do 0 a 0 contra a Croácia, que eliminou seu time.

Kasper Hjulmand assumiu a responsabilidade da eliminação da Dinamarca e tem enorme possibilidade de perder o emprego.

Assim como Hansi Flick, que não quis se demitir hoje, mesmo com a queda na primeira fase da Copa do Mundo. Perdendo a vaga para a Espanha e Japão. A reformulação que fez no time germânico tendo como objetivo essa Copa foi um fracasso.

A diferença técnica e tática entre as equipes está muito pequena, o que não se viu em outras Copas do Mundo. O ponto fora da curva foi a Costa Rica, goleada impiedosamente pela Espanha por 7 a 0, mas em seguida venceu o Japão por 1 a 0, depois perdeu para a Alemanha por 4 a 2.

Tite não quis expor os jogadores brasileiros a contusões.

Optou por reservas amanhã.

Mas o esquema tático não será tão aberto quanto poderia parecer. Afinal, Camarões é o time africano mais fraco no torneio.

Só que Tite sabe bem com o que está lidando.

A expectativa que a Seleção já provocou nesta Copa.

E a reação de um tropeço não só na imprensa mundial.

Mas na brasileira.

Por isso, Tite quer o time cuidadoso, protegido.

Não quer precisar ter de se explicar, se desculpar, pelos reservas.

Principalmente se, por acaso, perder o jogo e a primeira colocação no grupo G.

Saber que os alemães, belgas e dinamarqueses estão fazendo as malas, porque a Copa do Mundo já acabou para eles, e continua para o Japão, Marrocos e Austrália serviu como aviso latente de que não há como dar brecha amanhã no estádio 947.

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