O 'pai está off'. Neymar perde final da Champions. E chora
O Bayern impôs sua força coletiva. Neymar perdeu um gol cara a cara com Neuer. O brasileiro perdeu o título. E também a chance de ser o melhor do mundo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O PSG foi até o seu limite.
Perdeu sua inédita final de Champions.
Não teve força suficiente para encarar o futebol coletivo, vibrante e experiente do Bayern.
A justa vitória alemã, em Lisboa, se confirmou com um gol de cabeça de Coman, surpresa do técnico Hans-Dieter Flick.
Foi a 11ª vitória seguida na Champions.
Os alemães chegaram à sua sexta conquista do torneio mais importante de clubes.
Neymar foi enorme decepção.
Ele teve uma chance espetacular, aos 17 minutos do primeiro tempo.
Mbappé o descobriu entre a vigorosa zaga do Bayern.
Ele estava livre.
Cara a cara com Neuer.
Mas o jogador mais caro de todos os tempos, o que deixou o Barcelona para ser melhor do mundo, não teve sangue frio para tirar a bola do excepcional goleiro alemão.
Era o seu lance decisivo.
E ele falhou.
Não só na Champions.
Mas, possivelmente, na briga para ganhar o prêmio The Best, da Fifa.
Era o palco ideal para chegar à sonhada conquista individual.
Ele que postou nas suas redes sociais, ants do jogo que 'o pai estava on', em tradução livre do inglês, 'o pai estava ligado', ou seja, pronto para ganhar a Champions, terminou 'off', ou seja, desligado. Pelo Bayern.
A marcação alemã foi por setor. Não houve a obessão de jogadores perseguindo individualmente Neymar. Longe disso. O time alemão manteve seu 4-5-1, preenchendo os espaços no campo, com obediência tática e preparo físico incríveis.
Neymar atuou novamente como meia, deixando o lado esquerdo do campo, onde rende muito mais, para Mbappe. E o argentino Di María, pela direita. Thomas Tuchel tentou a ousadia, manter o 4-3-3, mesmo tendo pela frente, uma equipe reconhecidamente melhor.
A distribuição tática alemã, o vigor na recomposição, a seriedade, se impuseram diante do talento de Neymar. Não houve arrancadas, dribles espetaculares, jogadas geniais. Porque quando a bola chegava nele, foi muito bem vigiado.
Mas como não existe time infalível, o brasileiro teve sua chance de consagração, aos 17 minutos do primeiro tempo, como já foi exposto.
Neuer seguiu intimidando jogadores consagrados como Mbappé e Di María. Ambos também tiveram chance para marcar. Só que o francês deu um chute fraquíssimo, cheio de medo, que o goleiro alemão encaixou. E o argentino arrematou livre por cima.
Depois do gol que perdeu, Neymar foi desaparecendo da partida. Se intimidando, como todo o PSG, diante do vigor do Bayern. Fez um péssimo segundo tempo. Conseguiu se irritar, dar um pontapé em Lewandowski e tomar o cartão amarelo.
Apesar do talento, sentiu sua impotência diante de uma equipe muito melhor.
Foi bloqueado, marcado, anulado.
Ao final do jogo, não conseguiu conter o choro.
Sabia que desperdiçou uma chance raríssima.
A primeira final da Champions na história de 50 anos do PSG.
Não foi nada fácil chegar tão longe.
E sentir a taça escapar das pontas dos dedos.
De nada adianta um jogador, mesmo sendo tão talentoso quanto ele, garantir que está 'on'.
Era preciso muito, muito mais para derrotar o Bayern.
A Neymar, restaram as lágrimas...
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