MP investigará presidente da CBF por assédio. Ele poderá ser preso
O Ministério Público do Rio de Janeiro decidiu investigar a denúncia de assédios sexual e moral a Rogério Caboclo. Se provado, ele corre o risco de ficar até dois anos preso
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A situação de Rogério Caboclo pode se complicar.
E muito.
Ele pode não só perder o cargo de presidente da CBF.
A denúncia de assédios, sexual e moral, por uma funcionária da entidade, fez com que o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro agisse.
E foi determinada a instauração de um inquérito para apurar a denúncia.
Se comprovada, Caboclo terá de se defender na justiça, correndo até o risco de ser preso.
Assédio no ambiente de trabalho é previsto no artigo 216-A do Código Penal (Decreto-lei 2848/40).
A pena pode chegar a um ou até dois anos de prisão.
A ex-secretária da CBF tem uma hora de áudios de Caboclo. É baseado neles que o Comitê de Ética da entidade o afastou por 30 dias. E pode tirar seu cargo definitivamente.
Nos áudios que foram divulgados, o presidente da CBF chega a oferecer um biscoito canino à funcionária e a chama de 'cadelinha'.
E perguntar se 'ela se masturba'...
Na CBF, ninguém acredita que Caboclo voltará ao cargo.

Ou o Comitê de Ética indicará sua saída ou ele renunciará.
Aqui a nota do Ministério Público do Rio de Janeiro.
"O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT) informa que, na sexta-feira (4/6), determinou a instauração de Notícia de Fato em face da divulgação pelos meios de comunicação de denúncia de assédio sexual por parte do Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Sr. Rogério Caboclo."
"A denúncia foi distribuída, nesta segunda-feira (7/6), por prevenção, a um dos membros da Coordenadoria Regional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), o Procurador do Trabalho Artur de Azambuja Rodrigues, que irá determinar as medidas de investigação cabíveis."
"Ao MPT cabe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis no âmbito das relações de trabalho, devendo atuar para prevenir e enfrentar situações de assédio sexual nos ambientes de trabalho."
"A violência e o assédio, segundo a Convenção 190 da OIT, são práticas intoleráveis no ambiente de trabalho que visam, resultam ou podem resultar em danos físicos, psicológicos, sexuais ou econômicos para a vítima ou vítimas. São incompatíveis com a sustentabilidade e têm um impacto negativo nas relações e organização do trabalho, pois afeta a autoestima das vítimas, a reputação da empresa e a produtividade. Vale lembrar, ainda, que o assédio sexual, além de constituir uma modalidade de violência e assédio baseada em gênero na Convenção da OIT, também está tipificado como crime no art. 216-A do Código Penal (Decreto-lei 2848/40)."
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A seleção brasileira sempre foi motivo de orgulho do Brasil, desde que entrou em campo pela primeira vez, em 1914. Mas, tal como uma mina de pedras preciosas em um garimpo, ela sempre foi uma fonte de polêmicas entre vários dirigentes da entidade por ela responsável: até 1979 a CBD (fundada em 8 de junho de 1914) e, desde então, a CBF que, neste domingo (6), teve seu presidente, Rogério Caboclo, afastado por um período de 30 dias, após ser acusado de assédio moral e sexual Veja também: Rogério Caboclo é afastado do comando da CBF após denúncia de assédio