Luís Castro deu uma aula ao seu pupilo Abel Ferreira. E o líder Botafogo venceu, com justiça, o Palmeiras em pleno Allianz Parque
No duelo dos técnicos portugueses, venceu o que é referência para o palmeirense. Castro mostrou a consistência tática do líder Botafogo,1 a 0. O Palmeiras, em vez de encostar no líder, cai. É o terceiro, atrás do Grêmio
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Abel Ferreira estava visivelmente nervoso, tenso.
Para ele a partida valia mais do que os três pontos.
Ele enfrentava o seu amigo, e referência como treinador, Luís Castro.
Ambos portugueses no difícil futebol brasileiro.
Era a partida mais importante do campeonato até agora para o Palmeiras.
O plano tático: tentar sufocar o Botafogo.
Sabia que Castro, finalmente, depois de um ano e três meses, conseguiu montar "seu" time. De acordo com seus conceitos: muita consistência tática, física, intensidade, recomposição e velocidade e liberdade para o improviso no ataque.
Abel pretendia vencer usando trocas de passes e, principalmente, triangulações pelas laterais. Mas não contava com as excelentes atuações de Rafael e Hugo, que conseguiram parar Dudu e Artur. Sem jogadas conscientes de linha de fundo, o time paulista insistiu nos cruzamentos, chuveirinhos para a grande área. O que facilitou a missão da melhor defesa do Brasileiro, que só tomou sete gols em 12 partidas.
Tiquinho Soares, em uma fase sensacional, mostrou habilidade, sangue-frio e precisão, marcando 1 a 0 para o Botafogo, quando o domínio territorial era dos palmeirenses. O gol aos 27 minutos do primeiro tempo deixou Abel e o time muito mais tensos que o normal. Raphael Veiga fazia uma partida muito ruim, anulado por Marlon Freitas.
E que culminou com a perda de um pênalti, aos 36 minutos do segundo tempo, que poderia evitar a derrota palmeirense. Empurrão infantil de Di Placido em Flaco López.
Envolvido pelo ambiente de falta de consciência, afobação, Veiga cobrou a penalidade longe de suas características. Bateu forte, com a bola indo para fora.
Abel também se mostrava sem soluções táticas, a não ser a insistente troca de passes e os cruzamentos das laterais. Nada de chutes de fora da área, aproximação também pelo meio, para desnortear a marcação.
Está claro que o elenco precisaria de mais um meia talentoso, para dividir a articulação com Veiga, como acontecia em 2022, com Gustavo Scarpa.
Até mesmo trocou jogadores no desespero, aos 43 minutos do segundo tempo, quando colocou, muito tardiamente, Endrick e Jhon Jhon.
O resultado foi a amarga e justa derrota do Palmeiras.
O Botafogo provou que não é líder por acaso.
Venceu por 1 a 0, quebrou jejum de 15 anos sem vitórias sobre o Palmeiras em São Paulo. E foi a primeira vez que teve o gosto de vencer no Allianz Parque.
Os cariocas chegaram a 30 pontos, abrindo oito pontos de vantagem sobre os paulistas. Os palmeirenses perderam ainda a segunda colocação na tabela.
Para o Grêmio.
Hora séria de Abel repensar a variação de repertório ofensivo.
"Acho que a gente fez um grande jogo diante de um clube que ganhou tudo nos últimos anos. Fizemos por merecer, tivemos grandes oportunidades, mas quem veio ao estádio viu duas grandes equipes", elogiava Tiquinho, que chegou a 21 gols na temporada. E é o artilheiro do Brasileiro, com dez gols.
Depois de 31 partidas, 358 dias, o Palmeiras voltou a perder no Allianz Parque.
O clima de frustração dominou a torcida, que lotou outra vez o estádio.
Abel Ferreira deu mais um vexame ao não cumprimentar Luís Castro após a partida, atitude constrangedora.
O Botafogo mostrou como se anula o Palmeiras.
Time vibrante, muito bem treinado.
Mas que precisa urgente de mais um jogador capaz de "quebrar" as linhas de marcação adversárias.
Pelo meio.
Os adversários já sabem quanto o time vai insistir com Artur e Dudu.
Abel precisa conseguir a reposição para Gustavo Scarpa, que saiu no fim do ano passado.
Ele sabe muito bem disso.
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