Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

Irritadiço e com palavrão, Artur Jorge mostra que trauma, com a perda do Brasileiro de 2023, não passou no Botafogo. E que teme recaídas

Treinador não só ficou irritado. Demonstrou o seu receio que, na semifinal da Libertadores e nos jogos decisivos do Brasileiro, seus atletas se deixem abater, como aconteceu em 2023. Ele mesmo aumentou a pressão sobre seu time, ao mostrar descontrole e intimidação

Cosme Rímoli|Do R7

Artur Jorge se descontrola ao ouvir sobre o fracasso do Botafogo na fase final do Brasileiro, em 2023 Botafogo

“P... que o pariu...”

Artur Jorge já balbuciou para Marlon, que o acompanhava na coletiva, após a classificação para a semifinal da Libertadores.

O palavrão saiu de sua boca e a fisionomia ficou fechada, tensa.

Ele mal começou a ouvir a pergunta de um jornalista sobre a recuperação do time que fracassou no Brasileiro de 2023, perdendo uma vantagem que chegou a ser de 13 pontos do segundo colocado.


E terminou só em quinto lugar, seis pontos atrás do campeão Palmeiras.

“Já temos mais de dez meses dessa temporada.


“Vocês continuam falando da temporada anterior.

“Falem desse jogo, que nós ganhamos e estamos mais uma vez nas semifinais da Libertadores. Não faz sentido ficarmos falando dez meses depois do que foi a temporada anterior.


“Desculpe, mas não faz sentido nenhum. Eu entendo sua questão, posso até compreender, mas esqueça, faça perguntas sobre esse ano. Estou aqui, está aqui o Marlon, estamos respondendo sobre o jogo, a eliminatória, a competição…

“Não queiram buscar aquilo que não faz sentido. Já falei disso. A história está ultrapassada, temos que olhar para o futuro. Ganhamos hoje, o futuro se faz a partir de sábado, contra o Grêmio, depois as semifinais…

“Desculpa, mas não temos que falar mais nada.”

Sua declaração teve o efeito contrário do que o treinador português queria.

Alertou a grande maioria dos veículos de comunicação que o Botafogo está às vésperas de duas decisões.

O líder do Brasileiro está só com três pontos de vantagem diante do Palmeiras.

E ainda acontecerá o confronto direto no gramado sintético do rival paulista.

Chegou à semifinal da Libertadores e irá enfrentar ou Flamengo e Peñarol.

Artur Jorge também não é um treinador acostumado a colecionar títulos.

Pelo contrário.

Jamais comandou um clube grande em Portugal.

Famalicão, Tirsense e Braga.

Só venceu a Taça da Liga 2023/2024, torneio aos moldes da Copa do Brasil.

Levou o Braga duas vezes à Terceira colocação do Português, um feito, sem dúvida.

E o classificou à Champions League.

Ex-zagueiro viril, do próprio Braga e do Penafiel, levou a personalidade explosiva para a carreira de treinador.

Foi indicado para John Textor.

O norte-americano se encantou pela maneira competitiva com que ele monta suas equipes.

Lidera os grupos exigindo vibração, garra, virilidade.

E pela forma que enfrenta os jornalistas.

Textor esqueceu a tristeza com a partida de Luís Castro.

O vexame dado por Bruno Lage, dois portugueses e foi buscar Artur Jorge.

Que é a antítese de Tiago Nunes, de fracasso retumbante no Botafogo.

Artur chegou orientado a exorcizar o vexame dos jogos finais do Brasileiro em 2023.

Mas está agindo de maneira completamente errada.

Ele não consegue evitar os questionamentos dos jornalistas.

Tenta a intimidação nas coletivas.

E só aumenta a certeza de que ele mesmo teme que os seus jogadores voltem a travar nestes jogos decisivos.

Em vez da comemoração de uma campanha incrível na Libertadores, com direito a eliminação do bicampeão brasileiro, o Palmeiras, e do atual campeão da Copa do Brasil, no Allianz Parque e no Morumbi lotados de torcedores rivais, o treinador traz para os holofotes o fracasso de 2023.

O técnico inclusive nem era ele.

Era Tiago Nunes, que não conseguiu vencer uma partida sequer.

Artur Jorge demonstrou que o trauma ainda está à flor da pele.

Tentar calar a imprensa é o pior caminho.

As perguntas, os questionamentos se o time atual merece confiança na decisão dos campeonatos são mais do que pertinentes.

Ele que responda o que quiser.

Xingar, tentar intimidar e tentar pautar, obrigar os repórteres a perguntarem o que ele quer é um tiro no pé.

Demonstração de alguém que também não está acostumado a decidir títulos.

O Botafogo não é campeão brasileiro desde 1995.

Jamais venceu uma Libertadores.

Chegou à semifinal há 51 anos.

Artur Jorge só tem um torneio no seu currículo.

Ou seja, a falta de traquejo com conquistas é uma realidade atual no gigante Botafogo.

O treinador e os jogadores que saibam lidar.

Porque a pressão de verdade vai começar.

Ou o Botafogo não foi encurralado nos minutos finais do jogo decisivo contra o Palmeiras?

Assim como também ontem foi submisso no segundo tempo, tentando, de qualquer maneira segurar o 1 a 0.

Tomou o empate.

E só venceu nos pênaltis?

O time e Artur Jorge não passam a convicção de estarem preparados pelo que virá pela frente.

O medo de nova recaída ficou claro demais na triste coletiva do técnico português.

Ele não precisa falar palavrões para intimidar jornalistas...






Veja também: Artur Jorge exalta coragem em classificação: 'Hoje fomos fogo'

Técnico do Botafogo, o português destacou a atitude do Botafogo no Morumbis para avançar no pênaltis contra o São Paulo nas quartas da CONMEBOL Libertadores.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.