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Cosme Rímoli - Blogs

Na escolha do técnico para a próxima Copa, Dorival e Abel seguem na frente. Nem Tite está descartado. Só Mano, o 'técnico' de Caio

O presidente Ednaldo Rodrigues decidiu que só em janeiro anunciará o 'novo' treinador da seleção. Muito político, ouvindo conselhos até de Ricardo Teixeira, o dirigente não descarta nem mesmo Tite. Se for hexa

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Ednaldo decidiu ganhar tempo. Vai avaliar o que for melhor politicamente na sucessão (ou não) de Tite
Ednaldo decidiu ganhar tempo. Vai avaliar o que for melhor politicamente na sucessão (ou não) de Tite

Doha, Catar

Caio Ribeiro foi um ex-jogador sem polêmicas.

Comentarista estudioso, mas ameno, avesso às críticas pesadas.

Também não se especializou em dar notícias exclusivas.


Trabalha no grupo Globo há 15 anos como comentarista.

Por conta do monopólio que durou décadas, sobre o futebol deste país, a emissora mantinha uma relação umbilical com a CBF.


E conseguia informações privilegiadas em relação à seleção brasileira.

Mas isso diminuiu muito desde que a Globo não apoiou os ex-presidentes Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, quando a Fifa os baniu.


Só que uma "notícia" mexeu com os bastidores da CBF. 

"Dada" por Caio Ribeiro em uma descontraída live, conversa ao vivo, sobre o Cartola, lucrativa brincadeira que a Globo criou para que internautas façam sua seleção sobre quais serão os melhores jogadores de cada rodada do Brasileiro.

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Caio se tornou um especialista em dar "dicas".

Conversando, de forma relaxada, ele falava sobre faltar um título para que Fernando Diniz pudesse sonhar com o lugar que Tite deixará vago após a Copa do Catar. 

Foi quando decidiu avisar que sabia que Mano Menezes seria o treinador da seleção novamente. Com Andrés Sanchez como diretor da CBF. Pediu que fosse cobrado "depois"'.

A "revelação" causou furor. 

Não por Caio Ribeiro, mas por conta da histórica ligação da emissora com a CBF.

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, tratou de negar a "informação".

Disse que só tratará do assunto em janeiro.

Antes disso, classificou como "mentira" qualquer afirmação sua sobre a sucessão.

Mano Menezes foi quem mais estranhou a garantia de Caio Ribeiro.

"Não tive nenhum contato sobre isso. Zero!", jurou, em Porto Alegre.

Despachado, o ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez buscou a ironia para debochar da afirmação do comentarista da Globo.

"Meu Deus, Caio Ribeiro deve ter ido na cartomante ou viu bola de cristal kkkkkkk."

O comentarista se calou sobre o assunto, desde as negativas.

Ele ficou em uma situação difícil, constrangedora, onde trabalha.

Por expor a emissora

Se queria, será muito cobrado quando for anunciado o sucessor de Tite.

Que tem tudo para não ser Mano Menezes.

O treinador fez um trabalho decepcionante, fraco, quando teve a chance de comandar o Brasil, entre 2010 e 2012. 

Nestes dez anos, foi péssimo no Flamengo. Fez um trabalho razoável na volta ao Corinthians. Começou bem no Cruzeiro, mas preferiu o dinheiro oferecido pelos chineses do Shandong Luneng. Pagou caro pela escolha. Foi demitido seis meses depois.

Reassumiu o Cruzeiro por três anos. Ganhou a Copa do Brasil. Mas encaminhou o rebaixamento do clube. Suportou apenas 20 partidas antes da demissão no Palmeiras.

Ficou nove meses desempregado. Foi contratado pelo Bahia. Ficou apenas três meses, demitido, deixando o clube à beira do rebaixamento, que se concretizou em 2020.

Voltou à fila do desemprego por quatro meses, até assumir o Al Nassr. Durou cinco meses o sonho árabe. Nova dispensa.

Só depois de sete meses voltou a trabalhar como treinador. Dessa vez no Internacional. Não ganhou nenhum título. Só o vice-campeonato brasileiro, oito pontos atrás do Palmeiras.

Ou seja, Mano Menezes entrou em uma gangorra inacreditável depois que saiu da seleção brasileira. Foram bem mais momentos constrangedores do que consagradores.

Se Ednaldo Rodrigues não fala abertamente sobre quem será o novo treinador do Brasil, pessoas ligadas ao presidente da CBF acabam falando.

E Mano Menezes jamais foi cotado, inclusive por elas.

Os nomes repetidos à exaustão de quem está perto de Ednaldo, ligados a ex-presidentes da CBF, que detêm influência na entidade, são dois.

O primeiro é Dorival Júnior, do Flamengo. Pelo ótimo momento atual, campeão da Libertadores, da Copa do Brasil. Por seu gênio conciliador, por manter sempre uma relação de compreensão com a CBF.

Se Tite for bem na Copa e o Brasil for eliminado, chance de Dorival cresce. Se for vexame, Abel cresce
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O segundo precisaria quebrar paradigmas. Preconceito, xenofobia.

É Abel Ferreira, de trabalho sensacional em dois anos de Palmeiras, de Brasil. Bicampeão da Libertadores, campeão da Copa do Brasil, atual campeão brasileiro, entre outros títulos.

Só que Ednaldo Rodrigues aceitou um dos conselhos do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, que é uma das pessoas que ouve antes de tomar grandes decisões.

Esperar, aferir a temperatura política do futebol brasileiro, adiar quanto puder a escolha do substituto de Tite.

Avaliar como o treinador que está comandando o Brasil há seis anos deixará a seleção.

Se com o título ou com excelente campanha aqui no Catar, Dorival tem mais chances. Seria a valorização do treinador nacional.

Caso o time de Neymar caia, fracasse logo antes das semifinais, melhor para Abel Ferreira. Seria muito mais fácil acabar com a reserva de mercado para quem tem o RG de brasileiro. Não sendo analisado apenas o potencial.

Cuca perdeu a chance que tinha. Apesar de ter contra si a condenação por estupro, quando era jogador, seu trabalho no Atlético Mineiro de 2021 foi excepcional. Mas ele decidiu pedir demissão no fim do ano passado. Voltou no segundo semestre deste ano. 

Foi mal demais. Não encontrou a mesma dedicação dos jogadores em 2021. E acabou fracassando. Com o Atlético sem o menor interesse em sua sequência no clube.

Não é mais a terceira via.

A única possibilidade de que Tite seguisse, e revertesse sua promessa de sair, estaria na conquista do hexacampeonato brasileiro.

Tite e Neymar têm uma parceria de mão dupla. Um ajudou o outro nesses seis anos
Tite e Neymar têm uma parceria de mão dupla. Um ajudou o outro nesses seis anos

Situação que não está descartada.

Por conta do relacionamento enorme que Tite desenvolveu com os jogadores que chegarão no sábado aqui em Doha. Principalmente com Neymar. Entendendo e aceitando os privilégios do jogador na seleção.

Até o próprio Mano Menezes sabe que não tem possibilidade.

Caio Ribeiro terá de se explicar em janeiro...

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