São Paulo, Brasil
11/07 - Bahia (Brasileiro),13/07 - Racing (Libertadores), 18/07 - Fortaleza (Brasileiro), 20/07 - Racing (Libertadores), 25/07 - Flamengo (Brasileiro), 28/07 - Copa do Brasil, 01/08 - Palmeiras (Brasileiro), 04/08 - Copa do Brasil, 08/08 - Athletico-PR (Brasileiro).
Serão nove partidas.
Quatro delas eliminatórias.
Duas pelas oitavas-de-final da Libertadores. Duas pelas oitavas da Copa do Brasil. E cinco partidas do Brasileiro.
Que clube abriria mão do seu principal jogador nestes confrontos tão importantes, que valem a chance de disputar a sonhada Libertadores, a milionária Copa do Brasil e 15 pontos no Brasileiro?
O São Paulo.
Por ordem do presidente Julio Casares, o clube não colocou e nem colocará qualquer obstáculo para Daniel Alves ser o capitão da Seleção Olímpica em Tóquio.
Fazer a vontade do veterano lateral de 38 anos é a menor das razões.
Casares não quis criar problemas com a cúpula da CBF. Pelo contrário, o dirigente é um dos articuladores da sonhada Liga dos Clubes, que pretende organizar os Campeonatos Brasileiros, a partir de 2022. Negociando a transmissão, administrando a divisão das cotas.
E o presidente do São Paulo entendeu o quanto o ex-treinador do próprio clube do Morumbi, André Jardine, precisa de Daniel Alves para liderar um grupo jovem e desentrosado, convocado às pressas para tentar conquistar a medalha de ouro novamente.
Para Casares ter a importância que deseja na Liga, ou mesmo na CBF, se a Liga fracassar, ele não poderia prejudicar a Seleção Olímpica. Tirar o sonhado capitão do time em Tóquio. A cessão de Daniel Alves foi uma jogada política do presidente do São Paulo.
O lateral veterano adorou, lógico.
"Bati na trave duas vezes e agora tenho a honra de ser chamado, de poder formar parte desse grupo que vai defender a medalha conquistada aqui no Brasil. É uma responsabilidade grande, mas é o que gostamos", disse Daniel Alves.
O técnico Hernán Crespo sabia dessa possibilidade. Mas não teve direito a veto. O argentino tem plena consciência da importância de Daniel Alves no seu elenco, dentro do campo, ajudando o São Paulo, depois que concordou em atuar como lateral direito.
Perder o jogador em nove partidas, quatro eliminatórias, na Libertadores e na Copa do Brasil, é algo que incomoda. Ainda mais quando a liberação não é obrigatória.
O coordenador Muricy Ramalho também admite que Daniel Alves hoje é 'fundamental' no São Paulo atual. Não só com a bola nos pés. Mas na liderença, no exemplo, na coragem em campo.
Os jogos eliminatórios contra o Racing pela Libertadores já mudaram de patamar sem ele. Crespo precisará ainda mais da união do elenco para compensar a falta do capitão, do comandante do time.
Conselheiros acreditam que foi uma postura ingênua de Casares. E que pode acarretar prejuízo ao São Paulo. Daniel Alves se tornou importante demais, para o clube abrir mão dele, de livre e espontânea vontade, por nove partidas.
"Fui convocado e estarei à disposição da Seleção", avisou o jogador.
Ele seguirá seu desejo.
Casares acredita que o São Paulo terá mais força nos bastidores, fazendo seu sacrifício pela Seleção Olímpica.
O problema se tornou todo de Hernán Crespo.
Ele não pode afrontar o presidente do clube.
Só pode se resignar e dizer que aceita a liberação e desejar sorte ao seu capitão.
Mas o técnico se vê encurralado, sem ter o direito de se posicionar. E segurar o jogador mais importante do elenco, em partidas que terão consequências para o resta da temporada.
Muricy também ficou de mãos amarradas.
Daniel Alves realizará seu sonho pessoal.
E o São Paulo na Libertadores, na Copa do Brasil, no Brasileiro?
Terá de se virar sem sua referência em campo.
Jogador que paga R$ 1,5 milhão por mês.
Situação absolutamente desnecessária.
E que, de maneira silenciosa, abala o clube...
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