Neymar completa hoje 33 anos. Idade limite para Messi e Cristiano Ronaldo. Volta a campo com a 10 de Pelé. Será a retomada da genialidade. Ou se assumir como um midiático privilegiado
Hoje é 5 de fevereiro de 2025. A certidão de nascimento de Neymar da Silva Santos Júnior aponta 33 anos. Para qualquer jogador é uma idade crucial. A última fase da carreira. Para o jogador, que segue sendo a última esperança, para o Brasil vencer a Copa de 2026
“Estou de volta para a minha casa.
“Se depender do amor e do carinho que eu tenho por esse clube, não vai faltar força, garra, determinação, fé.
“E, obviamente, muita ousadia.”
Frases emocionantes, que Neymar disse na sua reapresentação na Vila Belmiro.
As palavras foram tocantes, de puro sentimento.
Regadas a lágrimas verdadeiras.
O choro foi compulsivo.
Só ele sabe o que passou para retornar ao clube onde tudo começou.
Quem ama futebol, vai parar para assistir Santos e Botafogo de Ribeirão Preto, às 21h35.
Com transmissão pela tevê aberta.
Pela RECORD.
O Brasil estará sequestrado pela esperança.
Pela percepção, toda particular, dos brasileiros.
Que o restante do planeta custa a entender.
Por que ainda nossa população acredita nesse jogador?
Primeiro, os fatos.
Hoje, 5 de fevereiro de 2025, Neymar não tem mercado nos grandes clubes europeus.
Aliás, desde 2022, quando o Paris Saint-Germain o ofereceu ao mercado do Velho Continente.
O Barcelona, onde teve uma passagem histórica, foi o primeiro a recusá-lo.
Mesmo curado de sua mais séria lesão na carreira, o Al-Hilal rescindiu seu contrato.
O multibilionário clube da Arábia Saudita não quis seguir com o meia/atacante.
Fracassou o plano para que fosse garoto-propaganda da Copa de 2034.
O técnico Jorge Jesus, que é desesperado para conquistar títulos, disse que ele não tem condições físicas de acompanhar o time que montou no Al-Hilal.
E não quis inscrevê-lo no Campeonato Saudita.
Tudo isso é concreto, indiscutível.
Agora, a expectativa esperançosa do Brasil.
O país que se autodenomina ‘do futebol’ coleciona fracassos em Copas do Mundo, desde 2002.
Não é nem mais o ‘dono’ do continente, a Argentina é bicampeã da Copa América.
Há 12 dias, a Seleção Brasileira sub-20 perdeu por 6 a 0 para os argentinos, no Sul-Americano.
Até hoje à noite, o maior ídolo do país era Gabigol, atacante de 28 anos, que nunca disputou uma Copa.
O último clube campeão mundial brasileiro foi o Corinthians, há 13 anos.
Vinicius Júnior, escolhido como o melhor do planeta, é um personagem de tevê.
Com seus companheiros do Real Madrid é estupendo.
Na Seleção Brasileira, figura decepcionante, perdida.
Esse cenário carente foi escolhido por Neymar, e seu pai/empresário, para a fase mais decisiva de sua carreira.
Aos 33 anos, qualquer jogador de elite no futebol mundial não tem grande mercado aberto.
Por mais que tenha talento excepcional, como é o caso.
Basta pensar em Messi e Cristiano Ronaldo!
Nos últimos meses de 33 anos do argentino, o Barcelona decidiu não renovar seu contrato.
Após 18 anos de convivência.
Com os mesmos 33 anos, o Real Madrid não quis seguir com o português, depois de nove temporadas.
A ‘desculpa’?
Falta do rendimento extraordinário dos dois.
Isso é realidade.
E eles não tinham 29 lesões como Neymar.
A mais grave foi o rompimento dos ligamentos cruzados e ruptura de menisco, em outubro de 2023.
Custou mais de um ano parado.
E ele ainda não retomou a rotina de jogos.
Entrou duas vezes em partidas do Al-Hilal, depois de curado.
Sofreu outra lesão muscular grave.
O médico que o operou, Rodrigo Lasmar, garante que Neymar está apto, e com todas as condições, de ‘jogar como antes’.
É exatamente esse o ponto ‘como antes’.
Na retina dos brasileiros, principalmente dos santistas, há o incrível meia que barbarizava os defensores.
Mas esse quadro já completou 12 anos, quando deixou o país.
Tinha explosão muscular e velocidade que permitiam colocar em prática seu talento.
A idade chegou para Neymar.
Ele não era mais o principal jogador do PSG, Mbappé tomou seu lugar.
Aos 33 anos, Messi e Cristiano Ronaldo se reinventaram.
Passaram a ter privilégios táticos.
Companheiros correram por eles.
Mesmo assim, Juventus e PSG não quiseram renovar com a dupla.
A Argentina de Scaloni conseguiu encaixar Messi.
O que levou o país à Copa de 2022.
Portugal não fez o mesmo com Cristiano Ronaldo, nos últimos anos.
Na Copa do Catar, acabou reserva e, quando entrava em campo, a torcida portuguesa o vaiava.
Ambos seguem na periferia do futebol mundial, Arábia Saudita e Estados Unidos.
Neymar voltou para o Brasil, e com contrato de cinco meses, em busca de carinho, afeição, que não encontraria em lugar algum.
E também terá pela frente nível técnico reconhecidamente fraco.
O destino colocará o limitadíssimo Botafogo de Ribeirão Preto, lanterna do Paulista, à sua frente, hoje, em plena Vila Belmiro.
Sua reestreia tem tudo para ser festiva, com direito a dribles, gols.
Perfeita para a euforia nacionalista de muitos.
No caminho do Santos, o Novorizontino, no Interior, no segundo confronto.
E na terceira partida, a real prova das condições de Neymar.
Corinthians, em Itaquera, na próxima quarta-feira, dia 12.
O contrato de cinco meses é, na verdade, um teste para o próprio jogador.
Com patrimônio de R$ 4,4 bilhões, ele pode fazer o que quiser da vida.
Tem proposta do Inter Miami, do seu amigo Messi, falando pelo dono da equipe, Beckham.
O presidente Marcelo Teixeira insiste: fará de tudo para que fique até junho de 2026.
Dorival Júnior está aflito, torcendo para que Neymar recupere seu excelente futebol e seja o maestro da Seleção.
O resumo: aos 33 anos, o melhor jogador brasileiro da última década, precisa se provar.
Saber se consegue atuar em altíssimo nível, com capacidade física para suportar temporadas, partidas em seguida.
Se tem o direito de sonhar em reabrir o mercado europeu.
Ou irá se contentar com países periféricos no futebol de clubes, como os EUA, Arábia Saudita, Emirados Árabes.
E também, lógico, o Brasil.
E seguir como um ‘midiático privilegiado’, no clube que estiver, com a cumplicidade de seus mais de 320 milhões de seguidores.
Sua ‘performance’ nas redes sociais segue brilhante, há mais de 13 anos.
Começa hoje, às 21h35, a hora da verdade.
Para um homem que vestirá a camisa 10 do Santos, que pertenceu a Pelé.
Com responsabilidade dentro do campo.
E saída para o clube endividado buscar patrocinadores.
E que não tem mais o direito de atender por seu apelido mais consagrado.
Basta olhar, de verdade, para seus ‘parças’.
Gil Cebola e Jota Amâncio não são mais meninos gritando, a todo instante, ‘É Toissss...”
São homens, envelheceram.
Se ainda assim houver dúvida, basta pensar em Davi Lucca, Mavie e Helena.
Ainda em Mel, que está para chegar.
Neymar é um pai de quatro filhos.
E que precisa descobrir o que fará da sua carreira.
Do Santos.
Da Seleção Brasileira.
De sua família.
De sua vida midiática.
O ‘Menino Ney’ não existe mais...
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