Mano Menezes. O técnico que jamais voltará a treinar o Palmeiras. A rejeição é quase unânime. 'Muito corintiano'
Membros do Conselho Deliberativo e da diretoria riram quando souberam que Mano afirmou que não deveria 'ter ido' trabalhar no Palmeiras em 2019. Ele é considerado o 'maior erro' de Galiotte
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Conselheiros fundamentais e membros da diretoria que sustentam politicamente Leila Pereira no cargo riram muito hoje.
Ao saberem das declarações de Mano Menezes, que foi uma torcida organizada que o derrubou do Palmeiras, em 2019.
E, principalmente, do seu arrependimento por ter ido para o Palestra Itália.
Não foi a Mancha Verde que o tirou do Palmeiras, como o treinador deixou implícito na suas declarações ao SporTV.
Foi a direção, pelo fraco trabalho do técnico.
E por sua identificação profunda com o Corinthians.
A rejeição foi absoluta. Alexandre Mattos entrou de vez em confronto com o ex-presidente Mauricio Galiotte, que jamais ficou completamente convencido de que Mano Menezes seria o "melhor treinador" para substituir Luiz Felipe Scolari.
Ele já temia que o ambiente do futebol ficaria "insuportável", por conta dos quatro anos em que Mano foi o comandante do Corinthians.
O áudio vazado do presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim del Grande, ao saber
"Infelizmente as coisas estão indo muito erradas, eu tenho falado muito com o Maurício, mas ele não tem me escutado.
"Eu espero que o Maurício não faça essa burrice, porque se fizer vai ser o enterro do mandato dele [...] Eu ainda sou o presidente do conselho, mas o regime é presidencial, e eu estou fazendo meu papel. Que o Maurício não faça mais besteira do que ele está fazendo
"Eu acho que nem era o momento de mandar o Felipão embora, deveria demitir era o Alexandre Mattos, e não ele, ele deveria continuar mais um ou dois meses para ver como iria o time. Infelizmente o problema do Palmeiras é o Alexandre Mattos. Sem dúvida, se vier o Mano Menezes, seria o caos para nós."
O áudio vazou justamente no dia anterior da contratação de Mano Menezes.
E Seraphim del Grande não apoiou o treinador. Muito pelo contrário, capitalizou a revolta de inúmeros conselheiros com o técnico "corintiano" no comando do time.
A pressão foi insustentável.
Mano Menezes e Alexandre Mattos foram prejudicados.
Cada resultado ruim refletia de maneira assustadora.
Também, é verdade, na torcida.
Principalmente, na Mancha Verde, que vaiava, xingava o técnico em todos os jogos.
Galiotte menosprezou a rejeição a Mano Menezes.
E não teve outra saída a não ser demiti-lo depois de apenas vinte partidas.
Mano deixou claro o que o fez assumir o cargo. Mesmo "não querendo".
"A importância do clube. Então você vê que, mesmo não querendo ir, você vai. Fui. Não deveria ter ido, porque se não tem sustentação... E aí já não tinha sustentação para o Mattos, ele já tinha os problemas dele dentro do Palmeiras. Se a direção contratra um treinador com o nome e a carreira que eu tenho e não consegue dar sustentação porque a torcida organizada A, B ou C não quer, você não deveria ter ido."
Além da perseguição pessoal, assumida, membros da cúpula do Palmeiras viram que o time não reagia nas mãos do técnico, que já havia encaminhado o rebaixamento do Cruzeiro.
E veio a demissão sumária, para que Vanderlei Luxemburgo assumisse.
Mano Menezes nunca se conformou com a maneira com que foi tratado no Palmeiras.
Jamais superou a mágoa.
Mas a verdade é que ele não foi demitido por conta da Mancha Verde.
Pelo fraco trabalho.
E pela identificação com o Corinthians.
Simples assim.
De acordo com Seraphim de Grande, que continua como presidente do Conselho Deliberativo, Mano Menezes jamais voltará a treinar o Palmeiras.
E Seraphim conta com o apoio da maioria dos conselheiros.
Mano é considerado "corintiano demais".
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