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Cosme Rímoli - Blogs

Mancha Verde aceita declaração de guerra de Leila. E se articula para enfrentá-la politicamente. Paulo Nobre pode 'ressuscitar'

A principal torcida organizada do Palmeiras será processada por Leila. Mas a promessa é de revide não violento. A Mancha busca enfraquecer Leila e seu grupo político nas eleições de 2024. A guerra será dentro do Palmeiras

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

O bilionário Paulo Nobre nem concorreu em 2021. Conselheiros de oposição o querem na disputa em 2024
O bilionário Paulo Nobre nem concorreu em 2021. Conselheiros de oposição o querem na disputa em 2024

São Paulo, Brasil

A cúpula da Mancha Verde aceitou a declaração de guerra de Leila Pereira.

No entanto, a principal organizada do Palmeiras quer lutar de maneira civilizada.

Os dirigentes da torcida não querem atos de violência contra a presidente nem seu patrimônio.


Creditam as pichações nas lojas da empresária, depois da derrota para o Santos no Brasileiro, a iniciativas próprias de grupos infiltrados na Mancha Verde.

Assumem os coros ofensivos nos estádios, pedindo a saída imediata da dirigente, depois dos fracassos na Copa do Brasil, na Libertadores e no Brasileiro.


Mas só.

A "guerra" que começa a ser articulada será estratégica.


Está havendo uma busca dentro do Palmeiras para tentar apoiar um candidato com força suficiente para enfrentar Leila Pereira na eleição do fim de 2024.

Não está fácil encontrar alguém com apoio suficiente para desafiar a quarta mulher mais rica do país, com patrimônio estimado pela revista Forbes em R$ 8 bilhões.

Além disso, Leila conseguiu costurar muito bem sua articulação política.

Tem todo o apoio do grupo de Mauricio Galiotte.

Os palmeirenses históricos.

Ela chegou ao conselho com o maior número de votos, independentemente de sexo. Na história.

Fez Alcyr Ramos da Silva Junior o presidente do Conselho Deliberativo. 

Quem ela indicasse conseguiria o cargo.

Mais de 80% dos conselheiros estão do lado de Leila.

Daí a certeza da dirigente na reeleição.

É tamanha a convicção que ofereceu a Abel Ferreira um contrato até o fim de 2027.

Basta ele dizer sim.

O que ele reluta em fazer.

Em Nova York, Mancha questionou a ausência de reforços. Queda na Libertadores, no Brasileiro e na Copa do Brasil
Em Nova York, Mancha questionou a ausência de reforços. Queda na Libertadores, no Brasileiro e na Copa do Brasil

O clima entre a organizada e Leila é tão insuportável que ela prometeu processar a torcida pelas pichações em suas 40 lojas de empréstimos pessoais. Elas foram feitas na madrugada de ontem.

A presidente conseguiu medida protetiva contra três membros da torcida por causa de ameaças de morte.

"Quem tem que resolver as coisas são as autoridades policiais e o Ministério Público. Quem tem que tomar providências é a autoridade pública.

"Como as ameaças que eu sofro, o torcedor me ameaça de morte, gente! Tanto é que eu tenho uma medida protetiva agora. É um absurdo."

São três líderes da organização que precisam ficar a 300 metros, no mínimo, de distância da dirigente. Jorge Luís Sampaio Santos e Thiago Melo ("Pato Roko"). As ameaças que estão no processo foram publicadas nas redes sociais.

São assustadoras.

"Tem que meter bala na Leila. Se me arrumar uma arma, eu mato a Leila. Vou aparecer nos jornais por ter encomendado a morte da Leila. Leila deveria ser espancada com barras de ferro."

A decisão na Justiça aconteceu no dia 29 de julho.

As ameaças nas redes sociais pararam. Mas o coro nos estádios onde o Palmeiras joga, não. 

Leila redobrou o número de seguranças nos dias de jogos. Longe do clube, ela também continua protegida.

Leila Pereira chegou a patrocinar o Carnaval da Mancha Verde. Mas veio o rompimento
Leila Pereira chegou a patrocinar o Carnaval da Mancha Verde. Mas veio o rompimento

Porém, há descontentes no Palmeiras.

Começou um pequeno movimento de revolta da oposição no Palmeiras.

Embora desarticulados e frágeis, depois do "furacão Leila", há trocas de mensagens, principalmente dos que apoiaram o também riquíssimo ex-presidente Paulo Nobre. Sua fortuna é avaliada em metade da de Leila Pereira, R$ 4 bilhões.

Ele se afastou do clube depois que não ganhou o cargo de responsável pelo futebol, que sonhava receber de Mauricio Galiotte, a quem levou ao cargo de presidente.

Nobre não teve mais acesso ao clube quando Leila se tornou a principal líder política palmeirense. Eles viraram inimigos declarados.

Ele também era rompido com a Mancha Verde, mas não como Leila. 

De longe, enquanto passeia pelo mundo, Nobre, de vez em quando, posta fotos nas redes sociais. Tem cada vez mais a adesão de torcedores comuns, de organizados e de conselheiros.

Paulo usa camisas do Palmeiras antigas. Leila, além de presidente, é a dona das empresas que patrocinam o clube. A mensagem é clara.

Há conselheiros ligados a Nobre que tentam aproximá-lo da torcida organizada.

Mas há resistência, principalmente do ex-presidente.

Independentemente de Nobre, a Mancha busca enfrentar Leila politicamente.

Com conselheiros no Palmeiras. Procura um nome para apoiar contra a presidente em 2024. Não será surpresa se lançar um próprio.

Há centenas de torcedores da Mancha que são também sócios do clube.

É um processo silencioso, a infiltração da organizada na vida social do Palmeiras.

Não há como evitar; basta que o membro da torcida pague e se torne associado.

Enquanto há o estardalhaço dos coros, das pichações, a cúpula da principal organizada se articula.

Leila já sabe desse movimento. Tem certeza que a eleição de 2024 não deverá ter chapa única com ela como candidata a presidente, como aconteceu em 20 de novembro de 2021.

Mesmo se a chapa de oposição não tiver chance de vitória, pode desgastá-la com ataques na imprensa. Sente que sua unanimidade acabou com os fracassos do time. Com a resistência inexplicável de reforços, mesmo com o clube projetando receitas de mais de R$ 700 milhões neste ano.

Ela continua firme, querendo a reeleição, para perpetuar seis anos no poder do Palmeiras.

E ainda fazer seu sucessor, para ficar mais três anos, no mínimo.

É tudo o que a cúpula da Mancha Verde não quer.

E promete agir politicamente para que não aconteça.

A guerra está declarada e aceita pelos dois lados.

Mas vai muito além de tinta nas paredes ou gritos nas arquibancadas.

Será nas entranhas do poder no Palmeiras...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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