Foto traz confiança ao Palmeiras na Libertadores. Doping psicológico
Há 51 anos, o clube segue vendo com desconfiança as arbitragens na Libertadores. A aproximação de Galiotte e a Conmebol é festejada, com alívio
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Bastou uma simples foto.
Mas a diretoria do Palmeiras fez questão de divulgar.
O presidente do clube, Mauricio Galiotte, ao lado do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, na final da Copa América, no Maracanã.
A intenção foi atingida em cheio.
Acalmou o Conselho Deliberativo, Felipão e os jogadores do Palmeiras.
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Todos no clube enxergam o elenco como o mais forte e o que tem mais condições de vencer esta Libertadores.
O medo, principalmente dos conselheiros mais poderosos, é com a falta de força histórica dos clubes brasileiros na Conmebol.
Traduzida nas dúvidas de arbitragem quase sempre favorecerem adversários. Ainda mais quando o confronto é com argentinos.
Não há quem se esqueça do paraguaio Ubaldo Aquino.
Em 2001, na semifinal entre o clube e o Boca Júniors, na Bombonera, o volante Fernando invadiu a área sozinho e foi derrubado pelo goleiro colombiano Córdoba.
Pênalti sem dúvida alguma.
O árbitro deu cartão amarelo ao brasileiro.
Um absurdo.
A partida terminou em 2 a 2.
Na partida seguida, em São Paulo, outro empate.
E o Boca Júniors eliminou o Palmeiras nos pênaltis.
Assim como os muito mais velhos tremem ao ouvir o nome de Cesar Orozco.
Ele foi o árbitro peruano do terceiro e jogo decisivo entre Estudiantes e Palmeiras, na final da Libertadores de 1968.
"Foi um dos jogos mais violentos que disputei. Os argentinos deram pontapés à vontade. O juiz permitiu. Parecia que o Estudiantes sabia que podia o que quisessem em campo e ninguém seria expulso. Tudo foi muito estranho", desabafou Ademir da Guia ao se referir a uma das derrotas que mais o incomodaram na carreira.
A primeira partida, em Buenos Aires, os argentinos venceram por 2 a 1. No Palestra Itália, 3 a 1, Palmeiras.
O Estudiantes venceu a terceira partida, decisiva, no Uruguai, por 2 a 0.
Derrotou um time palmeirense excelente: Valdir de Moraes, Geraldo Escalera, Baldochi, Osmar e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Suingue, Servílio (China), Tupãzinho e Rinaldo.
Ou seja, são 51 anos de desconfiança da Conmebol no Palmeiras.
Por isso, a aproximação de Galiotte e Domínguez teve tanto alvoroço.
Com reflexos internos para a sequência da Libertadores.
Teve o peso de um doping psicológico...
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