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‘Ninguém quer ver o Brasil! Acabou o encanto!’ Osires Nadal, o último homem a acreditar na Seleção Brasileira

63 anos de carreira. 12 Copas, cobrindo a Seleção Brasileira. Desde 1970, quando invadiu o gramado do estádio Jalisco, para comemorar o tricampeonato. mundial. E envergando a bandeira de Ponta Grossa, ao lado de Pelé. Para o mundo ver

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Osires Nadal foi homenageado pela Fifa. Troféu entregue por Ronaldo Fenômeno Reprodução/Instagram Osires Nadal

“O Paraná te abraça.”

Esse bordão tem marcado a vida da Seleção há anos e anos.

Desde 1970, um digno representante de Ponta Grossa, no Paraná, acompanha o Brasil. Para onde for, Osires Nadal está com seu microfone. A fórmula é simples, mas cada vez mais difícil de colocá-la em prática. Com enorme tino comercial, sai para buscar cotas, vender patrocínio para sua rádio. E com o dinheiro dos anunciantes, viaja ao lado da Seleção. E com um fervor que começou em 1970, no estádio Jalisco, no México, com a conquista do tricampeonato mundial.

“Não tive dúvidas quando o Brasil abriu 3 a 1. Estava eufórico e invadi o gramado. Assim que a partida acabou, entrei no gramado, com minha bandeira de Ponta Grossa. Tinha de mostrar que a minha cidade estava lá, naquele momento histórico. Há fotos minhas ao lado do Pelé, sendo levantado pelos fãs mexicanos. E a bandeira lá. O amor pela Seleção chegou para ficar.” Aos 79 anos, Osires segue com o mesmo brilho nos olhos.


Advogado e jornalista, com enorme tino comercial, segue uma carreira que já chega a 63 anos. Com o dom da retórica, foi responsável até por concurso de Miss Soja. E com concorrente famosa que não ganhou porque acabou saindo na capa da Playboy, Xuxa. Depois, viria a ser amigo dela, por conta de seu namorado: Pelé.

“Ficamos muito próximos. A relação com os jogadores era outra. De cumplicidade.” Osires já cobriu ‘in loco’ 12 Copas. ‘Só perdi duas pelos nascimentos dos meus filhos.’ Porém, o mais marcante na entrevista está na postura aberta de Osires na cobertura da Seleção. Ele realmente torce, fica ao lado do selecionado, seja ele qual for. Não fica isento.


“Eu amo o meu país e acredito que a Seleção me representa Vai ser assim até enquanto eu tiver forças para trabalhar, para correr atrás do Brasil pelo mundo.”

Mas não é alienado.


“Os fracassos da Seleção têm me atrapalhado. Em 2002, vendia 15 cotas de patrocínio. Hoje, três. Ninguém quer ver a Seleção. Provoca raiva, frustração.” A culpa? “É da desorganização da CBF, que não dá condição de trabalho aos técnicos. Dos jogadores que atuam na Europa e perderam a ligação com o povo brasileiro. Dos nossos técnicos. Eu entendo, mas não quero deixar de acreditar.”

Osires já foi homenageado até pela Fifa por seu árduo trabalho.

Mas, confessa, a caminho dos 80 anos.

“Pensei que iria seguir até o fim da vida com a Seleção. Só que cansei. Tudo é muito caro. O esforço é enorme. A dificuldade em conseguir patrocínio. Vou fazer 80 anos. E quero me dedicar à minha família. À minha parceira de luta, minha esposa Vera. Meus netos. Mas sempre torcendo pela Seleção, onde eu estiver.”

Osires é um dos personagens do canal do Cosme Rímoli no YouTube.

Uma parceria com o R7.

A cada semana uma entrevista exclusiva...


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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