O Corinthians cedeu em tudo. Dorival conseguiu o que queria. Salário maior que o de Ramón Díaz. Multa altíssima. Contrato até o fim de 2026.

Depois de oito dias sem técnico, o Corinthians tem seu comandante.

O clube cedeu a todos os desejos de Dorival Júnior.

E ele será o treinador do clube até dezembro de 2026.

O dinheiro foi o grande obstáculo, desde que o assédio ao ex-responsável pela Seleção começou.

O empresário Edson Khodor repetiu a mesma frase do primeiro contato, na semana passada, até hoje, quando tudo foi acertado.

“Dorival Júnior é ex-técnico da Seleção.

“O patamar mudou.”

Ou seja, ele ficou um profissional mais caro.

Mesmo fracassando na Copa América.

E sendo mandado embora depois do vexame diante da Argentina.

A derrota por 4 a 1, a maior na história de todas as Eliminatórias para a Copa.

Não interessa, na visão de Khodor.

O fato de ter sido escolhido para comandar a Seleção pentacampeã do mundo é histórico.

A postura do empresário, que chegou a falar em R$ 3 milhões, afastou a direção do Corinthians.

Daí a procura por Tite.

O técnico que disse três vezes ‘não’ ao clube que o levou à Seleção, teve um ataque de ansiedade.

E repetiu o ‘não’ pela quarta vez.

Foi quando Melo mandou o executivo Fabinho Soldado contratar, de ‘qualquer maneira’, Dorival.

O dirigente queria um treinador que tivesse credibilidade e vivência para dominar o futebol do Corinthians.

O deixasse em paz para cuidar dos vários problemas políticos que vive.

Conselheiro próximo brincou com Melo.

“É como se fosse o Abel do Parque São Jorge’.

Reproduzir no Corinthians o que Abel Ferreira faz com Leila Pereira: ficar com toda a responsabilidade do time.

Da segunda vez que Soldado procurou Khodor, em Florianópolis, onde mora Dorival, a recepção foi muito melhor.

E ficou claro que haveria como negociar.

Os valores baixaram.

A pedida não era mais R$ 3 milhões.

E o Corinthians também não oferecia mais R$ 1,5 milhão, o que pagava a Ramón Díaz.

Depois que Dorival deu seu ‘sim’ definitivo, após Melo aceitar contrato até dezembro de 2026 e, principalmente, multa que engloba todos os salários restantes, em caso de demissão, Fabinho voltou a São Paulo.

Queria conversar com mais tranquilidade com Melo.

E Khodor, depois de falar outra vez só com Dorival, veio à capital paulista.

Depois da vitória do Corinthians sobre o Racing uruguaio, ontem em Itaquera, novo encontro entre o empresário e o executivo.

Tudo estava praticamente acertado.

E o ‘sim’ definitivo, envolvendo o dinheiro veio.

Conselheiros garantem que houve o meio termo.

Algo próximo dos R$ 2 milhões.

Mas com bônus altos por títulos e classificação para a Libertadores.

Dorival também tem a promessa que, depois de uma análise profunda, poderá pedir reforços na janela do meio do ano.

Algo muito importante será a participação de Lucas Silvestre.

O filho do técnico continuará sendo seu auxiliar.

Mas Dorival entendeu o trauma que Melo e a direção ficaram com Emiliano Díaz.

Não querem uma atuação tão marcante de Lucas.

Como comandar treinos e ser a última voz antes dos jogos e nos intervalos, como era Emiliano.

Lucas fará parte da nova Comissão Técnica.

Como outros homens de confiança de Dorival.

Pedro Sotero, também auxiliar, e Celso Resende, preparador físico.

Guilherme Lyra e João Marcos deverão também trabalhar, como analistas de desempenho.

Há, a princípio, um cuidado para que Dorival não se exponha.

E não trabalhe domingo, no Maracanã, contra o Flamengo.

Porque só daria tempo para treinar o time amanhã.

Em caso de derrota seria já um desgaste desnecessário.

O técnico do time sub-20, Orlando Ribeiro, deverá seguir com a equipe.

A definição acontecerá nas próximas horas, com a chance de não dar tempo de Dorival ser inscrito no Brasileiro.

Situação que seria a melhor das desculpas.

Mas algo já está mais do que decidido.

Finalmente, o Corinthians tem um treinador para chamar de seu.

E grande o suficiente para servir até como escudo para a direção.

Dorival Júnior...