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Cosme Rímoli - Blogs

Neymar lidera movimento contra gramado sintético. Com o apoio de Gabigol, Lucas e Dudu. Só que CBF e Federações prontas para a guerra

Neymar tem o apoio de jogadores importantes, como Gabigol. Ele aproveitou para se queixar do gramado sintético que o rival Atlético está colocando no seu estádio. A queixa é que o piso é mais duro e favorece as contusões. CBF e Federações não vão recuar. Fifa autoriza o piso

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Santos já foi avisado por Neymar. Ele não gosta de gramados artificiais. Diz que o piso é mais duro. O risco é prejudicar suas articulações Raul Baretta/Santos

Foi um rastro de pólvora.

Os jogadores, liderados por Neymar, protestaram contra os gramados sintéticos no Brasil.

Embora não exista base científica, eles acreditam que o piso, mais duro, facilite as contusões.

Facilite torções.


E prejudique as articulações.

O jogador de 33 anos já havia deixado claro, ao ser contratado pelo Santos.


Ele pediu para se evitar, ao máximo, gramados sintéticos.

E Marcelo Teixeira atendeu seu pedido.


Depois de fechar acordo com o Palmeiras, para uso do estádio, em jogos do Santos, teve de recuar.

Por conta de Neymar.

“Fomos para a tentativa do Allianz Parque, onde a Leila Pereira [presidente do Palmeiras] e todo seu staff foram muito cordiais e profissionais, chegamos a um acordo, porém tivemos uma questão envolvendo essa recuperação do Neymar e a tendência é que possamos dar mais rodagem para ele e, em um futuro próximo, possamos optar também por jogar em uma grama sintética.

“Departamento médico e de fisioterapia entenderam que era necessário ter uma precaução nesse momento para não expor o jogador em uma grama diferente, uma grama sintética. A grama do Allianz é boa, mas nós compreendemos que era preciso ter uma precaução.”

Neymar tem vários grupos de jogadores nos aplicativos de mensagem.

E há duas semanas já se articulava o protesto formal contra os gramados sintéticos.

Hoje veio a reclamação pública, nas redes sociais.

Com o apoio de Gabigol, Lucas, Dudu, Thiago Silva, Philippe Coutinho.

“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim

“Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste.

“Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam.

“FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!

“#NãoaoGramadoSintético.”

Lucas já se contundiu jogando no Allianz. Culpou o gramado Rubens Chiri/São Paulo

A direção do Palmeiras, alertada pela postura de Marcelo Teixeira, citando Neymar, esperava algo parecido.

E havia já preparado uma resposta, com embasamento científico.

“Diante da publicação realizada conjuntamente por alguns jogadores contra a utilização de gramados artificiais no futebol brasileiro, a Sociedade Esportiva Palmeiras esclarece que:

- O campo sintético do Allianz Parque é certificado pela Fifa, que realiza inspeções anuais desde a sua implementação, em 2020, a fim de aferir que o piso siga os mesmos parâmetros de um campo de grama natural em perfeito estado;

Não há qualquer comprovação científica de que o risco de lesão em campos artificiais seja maior do que em campos naturais. Pelo contrário: recente estudo publicado pela revista “The Lancet Discovery Science” aponta que a incidência de contusões em jogos de futebol disputados em gramados artificiais é inferior à de lesões em campos naturais;

- Diferentes levantamentos realizados por veículos de imprensa mostram que o Palmeiras, ao longo dos últimos cinco anos, é o clube da Série A do Campeonato Brasileiro com menor número de lesões;

- O clube respeita a opinião dos atletas que manifestaram preferência por campos de grama natural e considera urgente o debate sobre a qualidade dos gramados do futebol brasileiro; este problema, contudo, não será solucionado com críticas rasas e sem base científica.”

Na Europa, Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha, França, Portugal e Holanda não usam gramados sintéticos.

No Brasil, o Palmeiras usa gramado sintético no seu estádio, como o Botafogo, Athletico Paranaense, o Pacaembu, a Arena Barueri. O Atlético Mineiro está terminando a instalação do piso artificial, e por isso tem jogado no Mineirão.

Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro Gustavo Aleixo/Cruzeiro

São Paulo, Vasco, Grêmio e Internacional estudam também a possibilidade de colocar gramado sintético.

O treinador Renato Gaúcho, quando treinava o Grêmio, era absolutamente contrário.

“É uma grama que para você torcer o joelho, torcer o tornozelo, ter uma lesão séria, é fatal. Eu falo para os meus jogadores: vocês precisam se unir, abrir a boca, dar as suas opiniões, que vocês não gostam de jogar em grama sintética, porque é terrível para os jogadores. Daqui a pouco, você contrata um jogador de 15, 20 milhões de euros, vai jogar numa grama sintética, tem uma lesão, fica um ano parado.

“Grama sintética jamais. Os jogadores têm que cobrar dos presidentes, das prefeituras, do Estado, uma grama boa para se jogar futebol. Grama sintética jamais.

“Jogadores precisam se unir”, pregava no dia primeiro de agosto de 2024.

Suárez não aceitava jogar nos gramados sintéticos do Brasil Lucas Uebel/Grêmio

O midiático atacante Suárez se recusava a atuar nos gramados sintéticos no Brasil.

Só que a CBF e as Federações estão prontas para a guerra.

Não vão recuar.

A Fifa libera a utilização do gramado sintético.

E faz vistorias anuais pelo mundo para ver a qualidade do piso artificial.

Os atletas estão protestando.

Mas ainda não se articulam para uma greve.

Não jogarem em gramados artificiais.

Se fizerem isso, os clubes não terão como apoiá-los.

A Fifa liberou os gramados sintéticos.

Os departamentos jurídicos da CBF e das Federações estão preparados.

Os jogos seguirão acontecendo no Brasil nos gramados sintéticos.

Essa é a postura final do presidente Ednaldo Rodrigues...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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