Não é só fim do EI. O streaming ameaça de extinção canais a cabo
O grupo AT&T percebeu que não valeria a pena manter o Esporte Interativo. Também deverá desistir do Brasileiro. O streaming é o futuro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Por trás da implosão dos canais Esporte Interativo há algo muito importante.
E que contribuiu significativamente para o desprezo aos superfaturados Campeonatos Italiano e Francês, mesmo com Neymar no PSG.
Os grandes grupos brasileiros de televisão sabem.
COSME RÍMOLI: Fim do EI faz clubes ameaçarem rescindir contratos para o Brasileiro
Os canais a cabo esportivos perderão seu poder.
Muitos devem até seguir o caminho do EI e serem extintos.
Está acontecendo uma revolução na maneira de assistir não só futebol, mas a elite do esporte mundial.
Os grandes conglomerados já perceberam.
Veja mais: Bahia estuda romper contrato com o Esporte Interativo após fim do canal
O grupo AT&T, que adquirou a Warner, dona da Turner, proprietária dos canas Esporte Interativo, não joga dinheiro fora. De maneira fria percebeu a 'loucura' que foi o EE comprar a caríssima Champions League, saltou do patamar de 60 milhões de dólares, cerca de R$ 230 milhões, que a Globo dividia com a ESPN, para bancar 130 milhões de dólares, R$ 502 milhões, sozinha. Nem a chegada do Facebook para ajudar a pagar, não convenceu os executivos da AT&%. Consideraram um 'péssimo negócio'.
Tudo ficou insuportável com o gasto de R$ 600 milhões para a compra dos Brasileiro de 2019 a 2024. E nem com a metade dos times envolvidos. A decisão de implodir, acabar os canais Esporte Interativo é uma estratégia de, pelo menos, se livrar desse acordo. Fazer com que as equipes optem pela rescisão, já que teriam suas partidas mostradas nos canais de entretenimento TNT e Space, canais de entretenimento.
As conversas entre os principais clubes que assinaram com o EI, Palmeiras, Santos, Internacional, Bahia e Atlético Paranaense é para a rescisão do contrato. E tentar voltar para a Globo e ter seus jogos no cabo mostrados pelo Sportv. Só que a emissora carioca está disposta a pagar bem menos do que dispunha antes. Pela 'traição'.
Como ainda faltam sete meses para o Brasileiro de 2019 começar, ainda haverá várias tratativas. Os clubes querem uma compensação pela intempestiva decisão do final dos canais Esporte Interativo.
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Mas a cúpula da AT&T nos Estados Unidos e os maiores executivos de tevês no Brasil sabem que tudo isso pode parecer grande. Mas só para os desavisados.
A verdadeira revolução já está a caminho.
O streaming nos esportes.

Como está acontecendo com os grandes estúdios de Hollywood e produtoras independentes, que estão vendendo sua produção para empresas especializadas em streaming como a Netflix e a Amazon, o mesmo já acontece no mundo do futebol, basquete, MMA, basebol, vôlei, tênis e inúmeras outras atividades.
Os mais importantes torneios esportivos já estão sendo comprados e vendidos em plataformas digitais.
A maior empresa até agora é a bilionária Perform Group.
Avaliada em 700 milhões de libras esterlinas, cerca de R$ 3,5 bilhões, o grupo mostra um poder voraz de negociação. Pertencente ao bilionário ucraniano, Len Blavatnik, desde 2007, o plano vem sendo colocado em prática.
Foi assim que conseguiu os direitos da NBA , NFL , MLB , Fórmula 1, Bellattor, WTA, Wimbledon, Davis Cup, J-League, UFC, Campeonato Francês, Italiano, Alemão, Espanhol, Brasileirão.
Sim, possui o Campeonato Brasileiro.
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Em 2017, o grande salto. Ou melhor, os grandes saltos. Gastando bilhões conseguiu acordo para ter a Champions League, Liga Europa, Libertadores e Copa Sul-Americana. Ou seja os maiores torneios de futebol na Europa e na América do Sul, de uma vez só.
Todos os jogos poderão ser vistos em tempo real.
Por smarts tevês, celulares, computadores, tablets e até consoles de video games.
São mais de 18.000 eventos por ano ao vivo.
Além dos jogos, há a produção de programas esportivos. De entrevistas, debates, que mostram detalhes do torneio transmitido.
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Por enquanto, apenas Áustria, Alemanha, Japão, Itália, Suíça e Canadá têm acesso.
O preço médio é de cerca de R$ 40,00 mensais.
Mas o plano de expansão é ambicioso.
Porque além de transmitir os jogos, a Perform ainda possibilita a aposta nestes eventos.
Esta é a grande diferença em relação ao Brasil, onde apostar em eventos esportivos segue proibido.
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A estratégia por aqui seria entrar apenas com as transmissões dos eventos.
Há outras empresas internacionais investindo forte no streaming esportivo pelo mundo.
Os canais esportivos a cabo estão cada vez mais sendo deixados de lado.

O caminho do streaming de esportes é sem volta.
A formúla do Esporte Interativo acabou obsoleta.
E inviável.
Em um país mergulhado na recessão, como o Brasil.
A Anatel divulgou que, em 2017, que 938 mil famílias cancelaram suas assinaturas de canais a cabo. O mercado aponta apenas 18,7 milhões de lares no país com esse serviço. E a fuga continua.
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Pagar para ter canais esportivos a cabo é algo cada vez mais dispensável.
O fracasso da Seleção Brasileira de Tite na Copa da Rússia foi terrível.
Em todos os sentidos.
A Fox Sports, por exemplo, foi o canal esportivo que transmitiu o Mundial e teve o pior resultado, a audiência mais baixa.
O grupo Disney, que já era dona da ESPN, comprou a Fox.
Virou dono dos canais ESPN e Fox Sports neste país.
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Há sérias dúvidas se a Disney manterá canais esportivos concorrentes no país.
Ainda mais com a fuga dos brasileiros da tevê a cabo.
A AT&T é um dos maiores conglomerados capitalistas do mundo.
Percebeu o quadro no país.
E a decisão de extinguir os canais Esportes Interativos traz amarrada a decisão de não seguir com o acordo com os clubes para os Brasileiros de 2019 a 2014. As esquipes também não querem seus jogos em canais de entretenimento. O rompimento é certo.
Enquanto isso, as tevês já sabem.
O streaming esportivo será inevitável.
Para desespero dos canais a cabo...
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