Gol, luta, lágrimas. Neymar acabou com a maldição do novo-rico PSG
O jogador mais caro do mundo finalmente mostrou porque foi para Paris. Fundamental nos 2 a 0 contra o Borussia. PSG nas quartas da Champions
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Assim que o árbitro inglês Anthony Taylor apitou pela última vez no vazio Parque dos Príncipes, Neymar correu ensandecido.
Chorou, riu, gritou, xingou.
Abraçou, foi abraçado.
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A euforia deu uma mera classificação foi muitas vezes maior do que a conquista do título da Champions League, em 2015.
E havia razão.
Neymar se livrou do peso de dois fracassos seguidos na competição mais importante de clube do planeta.
Foi comprado especificamente por 222 milhões de euros, R$ 1,1 bilhão, para ser protagonista e fazer o PSG vencer especificamente esta competição.
Mas contusões o tiraram dos jogos decisivos das oitavas em 2018, para o Real Madrid. E, em 2019, diante do Manchester United.
Vieram eliminações na precoce fase onde ainda 16 equipes em campo disputavam oito vagas na Champions.
O Paris Saint-Germain já vivia três anos seguidos essa 'maldição'.
Hoje, não.
Ele pôde jogar.
E, se não foi brilhante tecnicamente, foi decisivo.
Já tinha feito o gol que deixou o confronto menos difícil, na derrota por 2 a 1, na Alemanha.
Neymar fez, de cabeça, o primeiro gol no retrancado Borrusia.
E ainda comemorou ironizando a celebração de Haaland, sentando na posição de lótus. Com direito aos dedos indicadores tocarem os polegares, deixando os demais esticados.
Posição fundamental na meditação.
Mas tudo que Neymar não fez hoje foi meditar.
Lutou sozinho, sem Mbappé, nos 45 minutos perfeitos da equipe, que abriu 2 a 0, com Bernat.
A bem da verdade, Di María atuou muito bem, se desdobrando em campo também.
Na segunda etapa, Mbappé, gripado, entrou e ajudou o time a conseguir a garantir a vaga. Contando com a colaboração inesperada de Lucien Favre, que só soltou sua equipe faltando 20 minutos para acabar a partida.
Mas, nesses minutos, ainda assim, Neymar foi fundamental. Ao provocar a expulsão do alemão/turco Emre Can.
Contra apenas dez jogadores, foi ainda mais fácil ao PSG segurar os 2 a 0.
E veio a sonhada classificação do 'novo rico' do futebol europeu às quartas-de-final.
O privilégio de estar entre os oito maiores do continente.
O time de Thomas Tuchel não desperta confiança no título.
É instável.
Se apequena fora de casa.
Sobrecarrega Neymar e Mbappé.
As chances de conquista da Champions são pequenas.
E muito atreladas da próxima etapa.
Mas hoje foi uma noite especial em Paris.
No Parque dos Príncipes esvaziado pelo coronavírus.
E para Neymar.
Ele cumpriu parte importante de sua missão.
Foi, antes de tudo, um guerreiro.
Fundamental para espantar o complexo de vira-latas.
O novo-rico PSG chegou às quartas da Champions.
Com Neymar...
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