O trauma de Andrés. Pré-Libertadores acabou com a carreira de Ronaldo
O Corinthians enfrentará o vencedor de Guaraní do Paraguai e um time boliviano, pela Pré-Libertadores. A eliminação para o Tolima foi caótica em 2011
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Para nós, brasileiros, é um absurdo. É melhor ficar fora do que disputar uma pré-Libertadores. É uma cobrança enorme. Até hoje falam do Tolima.
"É um risco.
Não tem muito sentido..."
"Se é só para encaixar time da Bolívia, do Equador, da Venezuela, é melhor rever isso. Eles (Conmebol) têm o compromisso deles também... Para os brasileiros e argentinos, é muito complicado.
"Ou vai direto para o grupo ou fica fora."
As declarações de Andrés Sanchez, no Paraguai, antes do sorteio dos grupos e dos confrontos da 'pré-Libertadores', deixam claro que ele não esqueceu o sofrimento do dia 2 de fevereiro de 2011.
Ele ainda não sabia que o seu clube enfrentaria o vencedor de Guaraní, do Paraguai e Bolívia 4 (os times bolivianos ainda não estão definidos).
Caso o clube vença, ainda terá pela frente o sobrevivente de Cerro Largo, do Uruguai, e Palestino, do Chile.
Se passar pela pré-Libertadores irá para o grupo 2.
Nele Bolívar, Tigre e Palmeiras o estarão esperando...
Em 2015, o Guaraní, eliminou o Corinthians, nas oitavas-de-final.
Mas o dirigente já queria se prevenir em caso de novo vexame.
O Corinthians foi o primeiro time brasileiro eliminado da pré-Libertadores, em Ibagué, na Colômbia.
Mais do que o vexame, a derrota por 2 a 0 marcou, de forma deprimente, o final da passagem de Ronaldo e de Roberto Carlos pelo Corinthians.
Andrés resume, ainda hoje que foi o ex-atacante que mostrou o caminho da modernidade no Parque São Jorge.
Mas o final da passagem de dois anos do atacante pelo clube é algo que incomoda o dirigente.
Na eliminação da pré-Libertadores, Ronaldo já estava muito gordo. E Roberto Carlos, na reta final de carreira, se mostrava desinteressado.
Os dois eram vistos constantemente em festas.
Foram fotografados fumando.
Membros de torcidas organizadas ficaram revoltados com a eliminação e culparam os dois maiores ídolos da época.
Ambos levaram a sério as ameaças, até de morte, dos torcedores.
Se sentiram inseguros para seguir no Corinthians.
E deixaram o clube.
Roberto Carlos jamais se livrou da identificação que tinha com o Palmeiras, enquanto jogou no Parque São Jorge.
Ele pediu desligamento do clube, rescisão, nove dias após a vergonha contra o Tolima.
Andrés sonhava com uma festa especial, e lucrativa, para Ronaldo Fenômeno.
Mas ela jamais aconteceu.
No dia 14 de fevereiro de 2011, 12 dias após o vexame em Ibagué, o atacante anunciou o final de sua carreira como jogador.
Por isso, o trauma de Andrés em relação à pré-Libertadores.
Tudo que ele teme é que o vencedor de Guaraní e o time boliviano venha a ser o novo Tolima.
E já não Ronaldos e Roberto Carlos.
Ídolos decadentes para ficarem com a culpa...
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