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Cosme Rímoli - Blogs

Os cinco motivos que fizeram a direção do Flamengo decidir. Gabigol não vestirá mais a camisa rubro-negra. Rescisão é o caminho

Dirigentes resolveram dar o troco no jogador que estragou a festa da conquista da Copa do Brasil, ao anunciar que iria embora da Gávea. E não querem mais que ele atue pelo Flamengo. O afastaram não só da partida contra o Atlético. Rescisão ‘amigável’ é a solução

Cosme Rímoli|Do R7

A direção do Flamengo se vingou de Gabigol. Não o quer mais vestindo a camisa do Flamengo Marcelo Cortes/Flamengo

A direção do Flamengo se sentiu ofendida.

Percebeu que Gabigol foi oportunista.

Aproveitou a conquista do título da Copa do Brasil, no domingo, para anunciar seu adeus.

Estragou a festa rubro-negra.


O presidente Rodolfo Landim teve de admitir: o atacante que custou R$ 101 milhões iria embora.

Sem render um centavo ao clube.


E ainda jogando a torcida contra os dirigentes, principalmente o vice de futebol, Marcos Braz.

Ele vem sendo xingado por onde passa.


Não é segredo para ninguém que Braz se tornou o principal ‘inimigo’ do artilheiro na Gávea.

A situação estava fora de controle, com a imagem desgastada dos comandantes rubro-negros.

E ontem veio a decisão pública de afastar Gabigol da partida contra o Atlético Mineiro, pelo Brasileiro, hoje à noite.

Mas a cúpula do Flamengo quer que ele nunca mais atue pelo clube.

Fique apenas treinando e vá embora após o término do Brasileiro.

Sem ter a chance de marcar mais um gol.

Sem despedida.

A rescisão antecipada é uma possibilidade mais do que pulsante.

Aqui, os cinco principais motivos da decisão dos dirigentes de não contar mais com Gabigol.

1 - Preservar a autoridade de Filipe Luís, diante dos jogadores, da imprensa, da torcida

O treinador, que com apenas nove partidas foi campeão da Copa do Brasil, foi ofendido na arena MRV.

A cena foi vazada para a imprensa com total intenção de expor Gabigol.

Teria ficado extremamente irritado ao ser substituído na decisão contra o Atlético, ainda no intervalo.

“Pô... tá de sacanagem que ele está me tirando”, reclamou o atacante.

Falou alto para ser ouvido por todo o grupo.

Além disso, não cumprimentou Bruno Henrique.

O atacante desrespeitou, de uma vez só, o treinador e seus companheiros.

O desgaste já foi exposto no primeiro jogo da decisão, no Maracanã.

Gabigol não foi perto do banco de reservas para ouvir as cobranças de Filipe Luís, que o queria mais participativo no jogo.

Foi chamado pelo técnico de ‘moleque’.

A direção não quis mais que o técnico fosse desafiado.

2 — A negativa de qualquer reaproximação da direção

Os dirigentes aventaram a possibilidade de renovação do ídolo.

Depois de muito desgaste, também público, com a pedida do jogador exposta: salários de R$ 2,5 milhões e mais 8 milhões de euros, cerca de R$ 48 milhões, de luvas.

A intenção era mostrar a pedida altíssima do atacante, contando com a revolta da opinião pública.

Só que isso não aconteceu.

Pelo contrário.

Com a saída de Tite, que não o queria escalar, para não ficar claro o erro que cometeu ao não levá-lo para a Copa do Catar, e o rompimento dos ligamentos cruzados de Pedro, o caminho estava aberto para a renovação.

Só que Gabigol e seu estafe decidiram que não trabalhariam com a atual direção, franca favorita na eleição de 9 de dezembro.

Diante da negativa de negociação, não viram mais sentido em permitir que seguisse atuando.

Com a chance de fazer gols e jogar a torcida e a imprensa contra os dirigentes.

3 — Pedro e Gonzalo Plata

O atacante está se recuperando da cirurgia dos ligamentos cruzados do joelho esquerdo.

Ele fez questão de comemorar a conquista da Copa do Brasil no gramado da arena MRV.

Pulou, sustentando o corpo no pé direito.

O Flamengo não marca a data do retorno.

Ele sofreu a cirurgia em setembro.

É muito possível que em março ele esteja nos gramados.

Mas, se não conseguir, o atacante equatoriano Gonzalo Plata tem mostrado talento e personalidade.

Tem condições de ocupar a vaga de artilheiro definidor.

4 — Aumentar a idolatria de um atleta que já acertou a ida ao Cruzeiro

Os dirigentes rubro-negros sabem que Gabigol voltou à sua melhor forma física.

A saída de Tite, que o transformou em reserva do reserva, deu impulso à retomada impressionante do atacante.

Fisicamente voltou à sua melhor forma.

Passou até a treinar mais do que os companheiros.

Os quilos a mais que ganhou, com a contratação do técnico que fracassou em duas Copas, sumiram.

Gabigol voltou a ser protagonista com Filipe Luís.

Foi o grande responsável pela vitória na decisão contra o Atlético.

Ele marcou dois gols e ainda foi decisivo no terceiro, na vitória por 3 a 1, no Maracanã.

Graças a ele, o Flamengo teve tranquilidade para administrar a vantagem de dois gols.

Restam seis partidas para o clube terminar sua participação no Brasileiro.

Cada gol de Gabigol seria um gol contra a diretoria, que não soube segurá-lo.

Melhor impedir que entrasse em campo.

Daí a ordem para Filipe Luís sequer levá-lo como reserva contra o Atlético.

A situação deverá se repetir até o fim do Brasileiro.

O treinador já sabe dessa decisão.

5 — A ‘traição’

Landim e Braz não são ingênuos.

Mas não imaginaram que Gabigol seria capaz de estragar a festa da conquista da Copa do Brasil.

Era a conquista mais importante em um ano que foi decepcionante para o Flamengo.

A queda nas quartas da Libertadores, diante do Peñarol, foi um vexame.

Assim como não brigar pelo título do Brasileiro.

Obras de Tite.

A ressurreição surgia com Filipe Luís, com o título em Minas Gerais.

A atual direção queria aproveitar os louros da conquista, já que lutará para seguir no poder, na eleição presidencial de 9 de dezembro.

Mas Gabigol tomou todos os holofotes.

E jogou a opinião pública contra Landim e, principalmente, Braz.

Além de falar que iria embora, fez questão de evitar comemorar o título com os companheiros, se mantendo afastado na entrega da taça.

Se recusou a jogar isotônico em Filipe Luís, na coletiva do treinador, para celebrar sua primeira conquista profissional no novo cargo.

Daí a direção tomar a decisão de afastá-lo contra o Atlético.

E não querer mais sua escalação.

Para evitar que a situação prossiga, constrangendo o próprio treinador e os demais jogadores, a chance de rescisão ‘amigável’ é enorme.

Colocando mais fogo, Gabigol já avisou que acompanhará o jogo hoje.

Junto aos torcedores do Flamengo.

É a sua decisão de afrontar Landim e Braz.

E pode ser seu último atrevimento...

Veja também: Filipe Luís comenta afastamento de Gabriel Barbosa

Após o empate sem gols contra o Atlético-MG pelo Brasileirão, três dias depois do título da Copa do Brasil, o técnico do Flamengo comentou o afastamento do atacante.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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