Milionário com o dinheiro que ganhou do Corinthians, Luan fracassa no Grêmio. É a primeira dispensa constrangedora de 2024
Renato Gaúcho fez o que pôde. Acolheu Luan, depois de ter sido escorraçado do Corinthians. Tentou apoiá-lo em um contrato 'de risco' no Grêmio. O jogador fracassou. E foi dispensado sem dó pela direção gremista
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Membros das organizadas do Grêmio já estavam descontentes, irritados.
Sabiam muito bem o que havia acontecido em São Paulo, quando vândalos infiltrados nas torcidas corintianas o agrediram, ameaçaram e forçaram que aceitasse a rescisão com o clube.
Deixou de ganhar R$ 800 mil a cada 30 dias só para treinar.
Mesmo com a proteção paternal de Renato Gaúcho, Luan não conseguiu ser nem sombra de um atleta competitivo, inteligente, técnico e, principalmente, decisivo. Como foi em 2017.
Renato, especialista em recuperar jogadores, se propôs a cuidar do atleta que foi o 'Rei da América', principal responsável pela conquista da Libertadores da temporada de sete anos atrás.
Só que não conseguiu.
Renato encontrou um atleta muito diferente do que saiu de Porto Alegre, em dezembro de 2019.
Foi uma aposta do então presidente corintiano, Andrés Sanchez. Ele bancou R$ 29 milhões por 50% dos direitos do meia/atacante. Amarrou um contrato de cinco temporadas, com salários de R$ 800 mil a cada 30 dias.
Entre salários, luvas e premiações, Luan recebeu R$ 37 milhões do Corinthians, em quatro anos e meio.
Conseguiu fazer apenas nove gols.
Se mostrava disperso, sem capacidade de participar dos jogos. Era um peso para o time. Não articulava, não marcava, aceitava passivamente a marcação adversária. Logo se tornou reserva. E, depois, reserva dos reservas.
Logo suas noitadas foram descobertas.
A diretoria ficou possessa.
Tentou a rescisão por seis vezes e ele não aceitava.
Queria receber o que tinha direito até o fim dos cinco anos.
Não se importava em ficar apenas treinando.
A direção corintiana o ofereceu por empréstimo para o Fortaleza, Bahia, Sport. Ele não queria ir. Apenas aceitou jogar no Santos. Foi uma lástima. De novo abusava das noites nas folgas e não rendia. Entrou em campo oito vezes e marcou um só gol.
Ao voltar para o Corinthians só treinamentos. Fingia não perceber a pressão da direção para que aceitasse rescindir seu contrato.
As farras continuaram.
Até que membros das organizadas receberam a informação que ele estava acompanhado de amigos no motel Caribe, em São Paulo. Vândalos invadiram a suíte luxuosa que estava, o agrediram e exigiram que prometesse que rescindiria o contrato. Caso contrário, os torcedores juraram que outra vez ele apanharia.
Por medo, Luan abriu mão de seis meses de salário.
E rescindiu.
Desacreditado no mercado, só Renato Gaúcho tentou ajudá-lo, convencendo a diretoria a contratá-lo por empréstimo. Em um período de seis meses de testes.
Recebendo um salário 'simbólico' de R$ 50 mil a cada 30 dias.
"Luan ajudou bastante a gente na Copa do Brasil (2016) e na Libertadores (2017). Muita gente considerou ele como um cracaço. Não. Ele não é um grande craque, ele é um bom jogador. Ajudou muito a gente. Lá no Grêmio ele quebrava a noite também.
"Mas eu falava 'Se você se bancar, vai para o estouro, não tem problema nenhum. Se você achar que está se prejudicando, pisa no freio'. Ele não estava achando o freio, só o acelerador. Falei 'Luan, calma, o jogador de futebol precisa das pernas, precisa correr, estar bem", disse Renato Gaúcho, em entrevista a Casagrande.
Não adiantou o apoio.
Aos 30 anos, Luan se mostrou uma sombra do atleta decisivo que um dia foi.
Renato ficou frustrado com os treinos que viu.
Não adiantaram conselhos de companheiros, até mesmo de Suárez.
Luan entrou apenas oito vezes em campo, neste último contrato de seis meses.
Não fez um gol e nenhuma assistência.
Antes que a direção gremista o cobrasse, Renato Gaúcho recomendou a dispensa.
Considerou o caso 'insolúvel'.
Luan de novo no mercado.
Sem clube.
Mas milionário.
Pode aproveitar as noites sem prejudicar clube, time ou companheiros.
Viver com o que conseguiu ganhar.
A amigos ele disse que quer continuar jogando.
Repete: tudo que precisa é de uma sequência como titular, onde for.
Mas como?
Se suas saídas à noite sabotam o seu rendimento físico?
Há cinco anos a história é a mesma.
Lua não faz por merecer ter uma vaga como jogador imprescindível.
Sua fama de aproveitar as noites sem limite domina o futebol brasileiro.
Fracassar no clube que mais oferecia proteção é um aviso ao mercado.
Luan não levou a sério a carreira.
E agora está 'largado' no mercado.
"Eu tentei", confidenciou Renato Gaúcho...
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