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Cosme Rímoli - Blogs

Messi, fracassos, Neymar. Bartomeu não servia para o Barcelona

O presidente do Barcelona teve de renunciar hoje. Bartomeu destruiu o perfil vencedor do clube catalão. Além de escândalo na Internet

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Messi mostrou sua força para Bartomeu. Mas não foi só ele quem derrubou o presidente
Messi mostrou sua força para Bartomeu. Mas não foi só ele quem derrubou o presidente

São Paulo, Brasil

É muito mais profunda que a simples vitória de Messi.

A renúncia do presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, hoje, tem meandros que misturam irresponsabilidade, incompetência com suspeita de crime digital.

O clube que representa a luta da Catalunha por sua independência vive péssimo momento histórico.


Seus dois ex-presidentes renunciaram, com acusações gravíssimas.

Sandro Rosell deixou o clube em julho de 2012.


Era acusado de corrupção.

E acabou preso por sua empresa de marketing Ailanto estar por trás da organização do amistoso, em 2008, em Brasília, entre Brasil e Portugal. 


A Alianto recebeu 9 milhões de dólares por serviços que não chegavam a um milhão de dólares. 

Rosell também sofreu acusação de esconder valores na negociação envolvendo Neymar.

Bartomeu herdou o cargo por ser vice.

Arrogante, ditador e sem aceitar questionamentos, ele transformou o ambiente do Barcelona.

Bartomeu não quis antecipar a renovação de contrato de Neymar. Ele foi para o PSG
Bartomeu não quis antecipar a renovação de contrato de Neymar. Ele foi para o PSG

Ainda com a estrutura montada por Rosell, ele recebeu os méritos indevidos da conquista da Tríplice Coroa em 2015, vencendo a Champions, o Espanhol e a Copa do Rei, com Luís Enrique como técnico.

Sua postura ditatorial em relação aos jogadores ficou clara na surpreendente saída de Neymar do Barcelona. Se Bartomeu tivesse negociado com mais tato, respeito com o pai do jogador, possivelmente ele continuaria no clube.

Outro erro de Bartomeu foi não ter percebido que a multa rescisória de 222 milhões de euros poderia ser paga por um rival. Foi o que fez o PSG.

O ex-presidente mostrava falta de rumo, de filosofia ao buscar treinadores. Tanto que eles foram demitidos no meio de temporadas, algo raro na Catalunha.

O dirigente escolheu treinadores fracos, sem currículo para assumir o clube.

Daí as saídas seguidas.

Luis Enrique, em 2012; Tito Vilanova, 2012-2013, Tata Martino 2013-2014, Luis Enrique 2014-2017, Ernesto Valverde 2017-2020, Quique Setién, 2020. Os jogadores não gostaram da chegada do holandês Ronald Koeman, considerado ríspido, truculento, pelo grupo.

Barcelona humilhado pelo Bayer. 8 a 2. Messi em um time fraco. E com técnico ruim
Barcelona humilhado pelo Bayer. 8 a 2. Messi em um time fraco. E com técnico ruim

O conflito com Messi foi fundamental na renúncia.

O melhor jogador da história, depois de Pelé, fez questão de dizer em todo 2019, que estava descontente no Barcelona. Ele dizia direto para Bartomeu. O argentino queria a formação de um time forte. A prometida volta de Neymar. E ameaçava colocar em prática a cláusula do contrato que o liberaria do clube, assim que terminar a temporada 2019/2020.

Bartomeu nunca levou a sério as ameaças de Messi.

Até que o meia anunciou sua saída, no dia 25 de agosto. Ele havia acertado sua ida para o Manchester City, de Pep Guardiola. Bartomeu ficou transtornado e prometeu processar, exigir o pagamento de 700 milhões de euros de multa, atuais, R$ 4,6 bilhões. Ele alegava que o argentino perdeu o prazo para colocar a cláusula no contrato em vigor. O jogador alegava que a pandemia o atrapalhou.

Messi não quis uma briga jurídica com o clube que ama. Mas expôs o fracasso da gestão no futebol de Bartomeu. Como ele conseguiu o descontentamento do principal jogador do mundo.

Além desses casos muito conhecidos, há o 'Barçagate'.

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Ou seja, Bartomeu foi acusado de contratar a empresa I3 Ventures para criar milhares de perfis falsos nas redes sociais. Para criticar jogadores que se voltaram contra sua diretoria.

Um escândalo.

Seis dirigentes do clube já havia renunciado.

Nenhum título na temporada passada.

Com direito à eliminação da Champions.

Por 8 a 2 para o Bayern de Munique.

Cerca de 20 mil sócios assinaram, no mês passado, um documento rejeitando a administração Bartomeu.

Haveria a votação de uma monção de censura ao atual dirigente.

Torcida já ansiava pela saída de Bartomeu. Dirigente fraco, autoritário, perdido
Torcida já ansiava pela saída de Bartomeu. Dirigente fraco, autoritário, perdido

Bartomeu também não soube lidar com a pandemia.

E a falta de público nos estádios.

O Barcelona alega ter deixado de arrecadar mais de 200 milhões de euros, cerca de R$ 1,3 bilhão.

Foi um péssimo administrador.

Daí o pedido de demissão hoje.

Ele pediu para sair tentando evitar que fosse deposto.

Com a renúncia, há a expectativa na Espanha que Messi possa até renovar seu contrato e não ir embora no próximo ano, como havia garantido fazer, se Bartomeu ficasse.

Não foi só Messi.

Foram os sócios, junto com o pedido por decência que expulsaram Bartomeu.

Haverá novas eleições.

Victor Font, Joan Laporta e Jordi Roche são candidatos.

Que o Barcelona tenha melhor sorte.

Nenhum clube merece Rosell e Bartomeu em seguida.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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