Neymar assume momentos depressivos, com grave operação. Pai foi psicólogo. ‘Fiquei mal de cabeça. Lesão no joelho era o meu maior medo’
Ao saber que ficaria um ano sem poder jogar, Neymar ficou abalado emocionalmente. Como sempre, rejeitou a ajuda de psicólogos, foi seu pai que assumiu a missão de reanimá-lo. Medo era de que não voltaria a jogar com a mesma desenvoltura
Aos 27 anos, Neymar ‘pai’ era o melhor jogador do União Mogi, em 1992.
O meia-atacante habilidoso do time de Mogi Mirim tinha a esperança que sua carreira ainda seria importante.
Ganharia o dinheiro que sempre sonhou.
Mas tudo acabou quando sofreu um grave acidente de carro, ao levar a família para encontrar parentes em Santos.
Ele não teve a mesma sorte do filho, que era bebê e que só sofreu um corte na testa.
Neymar ‘pai’ luxou a bacia.
Ficou um ano sem jogar.
Não teve o amparo cirúrgico e pós-operatório necessários do clube minúsculo do interior paulista.
Jamais voltou a ser o mesmo atleta e sua carreira caminhou para o fim.
A história sempre assustou Neymar.
Apesar de ter tido 26 contusões até outubro de 2023, seu maior medo estava localizado nos joelhos.
Temia sofrer lesão grave, como o pai, e não voltar a poder mostrar o mesmo futebol de habilidade, dribles, arrancadas, que o diferenciaram. E o transformaram no melhor jogador do Brasil, e um dos maiores do mundo, nos últimos 12 anos.
Neymar sempre foi contra psicólogos no futebol.
Assumidamente acredita que as pessoas que o rodeiam, que o amam, mesmo sem formação psicanalítica alguma, são mais do que suficientes para ampará-lo, em todas as difíceis situações pelas quais passou.
E foi assim que agiu na contusão mais grave que enfrentou na carreira.
O rompimento dos ligamentos cruzados anteriores do joelho esquerdo, na partida contra Uruguai, pelas Eliminatórias.
“Meu maior medo desde que comecei era machucar o joelho. E hoje estou enfrentando o meu maior medo. [...]
“Essa foi a lesão que mais me abalou na carreira.
“Eu fiquei muito triste e mal da cabeça no primeiro mês.
“Eu sabia que era uma lesão muito grave e, ao mesmo tempo, longa, né?
“Ficar de fora é muito ruim, no começo você só sente dor, então eu só queria que ela sumisse.
“Se você não tiver as pessoas que você ama ao seu lado, é difícil você voltar depois dessa lesão porque ela mexe com o seu psicológico, mexe com o seu corpo. Eu não tenho mais 20 anos, eu tinha 31.
“Então, eu sou um cara muito grato por ter muitos amigos, família e filhos por perto que me motivam”, disse em um documentário sobre jogadores na Arábia Saudita.
Neymar sempre foi fechado ao falar sobre os aspectos psicológicos que enfrenta.
Em outubro, ele já havia deixado claro seu sofrimento emocional.
“A coisa que mais amo na vida é jogar futebol.
“Cada dia que fico longe é um dia de sofrimento. É o que mais me machuca”
Ele chorou diante das câmeras que gravavam seu depoimento para seu Instagram.
Sem buscar auxílio de psicólogos, foi seu pai quem exerceu essa função.
Desde a cirurgia, até todos os momentos de fisioterapia, Neymar pai estava ao seu lado.
E repetindo que voltaria a jogar futebol.
Ele fez o médico da Seleção, Rodrigo Lasmar, insistir diversas vezes que o atacante voltaria ‘até melhor’.
Dorival Júnior ligou diversas vezes para garantir que seu lugar na Seleção estava reservado, quando se recuperasse.
E que tinha toda a confiança no seu futebol.
Jorge Jesus, que tem por característica não ser suave, pelo contrário, fez questão de dar todo seu apoio.
É ele quem está fazendo pressão para a direção do Al-Hilal não rescindir o contrato com o brasileiro.
Tem esperança que seja o grande reforço da equipe em janeiro, quando deverá estar curado da 28ª lesão da carreira.
O estiramento da coxa direita.
Contusões musculares são comuns, após longo período sem o atleta jogar futebol, após cirurgias.
Na série da Netflix, Neymar se mostrou mais humano.
Da necessidade de suporte psicológico, emocional.
E seu pai, que sofreu na pele, o final de carreira, depois de uma cirurgia, de um ano sem entrar em campo, sabia exatamente o que falar.
Foi o ‘psicólogo’ que Neymar precisava.
A informação é de amigos próximos do atacante.
Os dois enfrentaram juntos o maior medo do jogador.
Uma cirurgia de joelho.
E garantem que, em janeiro, o camisa 10 da Seleção estará pronto para jogar.
Recuperado física e mentalmente.
“Hoje, o Neymar tem seu contrato até 2025. A gente não sabe de nada, vejo especulações que ficam, a gente começa a se preparar para isso. Eu sei que o mercado está esperando ele voltar, como vai voltar, a gente sabe disso.
“Mas ele sempre volta melhor do que ele estava, e não vai ser diferente.”
A garantia é de Neymar pai.
Ele deu entrevista a um podcast da CNN, Roundcast...
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