Fora das transmissões das quartas. Palmeiras vê retaliação da Globo
Jogos contra Novorizontino nem na aberta e nem a cabo. Só pagando pay-per-view para assistir. É o único grande a passar por essa situação
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasília
Retaliação da Globo.
Essa é a conclusão das pessoas que cercam Mauricio Galiotte.
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O Palmeiras é o único clube grande que não terá qualquer dos seus seus jogos, pelas quartas de final do Paulista, mostrado pela tevê aberta ou pelo Sportv.
Só quem paga pay-per-view verá seus dois confrontos eliminatórios contra o Novorizontino.
O clube assinou contrato para cinco Brasileiros com a Turner para a transmissão por cabo. Seus jogos serão mostrados pelos canais TNT e Space. E não pelo Sportv.
O Palmeiras é o grande rebelde no rompimento do monopólio da Globo.
A Turner terá sete equipes neste Brasileiro.
Ceará, Bahia, Santos, Internacional, Athletico Paranaense, Fortaleza, além do clube de Galiotte, que recebeu mais do que todos.
Só que o atual campeão nacional fez mais.
Não assinou com a tevê aberta ou pay-per-view globais.
Executivos da emissora carioca acreditavam que dobrariam Galiotte.
Mas ele tem se mantido firme.
Não aceita ganhar menos que o Corinthians.
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E quer o mesmo número de partidas televisionadas que o rival.
Não aceita multa de 20% por ter assinado com a Turner, como fez o Santos.
Por isso, o Palmeiras também está fora do Cartola FC, fantasy game que a emissora carioca copiou dos Estados Unidos, para faturar com o Brasileiro.
A Globo escolhe as partidas que mostra no Paulista.
E do Palmeiras só mostrou três das 12 que o time disputou na primeira fase.
Não mostrará nenhuma nas quartas.
Galiotte está sabendo se posicionar nesta guerra fria.
Tem o apoio dos bilionários patrocinadores.
Tanto da Crefisa como da Puma.
As duas empresas não romperão com a Globo, que também veicula suas propagandas.
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Mas não protestam, não reclamam.
Deixam para o clube decidir como lidar com a dona do monopólio das transmissões.
O Palmeiras tem compensado essa ausência na tevê aberta com enorme exposição das duas marcas.
No seu estádio, nos painéis de entrevistas, onde tiver acesso.
Galiotte faz questão de não reclamar da Globo publicamente.
E nem mais da FPF.
Foi punido por chamar o Estadual de "Paulistinha", depois de se sentir prejudicado na final de 2018.
Havia decidido colocar time reserva e garotos neste Estadual.
Voltou atrás porque Felipão disse que precisava preparar o time para a Libertadores.
E ambos chegaram à conclusão de que a melhor resposta à FPF será ganhar o título.
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Depois, boicotar a festa da Federação Paulista, como fez em 2018.
Seria ridículo uma noite para premiar os vencedores do torneio sem os campeões.
A ausência também seria um golpe no Sportv, que transmite os comes e bebes.
Por isso, Galiotte não esteve na FPF ontem, quando a tabela foi definida.
Não há a menor dúvida na direção palmeirense.
O boicote da Globo segue firme.
Na visão do clube, o mesmo acontecerá na Copa do Brasil.
Só mostrará seus jogos quando não houver opção.
Como na Libertadores, já que é o único paulista.
Mas aí, a situação muda.
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A Globo enfrenta a concorrência do Fox Sports e do Facebook.
Melgar e Palmeiras, no Peru, já será mostrado apenas pelas redes sociais, no dia 25 de abril.
No planejamento de Galiotte, o clube não conta com o dinheiro da tevê aberta e do pay-per-view em 2019, no Brasileiro.
Seria cerca de R$ 80 milhões.
Mesmo assim, acredita em faturamento de, no mínimo, R$ 561 milhões.
E que pode aumentar muito, se o time chegar à final da Libertadores.
A conquista paga R$ 74,1 milhões, caso a equipe parta da fase de grupos.
Ou ainda vencer a Copa do Brasil.
O título vale R$ 52 milhões.
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A conquista do Paulista chega a R$ 5 milhões.
Ter o time nestas decisões já seria a garantia de enorme bilheteria.
O Palmeiras é o clube que cobra ingressos mais caros no país.
Em apenas seis partidas como mandante em 2019, já faturou R$ 9,6 milhões na sua arena.
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Ou seja, não há a menor dependência da Globo.
Esse boicote nas quartas do Paulista só tem um efeito colateral.
Irritar ainda mais Galiotte.
E deixar o acordo para o Brasileiro ainda mais distante...
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