Galvão Bueno não conseguiu a reconciliação emocionante com Felipão. Neymar também caminha para o 'não'
Reprodução/TwitterSão Paulo, Brasil
Galvão Bueno nunca escondeu ser egocêntrico.
Teve uma carreira brilhante, espetacular.
Mas a principal estrela nunca foram a seleção, Ayrton Senna, Flamengo, Palmeiras, São Paulo.
Sempre foi ele mesmo.
E, aos 72 anos, prepara uma retirada histórica da Globo.
Ele começou em 1981 na emissora carioca. Aos 72 anos, "em comum acordo", deixará de narrar jogos pela emissora. Foram 41 anos intensos, nos quais foi a voz da emissora no esporte, principalmente no futebol.
Narrou conquistas, derrotas. Fez amigos e inimigos.
A Globo decidiu fazer uma série de despedida de Galvão Bueno, que narrará seus últimos jogos na Copa do Mundo do Catar.
Em episódios, mostrará a sua trajetória.
E para dar um "molho especial", se tornar mais chamativa, despertar atenção, nasceu a ideia de reconciliações no ar.
Como aconteceu com a cantora Karol Concá, que a Globo tentou redimir com a opinião pública, depois de sua péssima trajetória no Big Brother. O documentário se chama A Vida Depois do Tombo.
Não deu certo.
Pessoas que ela perseguiu, ofendeu, no reality show se recusaram a participar da série.
Galvão Bueno também não está dando sorte.
Há dois desafetos do narrador que seriam ótimos para atrair audiência.
O primeiro, revelado pelo jornalista especializado em notícias esportivas na tevê, Gabriel Vaquer, no site Notícias da TV, foi Felipão.
O treinador de 73 anos não perdoa a maneira como Galvão Bueno o condenou pelos 7 a 1 que a seleção brasileira tomou da Alemanha, na Copa do Mundo de 2014.
Galvão, ao longo da carreira, teve proximidade e notícias exclusivas de Felipão. Amizade acabou
Reprodução/TwitterFelipão se sentiu traído porque Galvão sempre teve acesso a ele. E com direito a notícias exclusivas, como revelou o narrador em seu podcast. Scolari simplesmente havia escancarado a concentração da seleção brasileira em 2014 para a Globo.
Galvão Bueno teve o que quis. Conversas exclusivas com o técnico, com jogadores.
Daí, quando houve a pior derrota do futebol brasileiro em todos os tempos, Felipão esperava apoio. Mas se sentiu massacrado pelo narrador.
Desde então, ele tem recusado convites seguidos para a reconciliação. E o último foi para a gravação da série de despedida de Galvão.
Mas Luiz Felipe Scolari não é o único desejo da produção.
Lógico, o principal jogador da seleção está na lista, Neymar.
Ele não fala com Galvão Bueno também. Por conta das fortes críticas na Olimpíada de 2016. Como acontece com o experiente técnico, houve várias tentativas de reconciliação. E Neymar não cedeu.
O sonho de convencer o jogador continua. Mas as esperanças são quase nulas.
Em compensação, houve a conquista de um tetracampeão, como também adiantou Vaquer. Zinho, que foi massacrado pelo narrador na Copa de 1994, aceitou. E fará uma emotiva reconciliação filmada por várias câmeras. Galvão Bueno se desculpará. Não será surpresa se houver lágrimas e trilha sonora para emocionar.
Nem a família de Neymar quer a reaproximação de Galvão Bueno. Não há perdão pelas críticas
Reprodução/TwitterTodos os recursos estão sendo utilizados para justificar o apelido que Galvão Bueno ama.
'Vendedor de emoções.'
E para isso, não se furtou nem a mostrar uma cirurgia que fez recentemente na coluna.
Isso ele conseguiu.
Mas Felipão, não.
E Neymar caminha pelo mesmo caminho.
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