Os dez mandamentos de Luxemburgo no Palmeiras
Galiotte quer um time competitivo, ofensivo, vencedor. Mas exigirá que Luxemburgo se comporte como técnico do Palmeiras. Dentro e fora do clube
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
l Nada de jogar baralho publicamente.
llNão se autoproclamar manager. Porque não participará ativamente das negociações.
lll Expressões chulas, palavrões estão proibidos nas coletivas.
lV Protestar contra árbitros, CBF, Federação Paulista, Conmebol só se tiver a autorização da direção.
V Comentar sobre sua fábrica de cachaça, em Arapiraca, fora clube.
Vl Jamais criticar vendas de jogadores do Palmeiras.
Vll O contato com os jogadores no campos do CT tem de ser, evitar repassar treinos para auxiliares.
Vlll Se manter politicamente neutro nas coletivas.
lX Evitar brincadeiras com jornalistas mulheres.
X Sambar e tocar pandeiro só na conquista de títulos, no máximo.
Esses são os dez mandamentos de conduta que Vanderlei Luxemburgo terá de respeitar no Palmeiras.
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Eles são efeitos colaterais de quatro passagens anteriores do técnico de 67 anos no Palestra Itália.

Conselheiros antigos, que pressionaram Mauricio Galiotte para dar uma nova chance a Luxemburgo, como o mais importante deles, o presidente do Conselho, Seraphim del Grande, sabem dos vários erros que o técnico já cometeu no Palmeiras.
E desde a longa reunião de domingo, que sacramentou a volta do treinador, ficou determinada, de maneira extraoficial, uma linha de conduta segundo a qual, Luxemburgo terá de se submeter.
O Palmeiras, com a sua patrocinadora Crefisa e sua fabricante de material esportivo, a Puma, ambas bilionárias, querem manter a respeitabilidade, a aura do cargo do treinador de futebol do clube.
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Na verdade, pouca gente se atentou ou mesmo sabe, houve uma mudança na postura de Vanderlei.
Ele continua escorregando, deixando escapar o narcisismo, a prepotência e as piadas pesadas e sem graça, para buscar cumplicidade com os jornalistas.
Mas essas situações diminuíram muito.
Foi muito dolorido o período que ele ficou esquecido pelos grandes clubes do Brasil.
Um ano e sete meses desempregado.
Não houve problema financeiro, já que ele é milionário há muito tempo, por conta de suas conquistas no futebol na década de noventa e no começo dos anos 2000.
Mas sofreu muito por conta do seu ego.
Ele reconheceu e buscou ajuda.

Em vez de amigos que viraram assessores de imprensa, buscou um escritório de comunicação, no fim de 2018.
Aliás, o mesmo que assessora Leila Pereira, dona da Crefisa.
E foi remodelado.
Entendeu os exageros que cometia e que tanto o desgastaram.
Com o sofrimento pessoal e orientação firme, Vanderlei mudou.
No Vasco foi muito mais presente com os jogadores.
Cuidou da imagem fora do clube.

Sim, escorregou ainda nas coletivas.
Quando foi perguntado sobre ser mais experiente, por uma repórter, na sua apresentação no Vasco, Luxemburgo entendeu.
Estava sendo questionado sobre sua velhice.
Eram 17 minutos da coletiva.
" Você tem 66 anos, vai fazer 67 anos. O que que a idade traz de bom?", perguntou a jornalista.
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"É... Mas continua apontado para o céu", foi a chula resposta de Vanderlei.
O presidente vascaíno Alexandre Campello, ficou vermelho, balançou a cabeça, sorrindo sem graça.
Esse tipo de situação não acontecerá no Palmeiras.
Vanderlei também tem o discurso pronto para quem o considerar ultrapassado.
Dirá que foi ele quem trouxe os principais esquemas utilizados no Brasil. Mas há 20 anos. E que está muito à vontade com a modernidade.
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Vanderlei está longe de ser unanimidade no Palmeiras.
Mesmo sabendo que ele irá cobrar publicamente os atletas e montará uma equipe ofensiva em 2020, as atitudes fora do campo seguem sendo seu calcanhar de Aquiles.
As críticas e o medo de conselheiros importantes estão nas suas reações e como agirá.
Pesa também a falsidade ideológica que cometeu durante a carreira como jogador, atuava com três anos a mais do que constava nos documentos.
Além de ser personagem importante na CPI do Futebol, em 2000, em Brasília.
Não é pelos 67 anos.
Mas ele não é visto como exemplo de modernidade.
Pelo contrário.
Há um grupo poderoso que lastimou muito não ter dado certo a contratação de Jorge Sampaoli.
Mas agora é tarde.
Vanderlei Luxemburgo está de volta.
Com dois anos de contrato.
E com ele, não basta vencer.

Há os dez mandamentos a serem cumpridos.
O clube exige um treinador competitivo.
Mas que respeite o cargo que exerce.
Que se posicione como técnico do Palmeiras.

Esse será um desafio pessoal.
E muito difícil.
Para Vanderlei Luxemburgo da Silva..,
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