O Flamengo colocou o Vélez na roda. E Pedro espetacular. 4 a 0. Terceira final da Libertadores em quatro anos garantida
Atuação assustadora, o Flamengo arrasou o Vélez em plena Buenos Aires. Nem parecia semifinal da Libertadores. Os argentinos têm de vencer por diferença de cinco gols no Maracanã. Final da Libertadores assegurada
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Não adiantou sabotar o gramado.
Nem as divididas duras.
As tentativas de intimidação.
A inflamada torcida que lotou o estádio José Almafitani.
O Flamengo não tomou conhecimento do Vélez Sarsfield.
O time de Dorival Junior colocou os argentinos 'na roda'. Com toque de bola avassalador, a diferença técnica ficou escancarada e retratada em uma vitória emblemática na primeira partida da semifinal da Libertadores.
4 a 0, com três gols de Pedro e um de Everton Ribeiro, foi até pouco.
Gabigol teve a coragem de perder dois gols cara a cara com o goleiro Hoyos.
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O clube mais do que encaminhou uma façanha na sua história: a terceira final da Libertadores em apenas quatro anos.
Alexander Medina pagou caro a ousadia de enfrentar o bom senso. O treinador uruguaio quis encarar o Flamengo frente a frente, ou seja, no mesmo esquema 4-4-2.
Foi covardia.
Everton Ribeiro e Arrascaeta fizeram a festa flutuando livres por trás dos meio-campistas do Vélez. A troca de passes, as inversões, as tabelas foram dissolvendo o sistema defensivo argentino.
O que foi ótimo para Pedro, que vive fase excepcional.
Marcou três gols.
Disparou como artilheiro da Libertadores da América, com 11 gols.

O jogo também serviu para que David Luiz e Léo Pereira tomassem cartões amarelos, fossem suspensos da partida no Maracanã. Mas garantidos, na mais que provável final, em Guayaquil, no Equador.
Nem parecia que era semifinal de Libertadores. Tamanha a facilidade e naturalidade com que o Flamengo trucidou o Vélez. Com a simplicidade que Dorival Júnior montou o time, ao contrário do teórico português Paulo Sousa, o time brasileiro atuou com enorme intensidade, compactado, vibrante e, principalmente, 'dono da bola'.
No primeiro tempo chegou a ficar com 65% de posse, trocando passes, determinando o ritmo do jogo. Não dando tempo sequer para o time argentino apelar para a violência. O jogo do Flamengo fluía de maneira impressionante, de tirar o fôlego. Era ataque em cima de ataque. O repertório dos seus jogadores não permitia que o sistema defensivo argentino se articulasse.
A dinâmica, a fome de gols, a seriedade com que o Flamengo tem se comportado nos jogos, lembra muito a época em que Jorge Jesus comandou o time.
Gabigol está longe de sua melhor forma como artilheiro. Mas hoje, outra vez, trabalhou para o time. Se movimentando, abrindo espaço para os companheiros, dando excepcional assistência para Pedro.
Filipe Luís teve ótima atuação travando o velocista Walter Bou, que tentaria impor correria pelo seu setor. Muita consciência também no setor defensivo carioca.
Discretos, Thiago Maia e João Gomes davam a segurança para que Arrascaeta e Everton Ribeiro se preocupassem em buscar Gabigol e Pedro.

Aliás, Pedro estava mais do que em mais uma noite inspirada. Confiante, corajoso, técnico, o atacante mostrava desde o início da partida que faria a diferença. Estava participando das jogadas mais agudas do Flamengo.
O Vélez não conseguia encaixar a marcação. Se perdia diante da movimentação incessante brasileira.
E aos 31 minutos, a goleada começou a ser construída.
Justo nos pés do zagueiro Léo Pereira, que deu um cruzamento com curva, de muito talento. A bola encobriu o estabanado e violento De los Santos. E chegou a Pedro, para desviar, sem piedade, para as redes de Hoyos.
1 a 0.
O gol desnorteou os argentinos. Pressionados pela sua vibrante torcida, tentaram se abrir, para empatar o mais rápido a partida. Um presente para o Flamengo. O segundo gol misturou tática e muita técnica.
João Gomes ganhou dividida no meio-campo, buscou Arrascaeta. O uruguaio buscou Gabigol que serviu para Everton Ribeiro apenas desviar e marcar 2 a 0, aos 45 minutos.
Golpe para acabar também com o psicológico do Vélez.
No segundo tempo, os argentinos não tinham outra opção a não ser atacar. Era o que o Flamengo mais desejava, com espaço na intermediária, às costas dos meio-campistas argentinos, a goleada se consolidou.
Aos 15 minutos, Gabigol, no lado direito da área, deu impressionante assistência para Pedro, que corria na diagonal. O toque foi malandro, leve, apenas para tirar do desesperado goleiro Hoyos. 3 a 0.
Mas o Flamengo não estava satisfeito.
Depois de Gabigol desperdiçar duas grandes chances, Vidal, que entrou no lugar de João Gomes, tentou servir Gabigol, mas a bola desviou na defesa e sobrou para Pedro. Frio, calculista, ele não perdeu a chance de marcar seu terceiro gol. Eram 37 minutos.

O insaciável Flamengo até tentou marcar mais.
Só que o 4 a 0 retratou muito bem o que foi o jogo.
E colocou o time na final da Libertadores.
A partida 'de volta' na próxima quarta-feira será de praxe.
Uma vaga para a decisão em Guayaquil é rubro-negra.
Com toda justiça...
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