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Ganância vence bom senso. Cartola da Globo sem Palmeiras e Athletico

Emissora não se preocupa com jogo sem 10% dos times. O que interessa é seguir incentivando jogadores, possíveis apostadores, em disputas esportivas

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Cartola FC fará de conta que Palmeiras e Athletico não existem
Cartola FC fará de conta que Palmeiras e Athletico não existem

São Paulo, Brasil

A ganância venceu o bom senso.

Mesmo sem o atual campeão e o sétimo colocado no Brasileiro, Palmeiras e Athletico Paranaense, a emissora decidiu iniciar ontem o fantasy game, Cartola FC.

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Em um torneio com vinte equipes, duas delas não podem ter seus jogadores escolhidos. 10%. Inclusive o campeao. 


Beira a desmoralização.

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Mas a Globo não está preocupada com coerência.

Mesmo se Palmeiras e Athletico Paranaense não acertem as transmissões de suas partidas na tevê aberta e no pay-per-view, o fantasy game seguirá até o final, desprezando os jogadores dos dois clubes.


A emissora carioca quer seguir lucrando.

Aproveitando o jogo para mostrar seus patrocinadores de futebol.

Mantendo cativo um público capaz de cinco milhões de times por rodada.

Além, óbvio de se aprimorar no mercado das apostas esportivas.

Não custa lembrar.

No dia 14 de dezembro de 2018, um dos últimos atos de Michel Temer como presidente do Brasil, foi sancionar a medida provisória 846, a que legalizou as apostas esportivas online.

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Os brasileiros já gastavam cerca de R$ 4 bilhões em apostas em sites estrangeiros.

Essa quantia é perto do que a Globo fatura com o futebol neste país.

O Ministério da Fazenda tem dois anos para normatizar as apostas esportivas online no Brasil. Mas a aposta em Brasília é que até o final deste ano, tudo estará resolvido.

A MP 846 abre uma infinidade de apostas para o Cartola FC.

A mecânica da brincadeira é simples.

O ponto chave da disputa está em escalar equipes ficticias com atletas do Campeonato Nacional.

E contabilizar quem faz mais pontos.

O jogo começou discreto, em 2005.

A inspiração veio dos Estados Unidos.

No início, os melhores ganhavam prêmios simbólicos.

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O que se mostrou um chamariz.

Depois de 11 anos de 'treinos', foi criado o Cartola Pro.

Um nível acima, mas pago.

Que garantia prêmios em vales compras.

Em 2018, a inscrição custava R$ 49,90.

A Globo arrecadou cerca de R$ 14 milhões.

E os prêmios chegaram a R$ 600 mil.

Excelente negócio.

Por enquanto não há a definição do preço de 2019 para ser Cartola Pro.

Só há a certeza de que a inscrição não será mais barata.

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A Globo segue insistindo, tentando convencer as cúpulas de Palmeiras e Athletico Paranaense.

As negociações permanecem travadas.

Vale lembrar que, se as equipes mantiverem sua postura, 52 jogos do Brasileiro não terão qualquer tipo de transmissão. São as partidas de palmeirenses e athleticanos que enfrentem as 13 equipes que assinaram com o Sportv, nas transmissões a cabo. Os dois assinaram com a Turner.

O grupo Globo promete disfarçar a falta de bom senso no Cartola FC com uma maçiça campanha para atrair jogadores. Na tevê aberta, no Sportv, no Premiere.

Até no principal noticiário da emissora, no Jornal Nacional.

Na verdade, acontece um 'treino' para que esses amantes do fantasy game se transformem em apostadores daqui dois anos, quando o Ministério da Fazenda normatizar as apostas esportivas on line no Brasil.

Diretorias comandadas por Mauricio Galiotte e Mario Celso Petraglia seguem orgulhosas.

Não vão se dobrar à multa de 20% que a Globo insiste em cobrar como punição pelos clubes terem assinado com a Turner pelos próximos cinco Brasileiros.

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E o Palmeiras só assinará também se receber o mesmo que o Corinthians no pay-per-view. A emissora privilegia os clubes mais populares do país, Flamengo e o clube do Parque São Jorge. Galiotte não aceita essa diferenciação.

O reflexo direto é no Cartola FC.

Jogo que é obrigado a desprezar duas das maiores equipes deste país.

A ganância venceu o bom senso...

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