O São Paulo jogou como time pequeno. Corinthians na final
Aguirre colocou seu time retrancado, sem ambição. E o castigo veio. Rodriguinho marcou aos 47 minutos. Corinthians venceu nos pênaltis
Cosme Rímoli|Cosme Rímoli
O São Paulo se comportou como time pequeno. Ficou encurralado no seu campo durante todo o jogo. Aguirre apostava na incompetência ofensiva do Corinthians, elenco sem artilheiro.
Foi vergonhoso.
O São Paulo abdicou de jogar futebol. Não respeitou sua tradição de tricampeão mundial. Ficou na defesa, rebatendo bolas, dando chutões. Um acinte para um clube tão vitorioso no passado.
Os números são impressionantes. O Corinthians teve 67% de posse de bola. O São Paulo deu sete chutes a gol. O time de Carille, dez a mais, 17. Foi um massacre.
O São Paulo conseguiu segurar o 0 a 0, que sonhava, até os 47 minutos do segundo tempo.
Mas em um mero escanteio cobrado por Clayson, Rodriguinho, de 1m75 cabeceou entre os gigantescos Arboleda 1m88 e Militão,1m88 . Sidão não pôde fazer nada. A não ser ter de ir buscar a bola no fundo das redes.
O Itaquerão tremeu.
Gol do Corinthians.
1 a 0.
E vieram os pênaltis para quem teria o privilégio de decidir o Campeonato Paulista com o Palmeiras. Vitória do Corinthians. Cássio defendeu as cobranças de Diego Souza e Liziero. Sidão ainda defendeu o de Rodriguinho. Mas o placar foi 5 a 4.
O São Paulo segue em jejum de conquistas do Campeonato Paulista, desde 2005.
Desde 2002, o clube não consegue vencer os corintianos em mata-matas decisivos.
Final – Rio-São Paulo 2002;
Semi – Copa do Brasil 2002;
Final – Paulista 2003;
Semi – Paulista 2009;
Semi – Paulistão 2013;
Final – Recopa 2013;
Semi – Paulissta 2017;
Semi – Paulista 2018.
Parece sina.
Assim que o Corinthians se classificou para a final, o telão do Itaquerão exibiu em letras garrafais.
"#Respeita o Professor", em alusão ao triste comportamento de Aguirre, que desprezou Fábio Carille no Morumbi. Disse que não o reconheceu. A partir de hoje, não vai esquecer de sua fisionomia.
"Vencemos jogando futebol, sem diminuir ninguém nem nenhuma instituição. Vieram e foram respeitados. Essa é a grandeza do Corinthians nos últimos anos, por isso vem conquistando títulos. Não criando nenhuma polêmica, mas o exemplo do Corinthians para esse grupo de jogadores do São Paulo é de conscientizar que todos devem ser respeitados, não como ocorreu no Morumbi com treinador e atletas", desabafava Sheik.
Foi um jogo marcado pela raiva silenciosa. O Corinthians queria dar o troco pela derrota domingo, no Morumbi. E também pelo desprezo de Nenê, comemorando o gol que fez em frente ao banco corintiano. Assim como eliminar Diego Aguirre, o técnico que não cumprimentou Fábio Carille. A desculpa ficou pior, mais humilhante. Ele disse não reconhecer o técnico campeão paulista e brasileiro de 2017. Muito difícil de acreditar. Carille não acreditou.
O jogo é muito fácil de resumir. Aguirre blefou. Fez seu time marcar a saída de bola do Corinthians, mostrou coragem por 25 minutos. Depois foi recuando, até se transformar em arremedo de equipe pequena. Acovardada taticamente. Tomando um sufoco, mas mesmo assim não abandonando suas duas linhas de cinco. A primeira de zagueiros e a segunda, à frente da intermediária, misturava atacantes com meias.
Todos marcando, se desdobrando para segurar o 0 a 0.
Ficou mais do que evidenciado o que todos já sabem. O elenco corintiano é muito pobre de atacantes definidores. Faltou talento ofensivo para eliminar o apequenado São Paulo. O time de Carille tinha a posse de bola,mas era muito bem marcado. Seus jogadores se esforçavam, mas não conseguiam criar. Rodavam a bola, mas não encontravam espaço para finalizar.
E quando é assim, a solução mundial é levantar a bola para a área.
Foi o que o Corinthians mais fez.
Facilitando o trabalho da defesa são paulina.
Acabou até sendo monótono.
O Corinthians forçando o tempo todo. Triangulações, chutes de fora da área, dribles e muitos chutes errados. Carille vem insistindo com um artilheiro desde que começou o ano. E até agora, nada.
O nervosismo foi contagiando a todos. Para uma fraca, medrosa arbitragem de Vinícius Gonçalves Dias Araújo. Ele foi uma péssima escolha para o clássico. Não teve firmeza para expulsar diante de entradas desleais dos dois lados.
Foi assim até os 47 minutos do segundo tempo.
Um escanteio muito bem cobrado, Rodriguinho se movimentou com precisão, diante de Arboleda e Militão. A cabeceada fez justiça. Premiou a vitória corintiana de vencer. E castigou Aguirre que sonhava com o 0 a 0. E tomou o gol que levou a semifinal paras penalidades.
E com o estádio vibrando. Os corintianos foram confiantes para as cobranças. Só, por ironia, Rodriguinho perdeu, com boa defesa de Sidão. Em compensação, Cássio venceu outra vez Diego Souza. E defendeu também o chute de Liziero. O Corinthians venceu a decisão por pênaltis por 5 a 4.
A final será contra o Palmeiras.
Com o primeiro jogo marcado para o Itaquerão, no sábado.
Os são paulinos lamentavam.
Os corintianos comemoravam e ironizavam.
A provocação final foi as redes sociais corintianas. Elas mostravam que um patrocinador do São Paulo já estava promovendo a venda de ingressos da decisão do Paulista entre o clube do Morumbi e o Palmeiras. Mais uma vergonha da diretoria do inseguro Leco, o presidente que acumula eliminações...
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.