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Massacre em 80 segundos. Poatan humilha Magomed Ankalaev com socos e cotoveladas. Ganha seu terceiro cinturão. UFC o quer nos pesados.E ironiza, apelando para frase de Seu Madruga, icônico personagem do seriado Chaves

Alex Poatan retomou o cinturão dos meio-pesados do UFC. E com uma surra inesquecível no russo Magomed Ankalaev. Em 1m20. Valeu R$ 270 mil pela melhor performance da noite em Las Vegas. Há chance de terceira luta entre eles

Cosme Rímoli|Do R7

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Poatan fez questão de humilhar o russo Ankalaev Reprodução/Instagram @ufc

“A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena.”

Essa foi a frase escolhida por Alex Poatan para tentar negar o óbvio.

Ele apelou para Seu Madruga, personagem icônico de Chaves, para dizer que não foi vingança o que fez com Magomed Ankalaev, em Las Vegas, no sábado (4) à noite.

Poatan deveria usar uma frase do próprio Chaves.


“Fiz sem querer. Querendo.”

Na verdade, ele queria mostrar para o mundo das artes marciais que, na primeira luta entre os dois, quando perdeu o cinturão dos meio-pesados por decisão, após cinco rounds, estava contundido. Só por esse motivo o russo ficou com o cinturão.


Ontem, não.

Muito bem preparado, treinado, e com instinto nítido de vingança, ele não só massacrou o intimidado Ankalaev, com socos e cotoveladas.


Deixou claro, conquistando seu terceiro cinturão, que é um dos maiores lutadores de todos os tempos no UFC. Ele já havia vencido o dos médios. E ganhou o dos meio-pesados. E o retomou ontem.

Fez as 20 mil pessoas que lotaram a T-Mobile Arena vibrarem, como nas antigas lutas de Mike Tyson, quando o lutador peso-pesado acabava os combates em minutos no primeiro round.

Não se importaram com a rapidez da luta. Mas vibraram com a potência, com os golpes certeiros do brasileiro. E adoraram quando ele, com os dois braços, apontava para o russo caído, batido no octógono.

A sua curta entrevista foi direta.

Mostrou sua mágoa, para quem duvidava dele.

“A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena. Não é vingança. Eu estava preparado neste momento. Eu disse a todo mundo e ninguém acreditou: eu não estava em condições e agora eu estou.

“Não me surpreendeu (a fácil vitória e retomada do cinturão), eu tinha isso desde a primeira luta. Eu não sou de dar desculpas, mas eu disse pra todo mundo: eu não estava bem. Hoje estou bem, e provei pra todo mundo.”

O combate foi mesmo impressionante.

Poatan desferiu socos e cotoveladas. O árbitro Herb Dean paralisou a luta. Por uma questão humanitária Reprodução/Instagram @ufc

Ankalaev não teve a chance de repetir sua estratégia, horrorosa de assistir, de dar um golpe em Poatan, e encurralá-lo na grade, como fez em março.

Ele se mostrou intimidado desde os primeiros segundos da luta. Poatan tomou a iniciativa e o russo foi tentando fugir, andando para trás.

Estava preocupado com o famoso gancho de esquerda, que prepara o nocaute com diretos de direita.

E acabou tomando um gancho violentíssimo na cabeça, que o desorientou. Ele ficou de joelho, em uma última reação, para tentar se saltar, tentou agarrar as pernas do brasileiro.

O que conseguiu foi virar alvo para uma saraivada de socos e cotoveladas. Ele não tinha como reagir.

Até em uma atitude humanitária, o árbitro Herb Dean acabou com o combate.

Poatan aproveitou a entrevista depois da luta. Tomou uma atitude muito digna, pedindo um minuto de silêncio em homenagem ao irmão de Jon Jones, ex-jogador da NFL, de 39 anos.

“Eu queria falar uma coisa para vocês, tinha meu discurso pronto para falar. Mas as coisas não aconteceram. Queria deixar uma mensagem para o Jon Jones, respeito muito ele e toda a família. Queria pedir um minuto de silêncio a ele e toda família.”

Assim que a tensão passou, ele foi cumprimentar o russo. E deixado em aberto. Se depender do brasileiro, ele aceita uma terceira luta entre os dois. Porque há uma vitória de cada lado.

Mas há outra possibilidade.

E ela é real, mas perigosa.

Poatan pode passar a lutar entre os pesos-pesados.

Repórteres especializados garantem que a direção do UFC precisa, com urgência, de um campeão carismático entre os pesados.

Tom Aspinall, dono do cinturão, ‘não vende’, jargão usado no mundo das lutas.

A mudança seria drástica para o brasileiro.

Mas a recompensa financeira seria muito grande.

Uma situação é clara.

Que ninguém duvide de Alex Poatan...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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