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Cosme Rímoli - Blogs

O renascimento de Felippe Facincani

Jornalista revela o drama marcante que sua família viveu, quando o tio Denys foi o grande responsável pela derrota do Palmeiras na final do Campeonato Paulista para a Inter de Limeira. ‘Apedrejaram sua casa’, diz. Felippe também teve de se reinventar

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Facincani precisou dar uma reviravolta na carreira Reprodução/Instagram

3 de setembro de 1986.

Morumbi.

Nove minutos do segundo tempo.

Bola nos pés do lateral Denys, que não percebe a aproximação, em velocidade, de Tato.


O ponta fica com ela e bate para o fundo do gol do Palmeiras.

Era o segundo gol da Inter de Limeira, que confirmava o título inédito de um clube do Interior.


E a sequência de jejum palmeirense de dez anos.

“O Denys é meu tio. Foi uma tristeza absoluta na minha família. Apedrejaram a casa do Denys. Meu pai não quis que nenhum dos seus filhos se tornasse jogador. Aquele clima na infância me marcou. Mas me mostrou a força que tem o futebol. Para o bem e para o mal.”


Felippe Facincani não seguiu a carreira do tio. Mas também não escapou dos julgamentos. Optou pelo jornalismo esportivo. E de uma maneira intensa, apaixonada. Com personalidade forte, muito estudo, memória privilegiada, não foge de qualquer discussão sobre futebol. Do início no rádio, trabalhando na Bandeirantes, à ascensão na televisão foi tudo muito rápido. Ficou marcado pelos anos no programa Fox Sports Rádio.

“Nada era combinado, as discussões sobre futebol surgiam naturalmente. O Benjamin Back colocava fogo. E as conversas eram duras, com cada um defendendo seu ponto de vista. Lógico que algumas vezes exageramos. Ficávamos chateados, mas depois passava. A gente se respeitava, éramos amigos.” Se ficou alguma mágoa? “Da minha parte, não.”

O programa era popular. E não combinava com a filosofia mais elitizada da ESPN. Quando a Disney comprou a Fox, as duas equipes de esporte foram obrigadas a se juntar. “Eu sabia que a chance de não dar certo era grande. A ESPN tinha um padrão diferente. E quase todas as pessoas que eram da Fox acabaram sendo dispensadas.”

“Por mais que esperasse que a saída aconteceria, acabou sendo muito pior que imaginava. Sofri demais, repensei minha vida. Mas tinha de recomeçar. E o cenário estava complicado.”

Foi quando surgiu o projeto da Placar. A mais tradicional revista esportiva do país se adaptava à Internet. Se tornou editor. E veio a criação do seu canal no YouTube. Aproveitou a ligação sanguínea que tem com o Palmeiras e foca no clube de coração. Já são mais de 20 milhões de acessos. No canal, mistura informações, análises táticas e, principalmente, opinião. Facincani é muito sincero, espontâneo, tem a emoção à flor da pele. Na entrevista, ele relembra episódios marcantes, como o vazamento de um áudio em que detonava o Palmeiras, com direito a vários palavrões, por uma derrota para o Água Santa.

“Era para um grupo de amigos. E que vazou. Me custou até processo do presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e do executivo Alexandre Mattos.” E quando foi ao ar, sem camisa, na ESPN.

“O sinal entrou antes da hora combinada. Foi terrível. Paguei por um erro que não foi meu.”

Tudo que aconteceu o deixou mais maduro.

“Tive de aprender a lidar melhor com as minhas emoções.

“Foi um processo duro, de aprendizagem.

“Mas renasci.

“E me sinto mais forte do que nunca.”

A entrevista completa de Facincani está no canal do Cosme Rímoli, no YouTube.

Cada semana há uma conversa nova, com um personagem do esporte do Brasil...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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