Mesmo sem Copa, CBF e Globo dão pouco tempo para os Estaduais, para tentar evitar novas surras na audiência, em 2023
A emissora carioca, que perdeu os principais estaduais para a Record TV, reagiu. Elaborou com a CBF o calendário para 2023. Os Estaduais terão de ser intensos. Mas os clubes se planejam para escalar seus melhores times
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Domingo, 3 de abril de 2022.
Final do Campeonato Paulista.
Palmeiras 4, São Paulo 0.
Record TV 27,4 pontos de audiência contra 9,2 da TV Globo.
O triplo de pessoas acompanhando a decisão pela emissora paulista.
Na decisão do Carioca, 'quintal' da tevê dos Marinho, novo revés.
No sábado 22 de maio de 2022...
29 a 21 pontos de audiência. Mesmo concorrendo com o tradicional Jornal Nacional.
O FlaFlu se impôs.
As derrotas humilhantes da tevê carioca tiveram consequências.
O ressurgimento do interesse dos torneios estaduais fez com que executivos do Rio de Janeiro reagissem. E procurassem a CBF.
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Não é segredo para ninguém que houve uma reaproximação entre as partes, desde que Ednaldo Rodrigues foi confirmado como presidente da CBF.
A Globo, que já teve o monopólio do futebol neste país, mantém os Brasileiros das Séries A e B. A Copa do Brasil. A Supercopa do Brasil. E os jogos das seleções nacionais, masculina e feminina.
O calendário do futebol nacional é decidido em comum acordo entre as duas entidades.
A Record TV comprou o direito de transmissão dos principais estaduais do país: o Paulista e o Carioca, que perteciam há décadas à Globo.
A expectativa das Federações de São Paulo e do Rio de Janeiro é que em 2023, ano sem Copa do Mundo, haveria a possibilidade de o espaço de disputa dos torneios ser maior. Principalmente o Paulista, com 16 equipes.
Mas a CBF mandou avisar que o espaço reservado para a competição seria 'apertado', o mínimo possível.
Entre 15 de janeiro e 9 de abril.
Ou seja, o torneio será intenso, sem tempo para descanso, como os treinadores imaginavam.
A pré-temporada deverá obrigatoriamente de começar em dezembro. Assim como as férias em novembro.
Mesmo sem a maior competição de futebol mundial, a Copa.
Nada é por acaso.
Teoricamente, com menos tempo de preparação e descanso, o nível dos torneio deveria cair.
Obrigando os clubes a colocarem atletas menos importantes.
Mas não será o caso.
Tanto em São Paulo como no Rio, as grandes equipes perceberam a importância, a repercussão dos Estaduais para a temporada.
Por exemplo, foi um caos ao Flamengo perder o Carioca. E grande impulso ao Fluminense.
O Palmeiras ganhou ainda mais confiança depois da histórica goleada por 4 a 0 na final do Paulista, diante do São Paulo.
O Botafogo deixou claro o quanto precisava do dinheiro da SAF. O Vasco encarou a realidade de mais uma temporada de muita desilusão. E que teria também de procurar um sócio para sobreviver na elite.
O Corinthians usou o Estadual para Vítor Pereira gritar aos dirigentes das necessidades do elenco. Assim como o Santos outra vez antecipou nova temporada medíocre, travado pelas dívidas, que só um sócio bilionário pode solucionar.
O São Paulo revelou um novo elenco competivivo em Copas. Mas pequeno para o Brasileiro.
Enfim, os tradicionais estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro ressurgiram, importantes, chamativos.
Mas não mereceram mais espaço, não mais datas, e mais descanso entre os jogos.
Não seria interessante para a Globo outra vez ser espancada com confrontos de alto nível, com jogadores importantes, sendo mostrados por outra emissora.
E Paulista e Carioca seguirão intensos.
Sem o respiro possível na próxima temporada.
Mas o tiro poderá sair pela culatra.
Já que os treinadores já definiram o trabalho forte a partir de dezembro.
Redescobriram a importância dos Estaduais para o resto do ano.
Inclusive já usando os reforços que conseguirem.
A Globo que se prepare.
O sorteio dos grupos no Paulista será hoje, ao meio-dia.
Com transmissão da Record TV e do R7...
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