Paulo Bento assume que 'não tem nada a perder' contra o Brasil. Mas tudo a ganhar
Reprodução/TwitterSão Paulo, Brasil
"Creio que isso é um problema grande para as equipes. Para nós, um pouco maior que para o Brasil, que mexeu na equipe [na última fase].
"É completamente diferente do que pudemos fazer no último jogo. É algo que não lembro [na Copa] se olharmos para 2018. Não lembro de, após a fase de grupos, ter jogos em um intervalo de 72 horas.
"Não me lembro, é algo inumano, não é algo justo. É algo que a Fifa pretende, ir criando menos condições para aqueles que têm menos condições. E dando mais condições para aqueles que têm mais condições."
A reclamação de Paulo Bento, português treinador da seleção da Coreia, foi vista como uma desculpa antecipada.
O time da Ásia, que enfrentará o Brasil, teve o mesmo tempo de descanso do Brasil, mas como precisava do resultado contra Portugal, na última rodada da fase de grupos, esgotou seus jogadores, enquanto a seleção pôde se dar ao luxo de perder de Camarões, e ainda ficou na liderança do grupo H.
O técnico ainda tem muito rancor dos dois meses que ficou no Cruzeiro, em 2016.
"Não posso falar muita coisa de uma experiência que durou pouco mais de dois meses. O que ficou foi o carinho pelas pessoas com quem convivi e trabalhei lá. Mas esportivamente foi um trabalho muito curto", dizia, depois de um trabalho fraquíssimo.
Ele assumiu a Coreia do Sul em agosto de 2018. O projeto era reformular o time. Fazer com que se classificasse para esta Copa do Mundo.
E montou uma equipe competitiva. De muita marcação e velocidade nos contragolpes. Principalmente pela direita, justamente onde o Brasil terá Danilo improvisado.
Daí a esperança do português, que se assume como franco-atirador.
"Se fôssemos disputar um campeonato de muitas jornadas com o Brasil, eles ficariam sempre à nossa frente. Num só jogo, o Brasil tem muitas possibilidades na mesma, mas nós também passamos a ter mais possibilidades. Não temos nada a perder."
Da goleada que a Coreia do Sul tomou do Brasil, em junho, por 5 a 1, em um amistoso em Seul, ficou o ensinamento. Paulo Bento não tentará jogar com as linhas adiantadas, abertas.
Em vez de atuar no 4-4-2, que usou na derrota, a expectativa é que monte o time no 4-5-1. Com forte marcação no meio-campo. Ainda mais depois da confirmação de que Neymar estará de volta.
O forte da equipe sul-coreana é o conjunto. O que aconteceu em junho não se repetirá, promete o técnico. Apelando para a intensidade na disputa de bola na intermediária. Se Neymar respirou aliviado por não ter os duros uruguaios pela frente, vai enfrentar marcadores firmes assim que pegar a bola.
Paulo Bento, que foi muito comentado por fazer os coreanos vencerem a seleção do seu país, na útima rodada da fase de grupos.
O técnico sabe que já fez história, vencendo Portugal.
Mas quer mais.
Deseja vingança do país que desprezou seu trabalho...
Isso porque a bebida é proibida: os torcedores mais animados da Copa
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.