Flamengo espetacular. 4 a 0 no Vélez, em plena Argentina. Classificação para a final da Libertadores garantida
ConmebolSão Paulo, Brasil
Não adiantou sabotar o gramado.
Nem as divididas duras.
As tentativas de intimidação.
A inflamada torcida que lotou o estádio José Almafitani.
O Flamengo não tomou conhecimento do Vélez Sarsfield.
O time de Dorival Junior colocou os argentinos 'na roda'. Com toque de bola avassalador, a diferença técnica ficou escancarada e retratada em uma vitória emblemática na primeira partida da semifinal da Libertadores.
4 a 0, com três gols de Pedro e um de Everton Ribeiro, foi até pouco.
Gabigol teve a coragem de perder dois gols cara a cara com o goleiro Hoyos.
O clube mais do que encaminhou uma façanha na sua história: a terceira final da Libertadores em apenas quatro anos.
Alexander Medina pagou caro a ousadia de enfrentar o bom senso. O treinador uruguaio quis encarar o Flamengo frente a frente, ou seja, no mesmo esquema 4-4-2.
Foi covardia.
Everton Ribeiro e Arrascaeta fizeram a festa flutuando livres por trás dos meio-campistas do Vélez. A troca de passes, as inversões, as tabelas foram dissolvendo o sistema defensivo argentino.
O que foi ótimo para Pedro, que vive fase excepcional.
Marcou três gols.
Disparou como artilheiro da Libertadores da América, com 11 gols.
Pedro marcou três vezes. 11 gols na Libertadores. 23 só em 2022. Convocação para Copa garantida
AFPO jogo também serviu para que David Luiz e Léo Pereira tomassem cartões amarelos, fossem suspensos da partida no Maracanã. Mas garantidos, na mais que provável final, em Guayaquil, no Equador.
Nem parecia que era semifinal de Libertadores. Tamanha a facilidade e naturalidade com que o Flamengo trucidou o Vélez. Com a simplicidade que Dorival Júnior montou o time, ao contrário do teórico português Paulo Sousa, o time brasileiro atuou com enorme intensidade, compactado, vibrante e, principalmente, 'dono da bola'.
No primeiro tempo chegou a ficar com 65% de posse, trocando passes, determinando o ritmo do jogo. Não dando tempo sequer para o time argentino apelar para a violência. O jogo do Flamengo fluía de maneira impressionante, de tirar o fôlego. Era ataque em cima de ataque. O repertório dos seus jogadores não permitia que o sistema defensivo argentino se articulasse.
A dinâmica, a fome de gols, a seriedade com que o Flamengo tem se comportado nos jogos, lembra muito a época em que Jorge Jesus comandou o time.
Gabigol está longe de sua melhor forma como artilheiro. Mas hoje, outra vez, trabalhou para o time. Se movimentando, abrindo espaço para os companheiros, dando excepcional assistência para Pedro.
Filipe Luís teve ótima atuação travando o velocista Walter Bou, que tentaria impor correria pelo seu setor. Muita consciência também no setor defensivo carioca.
Discretos, Thiago Maia e João Gomes davam a segurança para que Arrascaeta e Everton Ribeiro se preocupassem em buscar Gabigol e Pedro.
A defesa do Vélez sabia da excepcional fase de Pedro. Mas não conseguiu impedir os três gols
ConmebolAliás, Pedro estava mais do que em mais uma noite inspirada. Confiante, corajoso, técnico, o atacante mostrava desde o início da partida que faria a diferença. Estava participando das jogadas mais agudas do Flamengo.
O Vélez não conseguia encaixar a marcação. Se perdia diante da movimentação incessante brasileira.
E aos 31 minutos, a goleada começou a ser construída.
Justo nos pés do zagueiro Léo Pereira, que deu um cruzamento com curva, de muito talento. A bola encobriu o estabanado e violento De los Santos. E chegou a Pedro, para desviar, sem piedade, para as redes de Hoyos.
1 a 0.
O gol desnorteou os argentinos. Pressionados pela sua vibrante torcida, tentaram se abrir, para empatar o mais rápido a partida. Um presente para o Flamengo. O segundo gol misturou tática e muita técnica.
João Gomes ganhou dividida no meio-campo, buscou Arrascaeta. O uruguaio buscou Gabigol que serviu para Everton Ribeiro apenas desviar e marcar 2 a 0, aos 45 minutos.
Golpe para acabar também com o psicológico do Vélez.
No segundo tempo, os argentinos não tinham outra opção a não ser atacar. Era o que o Flamengo mais desejava, com espaço na intermediária, às costas dos meio-campistas argentinos, a goleada se consolidou.
Aos 15 minutos, Gabigol, no lado direito da área, deu impressionante assistência para Pedro, que corria na diagonal. O toque foi malandro, leve, apenas para tirar do desesperado goleiro Hoyos. 3 a 0.
Mas o Flamengo não estava satisfeito.
Depois de Gabigol desperdiçar duas grandes chances, Vidal, que entrou no lugar de João Gomes, tentou servir Gabigol, mas a bola desviou na defesa e sobrou para Pedro. Frio, calculista, ele não perdeu a chance de marcar seu terceiro gol. Eram 37 minutos.
Everton Ribeiro também teve ótimo desempenho. E fez o gol do conjunto, do time
FlamengoO insaciável Flamengo até tentou marcar mais.
Só que o 4 a 0 retratou muito bem o que foi o jogo.
E colocou o time na final da Libertadores.
A partida 'de volta' na próxima quarta-feira será de praxe.
Uma vaga para a decisão em Guayaquil é rubro-negra.
Com toda justiça...
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