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O Corinthians mostrou a Abel a verdadeira posição de Endrick. Sorte do garoto de 16 anos, do Real Madrid, do Palmeiras

O segundo tempo em Itaquera, no vibrante 2 a 2 contra o Corinthians, serviu para deixar claro a Abel Ferreira. Endrick estava sendo desperdiçado no meio dos zagueiros. Seu lugar é na esquerda, como virou fenômeno

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Endrick voltou a atuar onde nasceu para jogar. Graças à sua movimentação, aos gols de Rony
Endrick voltou a atuar onde nasceu para jogar. Graças à sua movimentação, aos gols de Rony CESAR GRECO

São Paulo, Brasil

O garoto sofreu calado.

Ele sabia que estava sendo prejudicado, mal escalado.

Com seu corpo pequeno, encaixotado entre os zagueiros, não poderia render o seu grande futebol.

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Não foi assim que se destacou nas categorias de base, a ponto de ser vendido por mais de R$ 400 milhões ao Real Madrid.

Mas não ousou reclamar de Abel Ferreira.

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Calado, ele se submeteu ao melhor treinador em atividade neste país.

Não tinha como questionar o grande ídolo Dudu, dono do corredor esquerdo, onde cansou de se impor desde que chegou, aos 10 anos, ao Palmeiras.

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Enquanto Rony, que havia ido tão bem improvisando como atacante de referência, segurando nos músculos os zagueiros centrais adversários, corria como um insano pela direita.

Foi dessa maneira que Endrick começou o ano.

Titular, mas improvisado em uma posição que nunca foi sua.

E o rendimento, a efetividade incrível das categorias de base, sumiu.

Lógico que as perguntas dos repórteres se acumularam, de forma injusta, sobre o jejum, a falta de gols em 2023.

Diante da repetição, Abel Ferreira foi da grosseria ao abraço irônico aos jornalistas.

Mas ele e sua comissão técnica já tinham percebido todo o esforço vão de Endrick, improdutivo, diante do que pode fazer.

Enlouquecendo Fagner. Endrick se impondo onde nasceu pelo futebol. Com liberdade, pela esquerda
Enlouquecendo Fagner. Endrick se impondo onde nasceu pelo futebol. Com liberdade, pela esquerda

O jogador passou por um teste involuntário de Abel. Foi digno e não reclamou jamais publicamente nem internamente do equívoco, o desperdício de escalá-lo entre os brutamontes zagueiros.

Só quando passou um pouco de liberdade para atuar pela esquerda, como contra o Água Santa, mostrou quem é.

E ontem, no segundo tempo contra o Corinthians, se sentiu abençoado.

Pôde enlouquecer Fagner, obrigar Gil a tentar cobrir o lateral. E abriu espaço precioso para Rony, como centroavante, marcar os dois gols do Palmeiras.

Finalmente, o ótimo treinador se convenceu.

Estava escalando a maior revelação da história do Palestra Itália em uma posição completamente equivocada.

E também percebeu que tem nas mãos um garoto de boa índole, capaz de, mesmo injustiçado, sofrer sozinho.

Tudo o que está acontecendo com Endrick até junho de 2024 está sendo documentado. E levado, mês a mês, ao departamento de futebol do Real Madrid.

Inclusive seu respeito por Abel e sua personalidade forte, capaz de enfrentar a cobrança da imprensa pela falta de gols.

O treinador português viu o que considerava que não daria tão certo. Principalmente pelo ótimo encaixe de Dudu na esquerda. E da dificuldade que Endrick tem de jogar aberto pela direita.

Mas o sufoco que Fagner e Gil passaram com o garoto despertou o olhar de Abel Ferreira.

Caso Dudu volte a render na direita o que o português espera, e precisa, Endrick pode, finalmente, se animar.

E assumir o lado esquerdo do campo, podendo cortar para o meio, em arrancadas impressionantes, acumulando gols, ganhando títulos e prestígio.

Ele sempre soube que o caminho da artilharia era ali.

Seria de lá que faria o melhor para o time.

Mas conseguiu conter a ansiedade e esperar Abel se convencer.

O que mostrou contra o maior rival, em pleno Itaquera, acabou com a teimosia lusitana.

E Endrick pode esperar por dias melhores no Palmeiras.

Para alegria da torcida, da cúpula do Real Madrid.

O jejum do menino de 16 anos, em 2023, está com os dias contados...

Disney, broncas e elogios: veja o que Abel já falou sobre Endrick em entrevistas

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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