O Brasil tem dono. O Flamengo é, mesmo, de outro patamar
Campeão brasileiro e da Libertadores não tomou conhecimento do Athletico, vencedor da Copa do Brasil. Vitória por 3 a 0. É supercampeão do Brasil
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
É de outro patamar.
O Flamengo deixou claro mais uma vez que é o melhor time do país.
Mesmo com o calor senegalesco de Brasília, ao meio-dia, a equipe de Jorge Jesus impressionou com sua intensidade, foco, determinação para ser campeão.
E já tem motivo para festejar neste início de 2020.
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Sem tomar conhecimento do enfraquecido Athletico Paranaense vencedor da Copa do Brasil, o campeão da Libertadores e Brasileiro de 2019 venceu por 3 a 0. Gols de Bruno Henrique, Gabigol e Arrascaeta.
Não houve competição.
O Flamengo muito bem montado e, com ideia tática inovadora, no 4-3-3, entrosado, controlado com rigidez e competência de Jorge Jesus, se impôs.
Dorival Júnior, apenas na segunda partida no comando do Athletico Paranaense, sem quatro jogadores fundamentais da temporada passada, que deixaram o clube, sabia que seria quase impossível encarar o time carioca.
Mesmo com as duas equipes ainda longe do melhor estado físico, fosse aqui um país sério o futebol estaria na pré-temporada, a superioridade técnica e tática prevaleceu.
2020 começa como terminou 2019.
O Flamengo mostrando que é muito melhor do que os outros adversários no Brasil.
Os oito meses de trabalho de Jorge Jesus na Gávea se mostram excelentes.
Assim como a qualidade do elenco, comprado a peso de ouro.
Os dois levam o time para outro patamar.
Desde o início do jogo, o Flamengo mostrou a obsessão de Jorge Jesus em manter a hegemonia não só no Brasil como na América Latina.
E trabalhou muito sério para a decisão de hoje.
O 'português' não iria jogar fora a chance de mais um troféu no 'país do futebol'. E além de a diretoria manter 95% do elenco de 2019, o único atleta que não queria que saísse, não houve jeito de segurar, por conta do contrato, foi Pablo Marí, que exigiu voltar à Europa.
Além dos 95% mantidos, a diretoria contratou reforços de altíssimo nível para a América do Sul. Pedro, Gustavo Henrique, Michael, Thiago Maia.
Jorge Jesus, que também é formado como preparador físico, tratou de buscar o melhor preparo possível para o time, sem pré-temporada. E mesmo assim, trocando o seu tradicional 4-4-2 pelo 4-3-3. Com Arrascaeta jogando mais à frente.
Mudou para que os adversários não decorassem a maneira de seu time atuar, bem caractéristico em 2019.
Dorival Júnior encontrou o time paranense sob muita tensao. Substituiu Thiago Nunes, que fez ótimo trabalho, em 2019. E teve de trabalhar na montagem de nova equipe. Com outra filosofia de jogo.
Dentre os jogadores que perdeu, ele lamenta demais não contar com Bruno Guimarães, volante com grande visão de jogo, ótima distruibuição de bola. Ficou sem os eficientes Camacho e Pedro Henrique. Além de Marcelo Cirino.
O treinador pretendia preencher as intermediárias, travar o Flamengo.
Só que Jorge Jesus resolveu a questão de forma rápida, resoluta.
Com uma forte marcação na saída de bola athleticana.
O Flamengo atuava como se tivesse um adversário pequeno pela frente.
A movimentação coordenada, treinada, entre Gabigol e Bruno Henrique, foi a responsável por 1 a 0. O ex-jogador da Inter de Milão levantou para o ex-santista cabecear sem chance para Santos.
Eram apenas 15 minutos.
O Flamengo continuou no mesmo ritmo.
Ainda ganhou um gol de presente.
Marcio Azevedo foi esnobar uma bola levantada para a área. E foi recuar de peito para Santos.
O recuo acabou sendo fraco demais. Gabigol, muito esperto, chegou antes, dividiu a bola legalmente com o goleiro e empurrou para as redes. 2 a 0, aos 28 minutos.
Todos as 48.009 mil pessoas que estavam no Mané Garrincha já sabiam. A final tinha um vencedor.
Com a vantagem larga, o Flamengo passou, de forma inteligente, a se poupar. Fazer a bola correr. Foi quando o Athletico viveu sua melhor fase no jogo.
No intervalo, Jesus foi firme.
Exigiu mais vontade e futebol mais intenso, com a aproximação dos atacantes ao meio-campo.
Dorival Júnior trocou as duas laterais.
E adiantou a equipe.
Tinha de tentar alguma coisa.
Foi a manobra que Jesus esperava.
O Flamengo ganhava espaço para contragolpes.
Foi assim que aos 23 minutos, Arão lançou o velocista Bruno Henrique.
Ele invadiu a área, quis passar para Gabigol, mas Santos conseguiu desviar. Só que Arrascaeta, que jogou mais à frente, estufou as redes.
3 a 0.
Aí, sim.
Com a permissão de Jorge Jesus, o Flamengo diminuiu o ritmo.
Até por conta do calor infernal de Brasília, perto das 13 horas.
A final estava decidida.
O Athletico reconhecia a superioride carioca.
O Flamengo mostrou.
Não só é o melhor do país.
Com quer manter seu reinado.
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