São Paulo, Brasil
Mancini errou.
Quis garantir a vitória.
Deixou o Corinthians mais defensivo.
Mas tudo que conseguiu foi atrair o Athletico Paranaense para sua área.
E na luta para tentar chegar à Libertadores, perdeu dois pontos importantíssimos, em Itaquera.
Empate em 3 a 3, que ameaça a vaga, faltando quatro partidas para acabar o Brasileiro.
Foi uma pena também para Mosquito.
O meia-atacante fez excelente partida, com direito a dois gols. O primeiro, lindíssimo. Depois de um chapéu.
"Feliz pelos dois gols, mas triste pelo resultado. Temos um jogo a menos, seria importante vencer."
"Já temos confronto agora com o Flamengo, jogo difícil, mas vamos buscar os três pontos para chegar à Libertadores", disse, esperançoso, Mosquito.
A partida foi empolgante desde os primeiros minutos.
Tanto Mancini como Paulo Autuori sabiam da necessidade de vencer.
O que significa para os cofres de Corinthians e Athletico disputar a Libertadores.
O time paulista apostou na leveza, no toque de bola, na velocidade.
Jô, que não consegue entrar em forma, começou, com toda a justiça, na reserva.
Cantillo teve, finalmente, a liberdade para ser o volante criativo do seu início no Parque São Jorge.
Mosquito livre para aproveitar o espaço às costas dos volantes do Athletico. Mas com a obrigação de fechar o lado direito, ajudar Fagner, com as investidas de Abner.
Otero e Araos deveriam abrir espaço, com tabelas, infiltrações, dribles e chutes de fora da área. E Léo Natel, correr, como um desvairado, pelos lados do campo.
E, lógico, Fagner livre para atuar aberto, como ponta.
Autuori respondia com Alvarado e Christian marcando na intermediária. Canesin e Nikão, ficavam alternando de posição, marcando e atacando, recompondo. E buscando a frente em bloco, para dar opções para Kayser e o velocista Carlos Eduardo. Além da liberação de Abner, pela esquerda.
Os dois times foram alternando chances do início ao final da partida.
De maneira frenética.
O Corinthians saiu na frente, graças a um lindíssimo gol de Mosquito, que está ganhando personalidade para tentar lances individuais, que o credenciavam quando atuava na base.
E foi assim que, logo aos dois minutos, Cantillo deu excelente lançamento para Fagner, ele descobriu Mosquito chegando na velocidade. Pedro Henrique, ex-Corinthians, teve de se sujeitar ao chapéu. Em seguida, o meia fuzilou de esquerda, indefensável para Santos.
Corinthians 1 a 0.
O grande problema é que, se Mosquito se aprimora na frente, atrás precisa de muito mais concentração. Ele não acompanhou uma jogada conhecida do Athletico. Contragolpeando em bloco, Kayser serviu para Canesin. Dele, o passe imediato para Abner. O lateral dominou e chutou cruzado, pelo alto, indefensável para Cássio.
Quem estava um segundo atrasado e não acompanhou Abner? Mosquito.
1 a 1, aos 13 minutos.
O jogo seguiu com os ataques se impondo aos sistemas defensivos.
Aos 17 minutos foi a vez da defesa do Athletico falhar de forma juvenil, em uma jogada registrada do Corinthians.
Escanteio cobrado por Fagner. Gil cabeceou para o meio da área. O volante Gabriel cabeceou para as redes de Santos. 2 a 1.
O Athletico tinha a posse de bola, chegou a 62% mas o Corinthians contragolpeava com muito perigo. Tanto Santos como Cássio tinham de se desdobrar.
Até que, depois de uma confusão na área, a bola sobrou para Canesin. O meia empatou, aos 33 minutos. 2 a 2.
No segundo tempo, o confronto seguiu aberto.
O Athletico perdeu um gol inacreditável, aos oito minutos. Em contra-ataque fulminante, Kayser driblou Cássio, perdeu o ângulo e deixou Nikão livre para marcar. Ele chutou forte, Gil conseguiu salvar. A bola sobrou pingando para Vitinho, sem goleiro. O arremate saiu violentíssimo, beijou o travessão e saiu.
Dois minutos depois, Araos fez sua melhor jogada, descobrindo Mosquito por trás da zaga. O chute saiu forte: 3 a 3, Corinthians.
A vitória seria muito importante.
E afobado, com medo, Mancini tratou de reforçar o sistema defensivo corintiano.
Trocou Araos por Lucas Piton, para ajudar o veterano Fábio Santos. E Matheus Vital entrou no lugar de Otero. Ainda trocou Mosquito por Ramiro.
Tudo muito precoce.
Melhor para o Athletico que se aproveitou, ganhando a intermediária, atendendo o 'chamado' de Mancini.
E empatou o jogo.
Canesin na direita cruzou. Kayser fura e a bola sobra para Vitinho. Desta vez, ele não teve coragem de perder o gol. 3 a 3, aos 27 minutos.
Com o empate, os dois times esgotados diminuíram o ritmo.
E aceitaram o 3 a 3.
Pior para o Corinthians, que poderia ter vencido o jogo.
Se Mancini não tivesse um ataque de pânico...
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