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Jovem árbitro que sabotou o São Paulo foi afastado. E daí?

O erro maior é a FPF lançar novos juízes sem o VAR, por economia. O desastre de ontem, no Morumbi, seria evitado. Arbitragem é um problema grave

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo foi cobaia do inexperiente Flávio Roberto Mineiro. E sem o VAR
São Paulo foi cobaia do inexperiente Flávio Roberto Mineiro. E sem o VAR São Paulo foi cobaia do inexperiente Flávio Roberto Mineiro. E sem o VAR

São Paulo, Brasil

Desde o falecido Eduardo José Farah, a Federação Paulista de Futebol faz de tudo para chamar a atenção no seu estadual.

Insistiu no Torneio Início, série de jogos com poucos minutos, que apresentava os times que iriam participar do Estadual daqueleano.

Já sorteou carros.

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Criou o Disque Marcelinho Carioca, por telefone os torcedores decidiriam onde o jogador que estava na Espanha, e seria resgatado com o dinheiro da FPF, iria jogar. Lógico, que voltou ao Corinthians.

Mas muito mais barato foi a investida na arbitragem.

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Primeiro, lançando mulheres para apitar jogos.

A bandeira Ana Paula Oliveira era uma ótima bandeira.

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E muito bonita.

Acabou nas páginas da Playboy, em julho de 2007.

Tentou emplacar Silvia Regina de Oliveira como árbitra principal. Mesmo cercada de polêmicas, pelo ineditismo, ela conseguiu trabalhar em mais de mil partidas. Inclusive no Brasileiro, na Copa Sul-Americana. Foi até a representante da arbitragem em Mundiais das categorias de base.

A Federação Paulista também tentou convencer a Fifa que dois árbitros em campo seria melhor. E os utilizou nos Estaduais de 2000 e 2001, até ser proibida.

A publicidade dos árbitros também chegou primeiro em São Paulo.

A novidade do Campeonato Paulista de 2020 foi a nomeação, em dezembro de 2019, de Ana Paula Oliveira como chefe de arbitragem da Federação Paulista de Futebol.

A bandeira dos anos 2000, a modelo das páginas da Playboy, dando a palavra final nos juízes que trabalharão no Campeonato Paulista.

E ela decidiu que haveria uma renovação dos árbitros em São Paulo.

Foi assim que Flávio Roberto Mineiro Ribeiro, de apenas 24 anos, estava ontem no Morumbi, apitando São Paulo e Mirassol.

Formado em 2013, trabalhou no principal campeonato de São Paulo em 2019, como quarto árbitro de Mirassol e Guarani.

Em 2020, começou diferente. Comandando a arbitragem nas partidas Ponte Preta e Santo Andre e Água Santa e Novorizontino.

Até que chegou o jogo de ontem, São Paulo e Novorizontino.

Não marcou dois pênaltis e anulou dois gols legítimos do time grande. Gols que, além da vitória, colocariam fim ao jejum de 12 partidas de Alexandre Pato.

O jogo acabou empatado em 1 a 1.

O árbitro foi massacrado pela imprensa, por jogadores, técnico e dirigentes do São Paulo.

Ana, bandeira e capa de Playboy
Ana, bandeira e capa de Playboy Ana, bandeira e capa de Playboy

Expôs a chefe Ana Paula de Oliveira.

A Federação Paulista de Futebol.

Sofrerá punição.

Passará pela tal 'reciclagem'.

Apitará torneios de juniores, Segunda Divisão.

Será afastado dos jogos do São Paulo.

Possivelmente não apitará mais o Paulista.

Fica a lição para a Federação.

Forçar renovação traz consequências.

Flávio Roberto é muito imaturo.

Ele precisaria do apoio do VAR.

Mas a revolucionária FPF quis economizar.

Árbitro de vídeo só a partir das quartas-de-final.

Renovação sem segurança.

O preço foi caro para o São Paulo.

Clube que, desde que o falecido Juvenal Juvêncio deixou de ser o presidente, perdeu toda a força nos bastidores.

Só por isso acabou cobaia de um árbitro tão inexperiente.

E agora protesta, reclama.

Vai pedir veto.

E ele será afastado.

Enquanto os árbitros neste país não forem profissionalizados, como na Inglaterra, e fugirem das Federações, da CBF, a situação seguirá improvisada, amadora.

Ana Paula. Primeira mulher a comandar a arbitragem no Brasil. Renovação exposta
Ana Paula. Primeira mulher a comandar a arbitragem no Brasil. Renovação exposta Ana Paula. Primeira mulher a comandar a arbitragem no Brasil. Renovação exposta

Mas não há a menor vontade política que isso aconteça.

Os maiores interessados deveriam ser os clubes.

Mas eles cruzam os braços.

E, depois, reclamam.

Protestam, vetam...

(Assim que a matéria foi publicada, a FPF confirmou o afastamento de Flávio Roberto. Mais um clube grande veta um árbitro neste país. E nada, estruturalmente, mudará.

(Ninguém se lembrará da economia da FPF, não colocando VAR na primeira fase do Paulista.

(E nem da independência dos árbitros em relação à CBF ou às Federações.

(Isso não interessa...)

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